domingo, 31 de janeiro de 2010







como me diz um amor
que deixei aí...
eu um dia vou escrever

...
... ou contar
... ou ser

hoje quero envelhecer na américa latina.

sábado, 30 de janeiro de 2010

se o mate fosse açoriano...

O mate é uma espécie de chá. Quando uma pessoa bebe, todas as pessoas bebem. Passa de mão em mão, de boca em boca, de palavra em palavra, de silêncio em silêncio. É um ritual. De tempo, de partilha, de amizade...
Atravessa todas as classes sociais. E, ainda por cima, sabe bem.
Dizer 'Gracias' ao cebador significa que já não se quer beber mais...
Se o mate fosse açoriano...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Madres de la Plaza Mayo

dos associaciones
dos caminatas
una lucha
el silencio
una lucha
muchas luchas
mujeres
madres
lo mismo
lo separado
una pena
un pajaro
una busqueda
dos associaciones
una lucha
separada











Associacion Madres de Plaza de Mayo ' linea fundadora







Associacion Madres de Plaza de Mayo

Las madres de la Plaza de Mayo

Hoy caminei con las madres
- Vamos, madres!
vivi
eso que es el silencio
el dolor
y la lucha
y me fui al llegar

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Argentina

As rugas de Buenos Aires






profundas, morenas, esculpindo
os olhos claros verdes ou azuis de luz

sao bonitas as rugas de Buenos Aires
escorrem-lhes alma dos sulcos

entro num café. tango
gardel e piazzola
avenida corrientes
livros antigos
cheira a papel usado
calle sarmiento
florida
rugas e rugas a mais

teatros, gente, mais cafes
livrarias
um obelisco,
a calle mais larga do mundo
un porto madero
una plaza de mayo

camino, camino
caminante, no hay camino
hay caminar!

una plaza y una tarde
mi cafeteria, mi jardin
vecina yo? si, vecina.
un sol. mío! yo quiero un sol.
por supuesto que si señorita!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Cheguei a Buenos Aires

O nível de humidade é mais ao jeito da minha pele. Respiro melhor, aqui. O taxista que cobra uns imensos 118 pesos para me trazer do aeroporto até Almagro (o centro da loucura, sim!!!) pergunta:
- Y cuantos amores dejaste ahí?
Rio. Respondo:
- Los suficientes para volver.
Sim, cheguei a Buenos Aires.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Equaçao matemática do clown

Si uno hace su trabajo con placer,
es un beneficio para uno mismo.
Si además este placer genera placer a otros,
y a su vez este a otros más,
entonces, es redondo como una nariz roja.
(in: clowns no perecederos - http://www.rojas.uba.ar/)

(Clowns no perecederos é um espectáculo regular de clown, multimédia e música onde o público paga o bilhete com alimentos nao perecíveis, que sao depois distribuídos por diversas organizaçoes humanitárias. Chama-se o papel social do Teatro, a isto.)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

abalo... terramoto

como se nao bastasse eu hoje estar triste... liguei para casa.
atendeu o Franciso.
- Tété... tenho saudades tuas.
e pronto. um rio desaguou no mar.

Hoje, em Mendoza, Argentina

Hoje, pelas 21h (hora de Argentina)
Teatro Cajamarca
Apresentaçao final
Taller de Clown Improvisaçao

Eu vou lá estar... Quem vem, mais?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

fecho os olhos e entro na tua casa
muito mar nos separa e estive de facto aí

toda
encontro

dois corpos se misturam
sobem e descem na vertigem da espiral
um fluxo de movimento
perpétuo
no vazio do Tempo
confudimo-nos num beijo
lento
ya no veo, solo sigo
te sigo
persigo
aun que esté aqui

tenho um rasgo de cicatriz no peito
por onde entra a tua mao
a acariciar o meu coraçao
as veias abertas
o sol que me queima a pele e me morde o sabor
a ti.

Os dias na Argentina

O que me tem acontecido nos últimos dias nao tem explicaçao. As pessoas com quem me cruzo começam a contar-me das suas vidas, dos seus pensares. As inquietaçoes. O casal do ginásio onde estou alojada teve, em tempos, uma cooperativa que levava as actividades do ginásio. "Construímos isto e aquilo e este campo de juegos". Mas depois a municipalidade começou a ver que eles faziam dinheiro e ficou-lhes com tudo. Dizem: Se os argentinos quisessem, saíamos para a rua e parávamos o país como se faz noutros sítios.
Pergunto: onde?
Pensamos em conjunto e descobrimos que isso é apenas nos países ainda mais pobres. Parece que a actual presidenta da Argentina "que é muito inteligente" nao manda afinal nada. É o marido que continua a governar o país. Um médico ganha o mesmo que uma empregada de limpeza (800 pesos), mas um gerente de banco chega a ganhar 2000 euros por mês.
Parece que aqui em Mendoza quase nao há desemprego pois o governo provincial dá um salário a toda a gente 'para nao fazer nada'. A Argentina está a ficar invadida de soja. A soja alimenta as vacas e outros animais e esgota os solos em poucos anos. Só os grandes latifundiários podem ter estes terrenos, que também estao a ser alugados por estrangeiros que ao fim da exploraçao se vao embora.
Dizem que o Brasil é que está a dar uma liçao ao Mundo... mas é porque os de cima (leia-se Lula) sabem o que querem. E nao precisaram de andar em Oxford ou Cambridge...

Os chilenos estao preocupados com o presidente que a alguns calhou e 51% escolheram, no passado domingo. "O país estava a ir bem..." A democracia é muito nova... ainda adolescente.
Ontem fizemos um piquenique no Parque San Martí... foi lindo! A alegria nao vem só do calor, do verao, nem de sermos aprendizes de clown... Está nos genes.
Três dias depois de comprar pao na mesma panadería, a señora pergunta se estou a trabalhar cá :)
Os companheiros e companheiras de curso vao aos pouco aceitando que sou como sou... começam a compreender o meu espaço e procuram-me também.
Hoje discordei em absoluto com "o mestre". Bolas, que raio de feitio eu tenho, hein? Mas discordei, o que querem?
Os exercícios de grounding (ou enraizamento) sao maravilhosos. É uma das melhores aprendizagens que levo deste curso e que hei-de continuar a investigar. Ontem fechei os olhos e limpei uma casa que estava a 8000 km de distância :-) eheheh espectacular, nao?
No sábado vou fazer um atelier de treino de actor (a partir da filosofia do Lecoc) com o Pablo e a Natalí, aqui em Mendoza. No domingo, sigo para Buenos Aires. Humm... Ansiosa por começar a trabalhar duro no espectáculo da palhaça! Os peruanos querem que eu lhes dê um atelier de teatro, quando estiver no Peru. Sao Palhaç@s de Hospital e trabalham principalmente com crianças da oncologia e internamentos prolongados. Tb vou fazer uma animaçao no hospital de Lima. O boliviano de La Paz quer ser meu voluntário, no projecto de Cochabamba, na Bolívia... Oferece-me tudo o que tem. Também vou com o seu grupo pela província apresentar espectaculos. O Moncho, director do grupo de teatro de Iquique (Chile) é fundador do grupo que já tem 20 anos.
e bla bla bla... se eu conseguisse sintetizar as coisas... ai, nao. continuo tentando, a sério... O que acontece é que tenho andado muito calada e de olhos muito abertos... e pronto, é isso, se pudesse abrir a cabeça e o coraçao esse outro lado do mar veria o que vejo... como vejo. Ensaio as crónicas!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Tinku na Bolívia

Há uma festa anual, na Bolívia, onde as famílias se encontram para comer e beber. No fim do repasto, as mulheres fazem um círculo e os homens no centro encontram-se para lutar. A sério. Todos os anos há pessoas que morrem. Mas, o sangue derramado alimenta a mae terra e é sagrada a luta e a paz depois dela, quando os homens se abraçam e se gostam, e quando as mulheres arrastam os que nao podem caminhar.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Subsídios para a cultura nos Açores III

Por um lado, a Direcçao Regional da Cultura ainda nao me enviou a, por mim solicitada, acta do júri que me definiu como "nao enquadrável na estratégia de desenvolvimento cultural da regiao". Estou longe, mas estou azórica! Acordada. Pronta! Aguardo a explicaçao. E, no entretanto, sigo trabalhando!
Por outro lado, a Direcçao Regional da Juventude e o júri do Labjovem 2007 - ao me seleccionar (juntamente com Teresa Gentil) como vencedora na área de teatro do último concurso - acreditam que eu sou merecedora de ter um espectáculo criado e interpretado por mim inserido numa mostra regional (apresentando-se em várias ilhas) e de usufruir de uma bolsa de formaçao (ARTÍSTICA!, imagine-se se isto será cultura!?), numa área à minha escolha, num local desejado por mim e com formador/a por mim sonhado/a.

Perspectivas? Ou sou eu que nao entendo?

Sentenças de ser palhaça

Em clown, nao procuro fazer rir.
Procuro a poesia, a beleza, o sorriso terno e eterno.
O feminino. A curiosidade inteligente. A atençao. Cuidar. Dar.
Nao tenho um mestre.
Tenho um caminho a percorrer. Pintei-o eu.
Hoje, cortei uma das amarras que me prendiam.
E desenhei-me no 'ontem', ainda hoje, pronta para receber um presente.












e vi-me outra vez abraçada e a abraçar.













Ainda estou a tentar compreender porque raio me vejo sempre nua...
...descalça, será?
É o meu Aqui e Agora.
Hoje, estou vestida de mim!
Hoje, um amigo novo, tocou-me no meu coraçao. A vida é bela!




domingo, 17 de janeiro de 2010

ruta A40

Aconcagua, Argentina

las palavras no sirven
seguro
a lo que vivo
ni tampoco las imagens guardadas
mis ojos se abren y pronto
se visten de mil colores
aca
donde estoy jo
sin nada
ayer
la montaña me pujo llorando
la belleza
le poesia echa vida al rededor.
de que hablan
cuando hablan de amor?

(16.ene.10)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

a malabarista de calle que me levou ao Boal

Acompanho o Pablo e a Natalí num copo de vinho no final do almoço deles, ontem. Quando nos separamos, a Natalie diz algo como se quero ir ver o do Boal. Respondo que sim, de imediato. Onde, a que horas?
Pablo - mapa, mapa, mapa, dá me un mapa!
Rápido encontro um pequeno mapa na bolsa. Abrimo-lo. Ele aponta um lugar.
eu - Pero eso esta fuera del mapa.
Ele ri-se, matreiro. sim, é verdade. mas é aqui...
Combinamos entao às 20h, no lugar mais perto que existe no mapa. É a porta de um Museu, na Plaza Pedro del Castillo, na parte fundacional de Mendoza (a mais antiga). Às 19h30 começo a caminhar. Vou perguntando aqui e ali. Sigo convicta que nao sei para onde vou, nem o que vou ver, mas aceito o desafio de um rapaz que claramente me provocou para ver se eu me desenrasco, se os encontro... ai, nao sabe ele como eu gosto de jogos! Sacana argentino, porteño :)
Às 20h05 lá estou. Eles nao. A plaza é viva e está cheia de fotografias para tirar. Hoje é para lá que vou! Rodeio o Museu. Ninguém. Pergunto por uma cabine de telefone pública. Um senhor indica-me a bomba de gasolina. Vou. O telefone é público mas só para chamadas locais, nao para telemoveis. Volto a rodear o Museu. Atrás dele uma carretera de grande movimento de trânsito. Para lá dessa é que é o sítio fora do mapa... Pois é... atravesso? nao atravesso? Vejo uma malabarista. Aproximo-me... Sentado ali no muro, encostado à sua bicicleta... Chincho - o "Calimero", companheiro que também está a frequentar o curso de clown. Pergunta-me: Vas p' ajá? Sim, vou, nao sei para onde nem ver o quê, mas eu vou... Sabes onde é? Sim, responde. E é assim, o universo conspira. Fui com o Chincho até à Casa Molina, onde o Leo (um dos responsáveis do Centro de Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro, que trabalhou cerca de 30 anos com o Boal) esteve a provocar uma tertúlia de partilha da sua experiência e vida... porque está de férias e segue para o encontro Latino-Americano de TO, no Norte da Argentina, na próxima semana... Olé, essa é que é essa. Nessa casa, mora uma enorme árvore debaixo da qual se diz que dormiu San Martí - o libertador.

dia 4, começo a chegar

Hoje sou uma árvore. Apenas um corpo de mim em simbiose num tronco velho e de profundas raízes. Um braço de árvore feito, saindo-me do ombro nu para o alto do céu. Cinco dedos compridos. O outro para baixo, ligado ao tronco, partindo para uma raiz longínqua. Um abraço de raizes de árvore me fundem a cintura, uma ternura universal. Tao bom... Abraço. Sou abraçada. Tenho saudades do teu abraço que desconheço. Como quem tem saudades do futuro e ressaca o passado. Sou velha, uma árvore velha e hoje... encontrei esta menina. Foi real! (Nunca te arrependas do que me contas. Estou a viver isso!)

A Alexandra é esta menina peruana já nascida na Argentina (ehehe). Brinca na rua montando um dinossauro num camiao. Pergunta se tenho marido e filhos. Às vezes nao entende muito bem o que digo... Explico-lhe: Sabes? É que eu nao falo muito bem. E ela compreende, concorda e nao dá importância ao facto. Seguimos falando de ela querer "comprar un hermano e una mascota". Que mascote? pergunto. "Un perro!" Ah, sí un perro. Podería ser un gato. Ela responde de imediato: No, los gatos arañan! Claro, Alexandra. Sem dúvida. Um cao é muito melhor... Como estará a Macua?

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A cordilheira dos Andes, vista do aviao no percurso Buenos Aires - Santiago do Chile - Mendoza... Ai!
O centro cultural municipal (antiga estaçao de combóios) onde está a acontecer o Taller de Clown com Eric de Bont.

dia 3

Hoje estou mais fortalecida. As dores do mundo e das outras pessoas nao me fazem chorar. As suas alegrias sim.
Ontem emocionei-me e fragilizei-me ao ver 2 pessoas fazendo o meu espelho. Brutal! Chorei bastante. Nao com dor. Era outra coisa o que via, naquele momento. Ontem continuei a perceber que estou no caminho de me aceitar. Continuo a conhecer-me e procuro o nome do meu lugar. Hoje emocionei-me com as histórias de outras pessoas que vivem a beleza, que se sentem esmagadas com o poder da solidariedade, da amizade, da compaixao.
Estar aqui, simplesmente aqui, com tudo o que sou nao é tao difícil. Nao é tao fácil. É o que é. É assim. Procuro nao necessitar das palavras. Procuro a linguagem universal. A humanidade em encontro. Uma sociedade melhor é possível. A paz. A traquilidade. A serenidade. O amor...
(Esta é meio privada para descalças, Tiago e pessoal d'O deus das moscas: Hoje, o Eric usou pela primeira vez, três vezes, a palavra "Orgânico" durante a sessao de 4 horas... Eu sorri sempre, que foi para nao gargalhar... Há coisas, nao?)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

dia 2

Nao há que preocupar... nao vou escrever aqui todos os dias da minha vida... ;) felizmente! Mas nestes primeiros dias em que nao me sinto ainda cá, há que fazê-lo. Nao me sinto ainda aqui porque estou a fazer este curso de clown que poderia ser aqui ou noutro qualquer sítio do mundo. É certo que as pessoas com quem o estou a fazer, só as poderia encontrar aqui (e ainda por cima, há praki gente linda, linda!!!!). Mas ainda nao estou a viver a Argentina, a cidade, las personas de acá. Começo aos poucos... Percebo os grandes contrastes, as rotinas, a siesta! (Ai, será possível que ainda nao provei o vinho??? Quem acredita?)
Mas hoje, no curso, o que afinal nao era tao facil ontem, converteu-se hoje numa coisa simples. Hoje, tivemos que contar um segredo que nunca tivessemos contado a ninguém. E foi assim, depois de massajarmos o cocix (ai, como é que se escreve este osso???) com 3 c...? coccix??? bem, entendam: o último osso da coluna vertebral. Dizia eu, depois de massajarmos esse dito cujo ossinho e as nádegas de uma pessoa... escrevemos o nosso segredo... para o cu dela! Isto é o que queria dizer que me aconteceu de importante, hoje. Em código clown, é assim que se faz! Uma das coisas que começo a sentir é que talvez eu seja capaz de começar a dar formaçao em clown... Afinal, já tenho alguma coisa para dar, nisto. Sinto-o aqui, como nao tinha ainda sentido... Começo a ficar mais segura... mas poucochinho ;-)
Hoje fui finalmente recuperar a minha bagagem perdida pela LAN. Faltava apenas o saco-cama (o que é que isto quererá dizer???). Daí que amanha talvez eu já consiga descarregar algumas fotos, mas nao tenho fotografado muito... desculpem.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Nao e tao facil assim - dia 1

Escrever em portugues vai passar a ser cada vez mais dificil. Por exemplo, neste computador os acentos fazem { isto!!! Ontem ainda consegui colocar uns acentos agudos, mas hoje nem esses, nem cedilhas, nem o maravilhoso til em cima do a ou do o...
Si empezo a escribir argentino, no tendre mas problemas. Asi que si os acostumbrais a leer me en esta lengua que no es la vuestra ... seguire! es un poco asi como el micaelense, ya sabeis no?
mas voltando a tentar tuga... Comecou o curso de Clown hoje. O Eric de Bont e realmente um mestre, apesar de eu nunca o ter tratado dessa maneira e de ele dizer que apenas quer partilhar connosco "a sua verdade". Boa! digo eu.
Falamos um pouco mais nos intervalos, ele tem ganas de ir a las Azores. Eu tenho ja ganas de organizar uma vida clownesca por ai. Pois entao, cuidado! Get ready...
Mas as rosas nao sao essas... aprendo aprendo aprendo com a vida. Que aqui ninguem vai fazer por mim. Que aqui nao posso nao pedir ajuda e esperar que me adivinhem. Ou seja, a minha mochila ainda nao apareceu. O meu telemovel nao esta a funcionar. Esqueci completamente trazer euros!!! hihi. ta-se muito bem! Acreditem!
O curso esta a ser dado num centro cultural comunitario... ou seja, UNA ANTIGUA ESTACION DE TRENES desactivada... Nao sei se me entendem ou onde quero chegar. Vou fazer fotos e enviarei. O certo e que pertence a municipalitat (ou seja a camara municipal) a gestao do espaco. La acontecem aulas regulares de varias artes e os professores sao contratados para isso. Mas as pessoas sao livres ao inscrever-se. De quando em vez, alguem pede alguma sala e acontecem outras coisas...
Nas proximas duas semanas vamos trabalhar os nossos clowns ali. O chao e de madeira e muito antigo... cheira a ter passado por ali um montao de historia e gente e vida... lindo! A cada sexta-feira vamos apresentar-nos ao publico, num teatro. Eu prepararei para a primeira sexta-feira um numero de 3 minutos com a minha palhaca casadoira... isto se entretanto chegar a minha bagagem. Espero conseguir filmar e ja vos mostrarei. E sabem afinal o que era importante eu trazer comigo??? O nariz! Vermelho! Tao so! Ontem estavam 29 graus quando cheguei a Mendoza. A esta hora (sao 4h da tarde) esta toda la ciudad de siesta hasta las cinco!
Aqui nao se diz caña se queres um fino... diz-se chop! A malta desenrasca a vida a cada peso. Ainda nao consigo pensar muito bem em pesos. Tenho a sensacion de ser todo muy caro porque sigo rodeada de peruanos, uruguaios, chilenos, que contan los pesos como yo. Chegou hoje uma basca. Eu a unica azoriana. Esta aqui um grupo de gente nao colonizadora! o inicio de um mundo mais igual? E todos payasos y payasas! (so o cara$as do formador e que tinha que ser HOLANDES????? ehehehe)

domingo, 10 de janeiro de 2010

Mendoza... Argentina, cá estou eu!

E tanto para contar já. A melhor parte é que eu sobrevivi a todas as escalas e aeroportos (Lisboa, Madrid, Buenos Aires, Santiago do Chile, Mendoza)... mas a minha bagagem nao!!
Daí que cá me encontro respirando bem, tendo sobrevoado a cordilheira dos Andes já por duas vezes hoje (incrível, incrível, incrível!!!), encontrando-me sem dinheiro (nem euros, nem pesos, nem cartoes que funcionassem!) e sem bagagem. Mas o essencial cá está, na malinha de mao - o passaporte, o cartao de credito (amanha há-de funcionar), o tabaco e isqueiros... o caderninho em branco já nao em branco... a máquina fotográfica...e o nariz da palhaça! Amanha começa o curso! sinto que vou apanhar tanta porrada do mestre!!! hehehe.
Conselho para quem quer começar uma aventura sem destino: começar por frequentar um curso com gente de todos os destinos (eheh). No meu curso tenho palhaços e palhaças de Argentina (várias cidades), Uruguai, Chile, Peru e Espanha. Olé!

sábado, 9 de janeiro de 2010

é hoje

5h da manhã, começo a juntar coisas em cima da cama para encher a mochila. Isso acontece rapidamente. 65litros não são definitivamente 60kg!!!
ehehe. ainda bem.
Vou agora.
Tenho quase tudo.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

ai portugal, portugal...

Parlamento português aprovou hoje o casamento entre pessoas homossexuais. Uma réstia de esperança nasce em mim, em relação a este país. Há tristes, preconceituosas e lamentáveis conversas de café que felizmente não fizeram hoje muitos votos no parlamento!

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Viagem marcada, finalmente!

Que longo dia e noite de viagem me esperam!
Abrirei os braços, voarei por cima do Atlântico e... go!
E como não há males que não venham por bem, para conseguir chegar a Mendoza no dia 10 de Janeiro... terei que fazer escala no Chile! Imaginando que os voos podem voar baixinho... a américa do sul caminhará a meus pés... descalços e os olhos em riste!

9JAN
8h30 - Ponta Delgada-Lisboa (PT)
16h40 - Lisboa-Madrid (ESP)
10JAN
0h45 - Madrid-Buenos Aires (ARG)

CHEGADA A BUENOS AIRES - 9h00, que de manhã é que começa o dia!!!! Há-de estar humidade e sol. Abrirei as narinas, continuarei de braços abertos. Depois, é só cheirar a Argentina, o Chile, a América do Sul, rumar a rir até ao Chile...
10h25 - Buenos Aires-Santiago do Chile (SCL)
13h40 - Santiago do Chile-Mendoza (ARG)
CHEGADA A MENDOZA - 14h35! ... respirar, vestir o nariz de palhaça e... go!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

identidad

Creo que la primera vez que pensé en mi verdadera identidad fue cuando empezé a discutir eso de tener una identidad ó de como describir la identidad azoriana, cuando conversaba con Judite, a propósito de criar 'M. a sede dos outros' - un monologo teatral que ella escribiu y que estrene como directora y actriz en noviembre de 2008. Ya tenia yo los 31 años.
Desde entonces, esta cuestión me persigue.
Hoy, recuerdo que Ruben me ha dicho que iba encontrar me en esta viajen. Me pregunté, en silencio, si yo necesitaba encontrar me. Hay quienes dicen que es necesario perder se. No lo sé. Seguro que no lo sé se sigo para sudamerica buscando mi identidad. Pero seguro también que sigo buscando lo que voy a encontrar y que no sé aún lo que es. Porque me siento, puedo hoy decir, una mitad de aquí y una mitad del mundo. Me siento donde estoy. Me siento para donde voy.
Y escribo hoy, también, en otra lengua que no la mía (por eso, perdóneme los errores). Por que, al final, mi patria no es la lengua portuguesa (perdona Fernando Pessoa, no estoy contigo en eso.)
Y al final... todo cambia. (gracias, Mercedes Sosa, iré cruzarme con tus cenizas en Mendoza?)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Lhasa de Sela... porque sim, sem dúvida!

A música da Lhasa marcou a minha vida... como a de poucas pessoas.

Ontem e hoje... os dias que passam

Tive ontem uma epifania, depois de uma tristeza. Tive hoje uma surpresa e depois uma vontade de gritar. Ontem bebi um copo de vinho, tinto, e escrevi muitas páginas cheias de esquemas, dúvidas, certezas e projectos de futuro e de vida. Essência. Terminei de escrever mais um caderno. Comecei outro que encontrei em branco. Hoje visitei um amigo que não via há dias (meses?) e que está sempre perto. Ontem chorei abraçada à Macua. Que bom aquele abraço! Deixei-a dormir na minha cama. Sei porquê. Hoje, deixei-a no aeroporto para ir viver uns tempos com os 'avós'. Às 3h30 da manhã, cheguei a casa e ela não estava. Eu sabia. Hoje, pediram-me finalmente as datas dos meus desejos de viagem. Mandei. Sem dúvidas. Ontem ainda me zanguei com a minha mãe. Depois ajudei-a a fazer as malas. Hoje ela apenas pediu que eu fosse dando notícias. Chorámos as duas. Hoje cheguei encharcada a casa e cruzei-me com um coelho na estrada 20mn depois de ter contado uma história das Furnas que terminava com o velho de profundos olhos azuis dizendo 'se ela sabe que eu estou aqui a contar histórias, esfola-me...' "como se faz aos coelhos" pensei na altura e hoje outra vez. Ontem pedi mais um favor a um amigo que mora dentro de mim. Ele disse sim. Hoje, uma menina que mora dentro de mim pediu-me mais um favor. eu disse sim. Hoje não fui buscar o meu boletim de vacinas internacional, não terminei mais nenhum relatório, não tratei dos seguros... não, mais não, mais não... e sim, a viagem realmente já começou.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Feelings, pela Nina Simone

Nina Simone, em Montreux, no ano em que eu nasci...

vai-se a ver e fadaram-me assim! Sim, fadaram-me do verbo fadar...

falar micaelense

Uma das coisas que me faz gostar de viver aqui é que o falar micaelense é música para os meus ouvidos. gostava de o saber falar.

sábado, 2 de janeiro de 2010

subsídios para a cultura nos Açores II

Projecto "não apoiado por não se enquadrar na estratégia de desenvolvimento cultural da DRaC". in carta da DRAC recebida no dia 30 de Dezembro de 2009.
Fico satisfeita por não ser enquadrável. Gosto de me mexer, de ter movimentos e vontade própria. Mas também gostava de saber qual a estratégia de desenvolvimento cultural da DRaC. Vou tentar informar-me e depois conto.