quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Viola Smith

Já é tempo de dar início a uma nova rubrica há muito esquivada.
Hoje começo oficialmente a falar de mulheres incríveis!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

domingo, 15 de fevereiro de 2015

continuo a filmar histórias de mulheres

Mais dois dias de entrevistas, a alma ainda mais cheia e o trabalho ainda não chega a meio.
Adoro ouvir contar histórias. 
Por mim, este projecto acompanhar-me-ia toda a vida. 
Não parava por aqui. 
Quem sabe?



E que não fique por contar a peripécia diária com as questões técnicas destas filmagens...
Um dia é a bateria, outro dia a memória, outro dia os cartões incompatíveis, outro dia o tempo de copiar para o computador, outro dia a luz sempre a mudar (estamos nos Açores, não é?), outro dia perdemos o autocarro e outro dia sei lá que mais vai acontecer...?
Mas todos os dias (todos!) há algo extra-ordinário pra contar...
Não tinha que ser fácil, pois não. Assim, talvez faça mais sentido!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Volto a estar detrás da câmara! Tão bom!!!

Uns anos depois, volto a agarrar a câmara de filmar e a olhar para dentro das histórias de mulheres nos Açores.
Apesar do cansaço e das dificuldades (?) técnicas, está a ser uma experiência maravilhosa!
O caminho ainda só está no início, mas estas três mulheres já captaram a minha alma!



Obrigada Umar-Açores por confiar no meu olhar, outra vez.
Obrigada Umar-nacional por continuar a fazer tanta coisa que vale tanto a pena!!!
Obrigada Mário Roberto por todo o equipamento e a generosidade, sempre.
Obrigada Gabriela por tua condução, paciência e risos partilhados.
Obrigada, Clarisse, por andar ao meu lado e por se deixar distrair com a beleza da vida, junto a mim.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

E uma camisa, és capaz de passar?

¬ E uma camisa, és capaz de passar?
¬ Acho que sim. Não há de ser muito difícil.
¬ Por acaso é. É das coisas mais difíceis de passar a fer­ro, uma camisa. Mas pronto, achas que és capaz?
¬ Se é das coisas mais difíceis, por que é que me pedes para passar precisamente a camisa?
¬ Eu não te estou a pedir. Estou a perguntar se és ca­paz. Calculo que não, mas pergunto à mesma.
¬ Isto parece conversa de malucos.
¬ Eu é que estou a dar em maluca ao ver a quantidade de coisas que tu não sabes fazer. Comecei pelas simples. Já vi que não sabes. Pode ser que sejas bom nas complicadas.
¬ Já te disse que não sei passar a ferro.
¬ Não. Tu disseste que não sabes passar T-shirts nem calças. E quando te perguntei se nunca tinhas aprendi­do, ficaste ofendido. Ora, as calças de ganga devem ser a coisa mais simples de passar a ferro. Mas fácil do que is­so, só se for um lençol. Mas tu, nem isso.
¬ Lembra-me por que é que estamos a ter esta conversa.
¬ Porque namoramos há quatro meses, tu tens mais de 40 anos, já foste casado e eu nunca te vi a mexer uma palha em casa. E agora achei que era boa ideia esclare­cer o assunto.
¬ Porquê agora?
¬ Porque ontem voltaste a falar em vivermos juntos.
¬ O que é que uma coisa tem a ver com a outra?
¬ Deves estar a brincar. Gosto muito de ti, mas achas que vou meter em minha casa uma pessoa que não sabe cozinhar? Que não passa a ferro, não limpa o pó…
¬ Mas tu queres um namorado ou uma empregada?
¬ Eu quero uma pessoa com quem possa partilhar tare­fas. Também quero partilhar a vida, a cama, as refeições, rebeubéu, pardais ao ninho. Isso é tudo muito bonito. Mas tem de ser alguém que se mexa.
¬ Já sabias que não sou muito prendado nas lides da casa.
¬ Eu já sabia que és um menino e que nunca fizeste na­da em casa porque a tua mãe, as tuas irmãs e a vossa em­pregada faziam tudo. Tu e o teu pai eram uns lordes. Mas não sabia que tu nem sequer sabes estrelar um ovo. Pen­sei que não gostasses muito. Mas na verdade não sabes.
¬ Nunca precisei. E vais ficar chateada comigo por causa disso?
¬ Chateada? Eu?! Não. Vou é pensar trinta vezes antes de me meter na aventura de viver contigo. Tu é que es­tás habituado a criadas, não sou eu.
¬ Não sei passar camisas, mas sei fazer outras coisas.
¬ Ah sim? Então quais, ó senhor homem? Estás a fa­lar de bricolage? O que é que tu sabes fazer? Sabes mu­dar uma torneira?
¬ Não, isso não. Para isso chamo um canalizador.
¬ E usar um berbequim? E fazer uma puxada de luz e montar uma tomada? E tapar uns buracos na parede para a pintar? Sabes? Se me vais dizer que és um artista a mudar lâmpadas, eu vou-me rir. Porque isso faço eu. Isso e as outras coisas todas. E também escusas de dizer que sabes aparar a relva porque eu não tenho quintal.
¬ Sei tratar do carro. Sabes fazer isso?
¬ Tratar de um carro? Correias de distribuição, folgas nos foles, ignição, discos de travão…? Isso não conta para o currículo de casa. Para isso vou a um mecânico.
¬ Estás mesmo a ponderar o nosso futuro em função do que eu faço em casa?
¬ Estou. E se outras mulheres fizessem o que eu estou a fazer, poupavam muitos dissabores. Para tua informa­ção, sintonizar os canais da televisão e garantir que es­tá tudo bem com o wi-fi não é grande ajuda hoje em dia.
¬ Se calhar devias queixar-te à minha mãe.
¬ Eu? Tu é que devias. E agradecer-lhe pela educação que não te deu. Ao menos sabes ir às compras? Escolher fruta. Comparar preços? Ver a melhor carne?
¬ Não.
¬ Então, além do sexo e de perceberes de música e de cinema, tu serves para quê, ao certo…?

Paulo Farinha, texto retirado daqui
postado cá porque é um excelente diálogo teatral e assim não se perde :-)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

ARTIVISMO

às vezes, a meio do meu trabalho que, tento, sempre intervém e se posiciona a favor da justiça, da igualdade e da cooperação, propondo a construção de um mundo melhor, incentivando uma certa transformação social, sinto, como diz a canção, "uma raiva a nascer-me nos dentes".
por exemplo, ler notícias como estas faz-me definitivamente perguntar: afinal?! Afinal que faço com a minha arte tão pouco transformadora?
E sinto uma enorme vontade de sair mais e mais para a rua de dedo em riste a denunciar!
E a raiva aumenta! e o sentido de responsabilidade também! e não vejo a hora de que chegue o dia!
caramba! para quê e quem um espectáculo chamado UTOPIO a desejar correr mundo, quando o mundo parece ser, efectivamente, essa flor que não se cheira?...
a rua chama-me cada vez mais...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015