sábado, 30 de outubro de 2010

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

eu gosto e eu não gosto

eu não gosto
de beijo
mão dada e abraço
no meio da rua
eu gosto
de parar o trânsito para dançar um tango na passadeira
de jogar às escondidas ou à apanhada no meio da cidade
de andar de mota inclinando o corpo para a direita e a esquerda
de rir porque sim
de caminhar, lado a lado, com os olhos fixos em ti até chocar com um candeeiro.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Fotos Cabo Polónio - setembro 2010


foi uma espécie de reperage. o inverno. as pessoas. de facto o objectivo central era conhecê-las, dar-me a conhecer, beber cervejas e comer amendoins, explicar-lhes o desejo de voltar para filmar ali, para filmar as pessoas e a comunidade. não cheguei a ter coragem de lhes pedir para fazer uma fotografia... Foi estranho, é estranha essa barreira. Ainda estou a aprender como se faz ;) entretanto, rever estas fotos é acentuar a certeza do regresso.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Saber o que quero

Eu tenho que saber o que quero... Depois, posso falar. Vou então parar, escutar, olhar... Depois volto!

sábado, 23 de outubro de 2010

Problemas da Criatividade

Quando uma pessoa treina muito a criatividade, a tem como vida, profissão e mania e, depois, se depara com um problema que precisa de resposta... tem muitas! Muitas possíveis!
Ou sou eu que não gosto nada de tomar decisões sozinha?!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Runas

Vou procurar, nos Açores, as minhas pedras das runas. Não espero encontrar os desenhos nelas... posso esculpi-los. Mas as pedras encontrarei... ao longo dos dias.
imagem retirada daqui

cansada de ver

Hoje não vou ver nenhum filme. Estou cansada de ver... Tentei, nestes dias, não processar nem escrever sobre os filmes que vi. Hoje sinto que já não me entra mais nenhum no cérebro, nem no resto do corpo... Preciso de me centrar em mim, nas coisas que quero fazer, nas decisões que tenho e quero tomar.
O ar de Lisboa é muito seco, afinal. Eu sou frágil afinal. Mas se as coisas me acontecem é porque as aguento... Se as coisas me escolhem é porque tenho espaço para elas. Redescubro-me em cada sopro da vida. Conheço-me mais e fico mais preparada, mais hábil, mais capaz de viver.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

bonita

sinto-me bonita porque estou cheia de amor. Olho-me ao espelho e ele quase parte com a intensidade desse monstro dentro. imagens perfeitas de um balão vermelho que explode de excesso, um copo de vinho a partir, o big bang, um orgasmo. sou bonita e tudo o que sou é para dar. Cheia e, ainda há dias, fechada numa caixinha de silêncio. A lua também está a encher... grávida de mim.

pesquisas...

volto a pesquisar. Cabo Polónio, no Uruguai. Prostituição nos Açores. São dois documentários que quero fazer... Já começaram.
As pesquisas estimulam-me sem saber do que estou exactamente à procura. Nem tenho ainda ideia das perguntas nem sei se vou encontrar respostas. Mas o caminho faz-se caminhando...

Mito de Narciso

En la mitología griega, Narciso (en griego Νάρκισσος) era un joven conocido por su gran belleza.
Según Ovidio, tanto doncellas como muchachos se enamoraban de Narciso a causa de su hermosura, mas él rechazaba sus insinuaciones. Entre las jóvenes heridas por su amor estaba la ninfa Eco, quien había disgustado a Hera y por ello ésta le había condenado a repetir las últimas palabras de aquello que se le dijera. Eco fue, por tanto, incapaz de hablarle a Narciso de su amor, pero un día, cuando él estaba caminando por el bosque, acabó apartándose de sus compañeros. Cuando él preguntó «¿Hay alguien aquí?», Eco contenta respondió: «Aquí, aquí». Incapaz de verla oculta entre los árboles, Narciso le gritó: «¡Ven!». Después de responder: «Ven, ven», Eco salió de entre los árboles con los brazos abiertos. Narciso cruelmente se negó a aceptar su amor, por lo que la ninfa, desolada, se ocultó en una cueva y allí se consumió hasta que sólo quedó su voz. Para castigar a Narciso, Némesis, la diosa de la venganza, hizo que se enamorara de su propia imagen reflejada en una fuente. En una contemplación absorta, incapaz de apartarse de su imagen, acabó arrojándose a las aguas. En el sitio donde su cuerpo había caído, creció una hermosa flor, que hizo honor al nombre y la memoria de Narciso.
Narciso, B. Conda de Satriano (fim séc. XIX)
"Sobre la pena duermo solo y uno, pena es mi paz y pena mi batalla, perro que ni me deja ni se calla, siempre a su dueño fiel pero importuno." (Miguel Hernández)

direito de amar

eu tenho o direito de amar, quem eu quiser, quando quiser e como quiser.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

o meu e o teu

Não há, para mim, no Amor, o meu e o teu.
No amor tudo se faz, tudo acontece, e ainda sobra tempo.
No amor, com amor, o tempo não é gregoriano de 12 meses de 30 dias de 24 horas de 60 minutos...  No amor, o tempo é um fluir da eternidade, um flutuar dos dias, uma mão no céu e um pé na terra, os olhares nos olhares...

sem coração

O que me aconteceu é que fiquei sem coração.
Nem um buraco, nem um vazio, nem uma faca... não é nada disso.
É ausência, inexistência. Não está. Não existe. Não mora. Não sinto nada.
Talvez tenha levado uma bofetada...
Fiquei a olhar a cara, no espelho...
e a mão...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

José e Pilar

Eu precisava muito de chorar mas não sabia onde tinha guardadas estas lágrimas, pois elas nunca me tinham nascido.
Ontem, enfiada numa Culturgest a abarrotar de gente chorei, e chorei e chorei.
Não foi apenas o filme. Foi a minha alma a começar a lavar-se e a ferida aberta.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

muito, muito, muito

triste...

morte

mais uma
a vida está cheia delas.
Dói porque a cabeça não entende nada disto!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Toma (mais um excerto)

foto de Sofia Carvalho

Para o videoarte "Toma" (que está ainda em fase de edição) trabalhei com a fotógrafa Sofia Carvalho. Mais um encontro artístico bonito e um alguém que diz "sim" a um desafio que desconhece. Foi muito bom! Obrigada, Sofia

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Temos um segredo: o segredo dos nossos olhares.
Só sei que é secreto, não sei o que guardam dentro,
mas se quiser inventar-lhe um nome, eu posso!
É melhor não mo morderes. Trinca e arranca pedaços de uma vez, leva-me o coração aos poucos. Vou fazê-lo nascer de novo.

videoclip Mamá em Festival Internacional

O videoclip Mamá filmado na Bolívia foi seleccionado para o Cinecitá. Será projectado na Bolívia, Peru e Ecuador entre Outubro de 2010 e Janeiro de 2011, em comunidades rurais destes países.


Mamá - do álbum Hip Hop Kayma, vol.3
Realização e Câmara Maria Simões
Música Juan Savedra - Rasco
Interpretação e letra Alberth, Wilfredo e Edwin
Montagem Le Kubrické Entaralliné
Produção Descalças-cooperativa cultural (Açores) - Performing Life (Bolívia)
Cochabamba, Bolívia, 2010

Workshop de Realização no Doclisboa 2010

Este ano, o doclisboa organiza uma série de encontros com realizadores de reconhecimento internacional tendo como questão central “DIRECTING DOCUMENTARIES - FROM SELF PRODUCTION TO BIG PRODUCTION”. Serão 6 sessões de duas a três horas cada, entre 16 e 22 de Outubro.
Em cada sessão, o realizador convidado vai partilhar a sua experiência pessoal relativamente à produção da sua mais recente obra, apresentada no doclisboa.
Cada case-study revelará situações e soluções diferentes, que podem encorajar ou motivar outros realizadores ou estudantes. Desde o orçamento zero até à co-produção internacional.
Em alguns casos, como o de Gianfranco Rosi, com «El Sicario» (Prémio da Crítica Internacional no último Festival de Veneza), a rodagem da obra fez-se sem qualquer produção e a figura do produtor só veio a surgir quando o filme já estava em pós-produção. Em outros casos, como o de Michael Madsen, com «Into Eternity» (Grande Prémio do Festival Visions du Réel 2010), a super-produção de um documentário high-tech, condicionado por segredos de Estado e rodado em locais de alta segurança, a produção só pode arrancar após o envolvimento de vários países e um conjunto de televisões. Entre estes dois extremos, uma diversidade de casos diferentes.
Como é natural, o nosso objectivo no diálogo com estes realizadores não é falar de financiamento, mas de tudo o que foi necessário para defenderem uma ideia e uma obra desde a sua concepção até a sua estreia.
Não será possível assistir às sessões de forma «avulsa», na medida em que se procura um espírito de grupo e uma discussão partilhada sobre os exemplos internacionais pontualmente comparado com as experiências portuguesas.

Calendário + Realizador & Filme
dia 16, sábado, 11:00
Ricardo Íscar (Dansa Als Esperits)


dia 18, segunda-feira, 15:00
Sylvain George (Qu’ils Reposent en Révolte – Des Figures de Guerre)


dia 19, terça-feira, 15:00
Miguel Gonçalves Mendes (José & Pilar)

dia 20, quarta-feira, 11:00
Michael Madsen (Into Eternity)


dia 21, quinta-feira, 11:00
Anna Sanmartí (La Terra Habitada)


dia 22, sexta-feira, 11:00
Gianfranco Rosi (El Sicario: Room 164)
Moderação e coordenação: Sérgio Tréfaut

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Cortei o cabelo poucos dias antes de regressar aos Açores...
Não percebi, na altura, essa urgência.
Hoje sei porque me sinto incompleta e estranha, aqui. Falta-me essa parte de mim. Ficou lá. Como recuperá-la? Como trazê-la a mim sem que me pertença?

A América Latina entranhou-se-me nos ossos. Vejo o filme “Nación Clandestina” de Jorge Sanginés, ouço a música e as emoções daquele povo imenso, tudo se aperta e ressoa no meu coração. Adivinho a minha alma.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

a liberdade de estar aqui

Subo de pé para a mesa de pedra, lá em baixo o mar é feito de um azul intenso e profundo. Volto à atlântida. Os pés são para andar no chão? Há coisas preciosas na vida e no mundo. Estar aqui sendo eternamente estrangeira é bom. Aprendi a amar-te longe de ti. Agora, guardo esse bicho estranho no bolso, olho para ele, de vez em quando, quando desperta e desperto também. Flutuo. Não estou cá e estou talvez mais ainda. Sou metade de mim.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

sonhos e ventos

Ontem senti um aperto... os sonhos da noite a chamar a saudade, o vento a levantar as ondas do mar a 7 e 8 metros, a chuva a empurrar-me o peito contra as costas e uma sensação de dor, em algum lugar longe daqui. Um medo inexplicável, uma sensação de abismo. Não sei o que se passou. Espero que estejas bem!

Macua

A Macua faz hoje 8 anos! E continua a ser a mais constante companheira!
Parabéns, Macua! Apesar da falta que vais sentir dos mimos dos avós, estamos quase a regressar a casa!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

a propósito do silêncio...