domingo, 26 de dezembro de 2010

eu ando ao contrário...

A maioria dos dias eu acordo muito feliz. As primeiras horas são para acalmar a vontade de gritar que a vida é uma imensa alegria e é bela! E porque me calo afinal? Porque tenho medo que a minha felicidade seja pequena demais para um mundo cheio de pessoas tão tristes...

chovem as mulheres

com o passar dos anos as mulheres ficam sozinhas. fazem crochet à lareira, acendem o forno e amassam pão. pensam mais nas horas e na vida e aproximam-se mais de si. perscrutam a alma sua e as almas dos outros... caminham mesmo sentadas no sofá. escrevem, pensam com todos os poros e o coração, fazem rendas e biscoitos. ouvem música e ventos. as mulheres chovem... e os homens? que fazem os homens com o passar dos anos?

sábado, 25 de dezembro de 2010

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

embriaguez

embriagar-se da vida
beber até ela não existir mais
secar todo o líquido
rasgar os olhos
cravar as unhas
ser selvagem na liberdade
fazer filhos todos os dias
amar cada gota
adivinhar os pensamentos
saber sem nunca chegar a saber

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Me fui - Bebe

me fui pa echarte de menos
me fui pa volver de nuevo
me fui pa estar sola
me fuiiiiiii
porque estaba tan cerca casi tan cerca
que no pude ver lo que tengo cerca
de mis ojos
mis manos que ya no son manos
mis pies son manos que un dia vuelven a darme la vida
de otro muchacho
que al menos cuando me mira
me hace reirme un rato
porque los tuyos
estan tan lejos de mi
que casi no puedo mirarlos
mientras donde estabas cuando te llamaba?
donde estabas cuando te llamaba
donde estabas cuando mi voz se hacia tan pequeña que no salia
y se ahogaba en mi habitación
o dentro de mi
donde estabas cuando dormias a mi lado
y yo no podia dormir
donde estabas cuando te escuchaba palabras que no creias ni tu
entre tanta mierda dime
donde estabas tu?
donde estabas cuando te llamaba?
por eso me fui
pa echarte de menos
me fui pa volver de nuevo
me fui pa estar sola
me fui, por eso me fui
pa echarte de menos
me fui pa volver de nuevo
me fui pa estar sola
me fui
...

Está bem assim?

Joana ama Carlos que ama Teresa que ama Luísa que ama Ricardo que ama Isabel que ama Sérgio que ama Francisco que ama Mariana que não ama ninguém...
E assim se rompe a cadeia do amor universal.
- Mariana, tu tens que amar alguém!
- Amo... amo... amo.
- Ok.
Joana ama Carlos que ama Teresa que ama Luísa que ama Ricardo que ama Isabel que ama Sérgio que ama Francisco que ama Mariana que ama.
Ponto.
- Está bem assim?

sábado, 18 de dezembro de 2010

chorar... precisas chorar...
e não há mar nesse olhar...
só a alma
inundada
o espírito feito água que não evapora nunca
tenho a sensação de que secaram as lágrimas...
não há rios
não há chuva
não há mar
à volta.

vou por aí...

Uma música e um poema com dois anos, um vídeo com um ano, uma publicação de hoje...
Fazer memória é apagar...


Jodorowky que me chega pelas mãos da Ale... doce presente!

nadie puede dar solo lo que lleva dentro
el pedido del otro lo insemina
el don se crea entre dos
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Soy en tu mirada el que siempre busqué ser

Mi lengua es tuya, dime lo que deseo oír
Si realmente deseas algo y no te lo dan, créalo.
Somos el universo, somos eternos. No hay principio ni final. La muerte es un miedo racional. Si piensas como un animal, morirás con él.
En realidad, toda la vida busqué ser lo que siempre fui.
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

chuva de mulher

uma mulher sai despida para a rua.
chove em Ponta Delgada
e não cheira a liberdade
ninguém repara na mulher entre as gotas
ninguém a vê
ninguém a chora
ninguém.
Há uma mulher à chuva
na rua
despida
de sapatos vermelhos
dançando...
ela rodopia e é o vento
ou o vento a rebola.
chora,
chorará?
entre a chuva...
vai.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Às vezes...

paramos na vida a olhar. Vemos tudo bem claro. Olhamos para as oportunidades e para as pessoas que queremos amar e... não nos mexemos. Porquê?
Porque parte de nós é feita de estupidez. A outra é feita de medos.

domingo, 12 de dezembro de 2010

tonterias curtas dentro da lareira

eu penso que consigo fazer tudo ao mesmo tempo e, desde os 18 anos, continuo a querer viver a vida toda num só dia. "Mas não pode ser... uma coisa de cada vez, vá, Maria" Mas porquê? Porque tenho que ouvir os tempos das outras pessoas, porque tenho que seguir os ritmos de quem acha que sigo rápido demais e  faço / quero coisas demais? O que é o demasiado? E a demasia? Se, para mim, não é...
Que faço agora? Quero ver o filme novo que me chegou do Brasil por correio, quero fazer a avaliação desta semana do "Camino del artista", quero continuar a escrever a curta "One love", quero ler a Odisseia, quero imaginar o "Fim do Mundo" e o filme do assassino "Eu não tenho pena de ti, eu quero compreender como se pode matar alguém", aprofundar a prostituição como tema e realidade filmável...
Se eu pudesse viver do ar eu estaria só a fazer estas coisas todas ao mesmo tempo, sem dúvida.

Tonterias curtas de ir ali e voltar já

A temperatura da água do mar está mais alta do que o a do ar. O azul do mar de hoje é diferente do cinzento de ontem. Ontem o mar do sul era bem argentino, de plata, sin duda. Hoje, voltei a ver o "movimento das coisas paradas" que filmei em 2009.
A velhota solteirona das Capelas, a quem chamei desconfiada no primeiro encontro, nunca mais voltou. A sua irmã solteirona nunca mais voltou também apesar de se terem divertido muito.
A cidade é muito feia quando as pessoas andam tristes cheias de coisas nas mãos.
É bom voltar a casa e a lareira ainda estar acesa...
Falta-me calafetar portas e janelas ou mudar de casa. O mar anda violentamente a chamar-me. E eu não gosto de violência mas de apelos fortes e desafios imensos. Dentro de dias vou viajar outra vez. Volto àquele lugar. Os vizinhos da casa de madeira fizeram um grande portão electrificado para entrar na casa. O rapazito, a quem devolvi a publicidade não endereçada que me enfiou pela caixa de correio, deu-me pena. Queria editar todas as ideias. Ou dá-las para que vivam. Ou vendê-las.
Amanhã vou novamente à segurança social logo pela manhã...

Milhafre

Eu diria que tenho um milhafre por cima da minha cabeça, um piar que me acompanha todas as manhãs em que brilha o sol. Nunca o fotografei nem filmei nem consegui gravar a sua voz tão bela. Não sei se quero registá-lo fora da minha memória. É tão bom simplesmente aí... Cada vez que o ouço sorrio, como se ele puxasse os cordelinhos do meu sorriso e eu me sentisse mais bonita e mais importante só por o ter a rondar o meu quintal. Sei que tem comida, por isso vive por aqui há anos. Gosto dele. Vejo-o planar e rondar, andar às voltas lá em cima do alto do céu onde fica também a minha cabeça...
Pergunto-me se me levará um dia no seu voo... e peço-lhe que nunca se vá embora. Os dias passam, a vida muda a cada segundo... "Às vezes... - é a medida de tempo que mais gosto" - ouvi ontem no argentino "Abrazo partido" e fez-me tanto, tanto sentido...

Já não há

saudade que arrebente o coração aos mergulhões e o empurre para a loucura sábia de existir.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Shoot me down

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

I wanna be nobody

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Desafio

Desafio-te. Desafias-me.
Permanentemente é uma constante de sermos o que somos.
Chamar-se-ia de alguma maneira, fariamos só alegria e seríamos felizes.
Era assim!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

3 Mosqueteiros

Sou o Porthos, disse-me.
Fui à procura de quem sou... "um fiel companheiro, simples e direito, provido de força hercúlea. Homem rude e bom, mas também sem delicadeza e vaidoso. Em "O Visconde de Bragelonne", último volume da "Trilogia dos Mosqueteiros", será o primeiro mosqueteiro a desaparecer, esmagado por um rochedo."
Triste fim me espera depois de casar com uma mulher rica ;)
Acompanham-me Athos e Aramis na vida e na luta. Mas não conhecemos ainda o D'Artagnan... Triste ser mosqueteira assim, sem amo.

foto retirada de writemindset.com