Eu ando do lado esquerdo do passeio e da vida.
Eu sinto o lado esquerdo a mais.
Eu amo virada para o lado esquerdo do sonho.
Tudo o que fica do outro lado que não vejo
é vão,
vazio,
ausência em mim.
Sou então uma mulher em desequilíbrio
quase a cair.
No fundo da queda há um lado esquerdo roto
rasgado
nu
ensanguentado.
Gosto muito mais desse lado
que se cicatriza e cresce desmesuradamente.
Há que cuidar do outro também.
Não quero parecer a mulher elefante.
No que já sou afinal.
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