quarta-feira, 4 de novembro de 2015
A comuna paradisíaca dos avós
ou de como chegaremos a ser sábias, bonitas e velhas
De vez em quando, penso como chegarei à idade maior. Visualizo-me a chegar aos 100 anos, sem maleitas nem dores, sorrindo sempre e muito lenta.Para isso, às vezes decido que, dia-a-dia, preciso de ter esse objectivo/visualização na cabeça. Já deixei de fumar há 11 meses. Comecei a fazer exercício. Não como carne. Não me alimento propriamente mal. Sonho muito. Durmo bem e sem despertadores. Rio-me bastante. Quero dançar mais. Relaciono-me com animais e em breve ainda mais.
E, felizmente, conheço algumas verdadeiras vivas inspirações que já tocam os 80. Hoje apresento-vos apenas três delas:
A senhora Luísa (grata Gabriela por a partilhares comigo), grata Luísa por me deixar chamar-lhe avó de vez em quando.
O Manuel Maneira poeta, artista, agricultor, companheiro, para o qual não sobram nem chegam as palavras. Acaba de lançar um livro à beira dos 80 anos e é uma verdadeira inspiração para uma enorme e dispersa comunidade no Alentejo.
A Lucinda ainda conduz o seu pequeno carrito branco, todos os dias... e, apesar do luto carregado, tem um sorriso tão malandro que dá gosto desafiar em cada momento.
e tanta gente mais... que apresentarei a seu tempo.
E depois há ideias e organizações.
Este projecto é, há anos, uma inspiração para mim: http://www.elmundo.es/madrid/2014/06/14/539c8bcc268e3e3f6c8b4572.html
e hoje chegou-me às mãos este maravilhoso artigo:
https://www.diagonalperiodico.net/culturas/28104-viejas-pellejas-tradiciones-y-vanguardias.html
o meu elixir de menta da Grécia...
comprar um recipiente de plástico com um líquido colorido dentro cheio de químicos para pôr na boca? para quê???!!!!
Desta foi a vez de experimentar a receita caseira do elixir bucal...
Ingredientes:
Desta foi a vez de experimentar a receita caseira do elixir bucal...
Ingredientes:
meio litro de água a ferver
4 colheres de chá de menta seca
2 colheres de chá de sementes de anis (usei estrelas de anis inteiras)
Deitei a água sobre a menta e as sementes de anis. Tapei, deixei arrefecer. Depois foi só coar e guardar numa garrafa de vidro. Agitarei antes de usar... mas não sei para quê ;-)
Agitei também antes de usar. parece que fica mais activo tudo, assim.
Fiz esta receita com menta da Grécia porque ela teve a amabilidade de me vir amorosamente parar às mãos. Obrigada, meu amor!
Suspeito que pode ser feito com qualquer menta caseira que tenham no quintal (seca) ou comprem no mercado biológico mais próximo de vocês.
Agitei também antes de usar. parece que fica mais activo tudo, assim.
Fiz esta receita com menta da Grécia porque ela teve a amabilidade de me vir amorosamente parar às mãos. Obrigada, meu amor!
Suspeito que pode ser feito com qualquer menta caseira que tenham no quintal (seca) ou comprem no mercado biológico mais próximo de vocês.
Fora com os maus cheiros em tecidos e também no ambiente!
Ingredientes (para 1 litro de água)
1 litro de água
1/4 copo de álcool
1 colher de sopa de bicarbonato de sódio
1/2 copo de vinagre de álcool
1 colher de sopa de amaciador de roupa
Preparação:
Juntar primeiro a água, o álcool e o bicarbonato. Vai efervescer e criar espuma. É bom usar um recipiente um pouco maior do que a quantidade a misturar.
No final, juntar o vinagre e o amaciador.
Depois, colocar a mistura num borrifador e pode ser aplicado em cortinas, cobertores, tecidos, sofás.
Para usar no ambiente, fazer a mesma mistura mas com umas gotas de óleo essencial em vez do amaciador.
Eu costumo usar essência de alfazema ou de maçã verde.
1 litro de água
1/4 copo de álcool
1 colher de sopa de bicarbonato de sódio
1/2 copo de vinagre de álcool
1 colher de sopa de amaciador de roupa
Preparação:
Juntar primeiro a água, o álcool e o bicarbonato. Vai efervescer e criar espuma. É bom usar um recipiente um pouco maior do que a quantidade a misturar.
No final, juntar o vinagre e o amaciador.
Depois, colocar a mistura num borrifador e pode ser aplicado em cortinas, cobertores, tecidos, sofás.
Para usar no ambiente, fazer a mesma mistura mas com umas gotas de óleo essencial em vez do amaciador.
Eu costumo usar essência de alfazema ou de maçã verde.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
para contar
Quando te sintas triste menina- dizia a minha avó- entrança o cabelo,
prende a dor na madeixa e deixa escapar o cabelo solto quando o vento do
norte sopre com força. O nosso cabelo é uma rede capaz de apanhar tudo,
é forte como as raízes do cipreste e suave como a espuma do atole.
Que não te apanhe desprevenida a melancolia minha neta, ainda que tenhas o coração despedaçado ou os ossos frios com alguma ausência. Não deixes que a tristeza entre em ti com o teu cabelo solto, porque ela irá fluir em cascata através dos canais que a lua traçou no teu corpo. Trança a tua tristeza, dizia. Trança sempre a tua tristeza.
E na manhã ao acordar com o canto do pássaro, ele encontrará a tristeza pálida e desvanecida entre o trançar dos teus cabelos…"
Registo da antropóloga Paola Klug, Fotografia tirada na Nicarágua por Candelaria Rivera, do ensaio fotográfico: "Amor de Campo"
Que não te apanhe desprevenida a melancolia minha neta, ainda que tenhas o coração despedaçado ou os ossos frios com alguma ausência. Não deixes que a tristeza entre em ti com o teu cabelo solto, porque ela irá fluir em cascata através dos canais que a lua traçou no teu corpo. Trança a tua tristeza, dizia. Trança sempre a tua tristeza.
E na manhã ao acordar com o canto do pássaro, ele encontrará a tristeza pálida e desvanecida entre o trançar dos teus cabelos…"
Registo da antropóloga Paola Klug, Fotografia tirada na Nicarágua por Candelaria Rivera, do ensaio fotográfico: "Amor de Campo"
domingo, 20 de setembro de 2015
sábado, 12 de setembro de 2015
Mau cheiro na sapateira?
literalmente roubado daqui, partilho ainda antes de tudo experimentar.
Remova os sapatos
Antes de por algo no armário para remover o cheiro
dos sapatos, reduza a fonte do mau cheiro. Ao invés de armazenar seus
sapatos no armário, remova os sapatos de estação. Por exemplo, se é
verão, coloque suas botas em uma caixa para armazenamento e a coloque em
uma área afastada. Outra opção é armazenar os sapatos em um recipiente
hermético embaixo de sua cama.
Cada par de sapatos
Reduza o cheiro de cada par de sapatos, para melhorar a qualidade
de ar do armário. Salpique um pouco de bicarbonato de sódio nos
sapatos, para absorver os odores. Chacoalhe e jogue o bicarbonato fora
antes de vestir os sapatos. Coloque um pouco de sal de mesa nos sapatos
de lona para ajudar a absorver a umidade causadora dos odores. Assim
como o bicarbonato, sacuda e jogue o sal fora antes de calçar os
sapatos. Coloque uma folha de amaciante ou um bloco de cedro em cada
sapato, para absorver o cheiro. Algumas vezes, a resposta é tratar seus
pés com um produto próprio criado para manter seus pés secos, assim
reduz os danos que seus pés causam às palmilhas de seus sapatos.
Limpeza
Absorventes de odor
Coloque
algum tipo de absorvente de odor no armário para absorver o cheiro.
Pode ser pedaços de cedro, uma caixa de bicarbonato, uma tigela de areia
de gato ou carvão fino ativado, que é vendido em "pet shops" para
aquários de peixe. Ao invés de carvão ativado, briquetes de carvão
também absorvem odor. Outro absorvente é o café em grãos fresco. Deixe
cerca de 0,20 g de grãos frescos no armário como ajuda para se livrar do
mau cheiro dos sapatos.
quarta-feira, 27 de maio de 2015
o caminho de uma aprendiz de palhaça
O caminho parece fazer todo o sentido quando o que projectamos ou secretamente desejamos e o que a vida nos vai brindando se aproximam como a carne da pele...
ssssshiu... falemos baixinho.
:-)
tenho andado a sonhar com o Slava.
Paris, Clown, Castelo de Vide, ... poesia, etc e tal.
no fim-de-semana passado, no taller "corazón payaso" com Wendy Ramos, no Ciclo "Very important woman" fez aparecerem mais umas quantas certezas.
Lá, conheço a Lena, trabalhadora dos PsF com quem cruzo empatias e lágrimas. Eu comecei a ser palhaça por causa deles, recordemos! Conheço ainda as Almazen(as) Mar e Macarena. Especial encontro e empatias.
Para além de abraçar tanta outra gente bonita em quem semeei sorrisos e vontades de viajar aos Açores. No final do fim-de-semana há 3 certezas: Sue Morrison, Pepe Nuñez (escola de clown) e o meu angelito peruano de 2010 que há que sanar. Há que curar o passado! Inventa-se um "clown y llanto" onde sou maestra! Encontro-me ainda em Barcelona com a Celia Ruiz e conheço as Bellotas.
Agora, no Circ Cric... a não ser agora não sei quando viria realizar também este sonho, conheci o Tortell.
Re-abracei o Pepe Nuñez e a Laura Bolón, volta a mover-se a rede internacional de palhaças fundada nos Açores, e inicio o workshop com Caroline Obin. Toda uma surpresa e a certeza de que é exactamente EXACTAMENTE isto o que necessito neste momento, enquanto artista e palhaça!
Ela cita o Slava. Sorrio. Parece fechar-se este círculo.
Passamos agora ao próximo círculo da espiral.
Andi, Pai Rui, preciso de sapatos velhos vossos!!! Quanto maiores melhor! ;-)
Já tenho um vestido verde e comprei um peixe novo para a Luna.
A minha vizinha de quarto chama-se Mercedes e vive em Lanzarote.
A vida continua, pelos montes, perdida na noite pelos bosques, em caravana, sonhando e fazendo e sendo. Sempre!
:-)
ssssshiu... falemos baixinho.
:-)
tenho andado a sonhar com o Slava.
Paris, Clown, Castelo de Vide, ... poesia, etc e tal.
no fim-de-semana passado, no taller "corazón payaso" com Wendy Ramos, no Ciclo "Very important woman" fez aparecerem mais umas quantas certezas.
Lá, conheço a Lena, trabalhadora dos PsF com quem cruzo empatias e lágrimas. Eu comecei a ser palhaça por causa deles, recordemos! Conheço ainda as Almazen(as) Mar e Macarena. Especial encontro e empatias.
Para além de abraçar tanta outra gente bonita em quem semeei sorrisos e vontades de viajar aos Açores. No final do fim-de-semana há 3 certezas: Sue Morrison, Pepe Nuñez (escola de clown) e o meu angelito peruano de 2010 que há que sanar. Há que curar o passado! Inventa-se um "clown y llanto" onde sou maestra! Encontro-me ainda em Barcelona com a Celia Ruiz e conheço as Bellotas.
Agora, no Circ Cric... a não ser agora não sei quando viria realizar também este sonho, conheci o Tortell.
Re-abracei o Pepe Nuñez e a Laura Bolón, volta a mover-se a rede internacional de palhaças fundada nos Açores, e inicio o workshop com Caroline Obin. Toda uma surpresa e a certeza de que é exactamente EXACTAMENTE isto o que necessito neste momento, enquanto artista e palhaça!
Ela cita o Slava. Sorrio. Parece fechar-se este círculo.
Passamos agora ao próximo círculo da espiral.
Andi, Pai Rui, preciso de sapatos velhos vossos!!! Quanto maiores melhor! ;-)
Já tenho um vestido verde e comprei um peixe novo para a Luna.
A minha vizinha de quarto chama-se Mercedes e vive em Lanzarote.
A vida continua, pelos montes, perdida na noite pelos bosques, em caravana, sonhando e fazendo e sendo. Sempre!
:-)
segunda-feira, 4 de maio de 2015
o teatro que eu amo... por Slava Polunin
What Is My Kind of Theatre?
or
The Theatre I Love
- It is a kind
of wedding cavalcade,or
The Theatre I Love
where I try to marry everyone to everyone;
- It is a theatre of ritual magic
and festive pageantry,
constructed on the basis of images and movements,
games and fantasies,
that are the common creation of the audience and the people of the theatre;
- It is a theatre which inexorably grows
from dreams and tales;
- It is a theatre of hopes and dreams,
full of longing and loneliness,
losses and disillusionment;
- It is a theatre which always changes,
which breaths spontaneous improvisation
and cares scrupulously for tradition;
- It is in the vein of contemporary
multi-layered synthesis,
on the boundary of life and art;
- It is a theatre that works in an epic-intimate alloy
of tragedy and comedy,
of absurdity and naivity,
of cruelty and gentleness;
- It is a theatre which escapes
definition and the unequivocal
understanding of its actions,
as from attempts
to usurp its freedom.
Slava Polunin
segunda-feira, 27 de abril de 2015
segunda-feira, 20 de abril de 2015
esto no es una escuela
esto no es una escuela
é um projecto que gostei muito de conhecer.
continuo a surpreender-me com as coisas que, sem procurar, me vêm tropeçar aos olhos e nos pés.
ali encontrei "esto es un viaje" e sinto a urgência de partilhar.
pedalando, pedalando, pedalando até adormecer.
:-)
https://vimeo.com/95319388
é um projecto que gostei muito de conhecer.
continuo a surpreender-me com as coisas que, sem procurar, me vêm tropeçar aos olhos e nos pés.
ali encontrei "esto es un viaje" e sinto a urgência de partilhar.
pedalando, pedalando, pedalando até adormecer.
:-)
https://vimeo.com/95319388
terça-feira, 7 de abril de 2015
viaja...
"Viaja, mas leva contigo toda a música que puderes (...) Leva a música
da árvore, da romã, a música da ilha do sul, a música da primeira
ocarina da manhã. Viaja e vai ampliando esse búzio com que escutas o
mundo (...)"
Daniel Gonçalves In Poesia Reanimada.
Daniel Gonçalves In Poesia Reanimada.
terça-feira, 24 de março de 2015
uma picarota em Palmela
Continuo a sentir-me imensamente privilegiada pela generosidade destas mulheres que simplesmente pelo facto de me abrirem a porta, deixam que o mundo já se vá pondo um bocadinho melhor!
segunda-feira, 23 de março de 2015
de Herberto Helder
Não sei como dizer-te que minha voz te procura
e a atenção começa a florir, quando sucede a noite
esplêndida e vasta.
Não sei o que dizer, quando longamente teus pulsos
se enchem de um brilho precioso
e estremeces como um pensamento chegado. Quando,
iniciado o campo, o centeio imaturo ondula tocado
pelo pressentir de um tempo distante,
e na terra crescida os homens entoam a vindima
— eu não sei como dizer-te que cem ideias,
dentro de mim, te procuram.
Quando as folhas da melancolia arrefecem com astros
ao lado do espaço
e o coração é uma semente inventada
em seu escuro fundo e em seu turbilhão de um dia,
tu arrebatas os caminhos da minha solidão
como se toda a casa ardesse pousada na noite.
— E então não sei o que dizer
junto à taça de pedra do teu tão jovem silêncio.
Quando as crianças acordam nas luas espantadas
que às vezes se despenham no meio do tempo
— não sei como dizer-te que a pureza,
dentro de mim, te procura.
Durante a primavera inteira aprendo
os trevos, a água sobrenatural, o leve e abstracto
correr do espaço —
e penso que vou dizer algo cheio de razão,
mas quando a sombra cai da curva sôfrega
dos meus lábios, sinto que me faltam
um girassol, uma pedra, uma ave — qualquer
coisa extraordinária.
Porque não sei como dizer-te sem milagres
que dentro de mim é o sol, o fruto,
a criança, a água, o deus, o leite, a mãe,
o amor,
que te procuram.
(excerto do poema «Tríptico», publicado em A Colher na Boca, 1961)
ganhos e perdas
Caminhando pela cidade, dirijo-me à paragem do autocarro, enquanto decido:
- Vou deixar de me queixar pelo facto de não ter carro... vou deixar de ter a boleia como primeira alternativa... vou aproveitar o que a vida de transporte público me dá.
e pensava coisas novas e tinha ideias plim...
sento-me à espera. 5, 10, 15 minutos...
e o autocarro não vem.
resultado?
aquele que eu ia apanhar não passa naquela paragem.
passadas 2h chego a casa. os 10 km que separam a minha casa da cidade saem muito caros, assim.
ganhos?
apanho outro autocarro, e caminho mais 15mn para chegar a casa. venho à beira-mar, passo por uma resma de homens que silenciam a conversa quando passo, digo boa tarde às pessoas, cumprimento um cão, sorrio, exercito o corpo e a mente...
- Vou deixar de me queixar pelo facto de não ter carro... vou deixar de ter a boleia como primeira alternativa... vou aproveitar o que a vida de transporte público me dá.
e pensava coisas novas e tinha ideias plim...
sento-me à espera. 5, 10, 15 minutos...
e o autocarro não vem.
resultado?
aquele que eu ia apanhar não passa naquela paragem.
passadas 2h chego a casa. os 10 km que separam a minha casa da cidade saem muito caros, assim.
ganhos?
apanho outro autocarro, e caminho mais 15mn para chegar a casa. venho à beira-mar, passo por uma resma de homens que silenciam a conversa quando passo, digo boa tarde às pessoas, cumprimento um cão, sorrio, exercito o corpo e a mente...
lei de hoje
Abstenham-se de aproximar de mim críticas, queixas, determinações negativas.
Fico surda para essas palavras.
(por causa disto: http://evolucionconsciente.org/40-formas-de-eliminar-el-karma-de-tu-vida/)
Fico surda para essas palavras.
(por causa disto: http://evolucionconsciente.org/40-formas-de-eliminar-el-karma-de-tu-vida/)
sexta-feira, 13 de março de 2015
woman at work - 39 fotos e mais uma!
A propósito do nº 39,
no mês do meu 39º aniversário, partilho uma foto que podia muito bem fazer parte da série de 39 que o Huffington Post publicou no passado dia 6 :-)
no mês do meu 39º aniversário, partilho uma foto que podia muito bem fazer parte da série de 39 que o Huffington Post publicou no passado dia 6 :-)
Foto©Maria Simões. Perú.2010
quarta-feira, 11 de março de 2015
Necessitamos de arte
"El arte en todas sus manifestaciones constituye una característica
esencial que identifica al ser humano, ha permitido transmitir la
cultura en toda su extensión y ha sido y es básico para su
supervivencia. Nuestro cerebro plástico necesita el arte. Ya en los
primeros años y de forma natural el niño juega, canta, baila, dibuja y
todas estas actividades son imprescindibles para su correcto desarrollo
sensorial, motor, cognitivo, emocional y en definitiva cerebral que le
van a permitir aprender a aprender. Y realizando todas estas actividades
el niño se divierte, muestra orgulloso sus resultados a los demás,
intenta mejorar y ésta es una forma efectiva de entrenar una de las
grandes virtudes del ser humano: el autocontrol.
La educación artística es una necesidad no porque nos haga más
inteligentes sino porque nos permite adquirir toda una serie de
competencias y rutinas mentales que están en plena consonancia con la
naturaleza social del ser humano y que son imprescindibles para el
aprendizaje de cualquier contenido curricular. Y esto es útil para todos
los alumnos, por lo que se convierte en una forma estupenda de atender
la diversidad en el aula."
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domingo, 8 de março de 2015
O país está electrificado...
O país está electrificado. Restam algumas casas isoladas ou apanhadas
pela pobreza extrema, como a que Olga partilha com o irmão ou a que João
habita sozinho no Marco de Canaveses.
O alecrim e o tomilho não disfarçam o cheiro a fumo entranhado na casa de granito tosco. É uma casa pequena, apenas um quarto a dar para uma cozinha, sem chaminé, nem luz, nem água, nem gás, nem chão fiável, só alguns móveis e a lareira que Olga Ribeiro daqui a pouco acenderá.
Nunca teve electricidade. “Antigamente, ninguém tinha”, diz a mulher de rosto redondo, rosado. À luz da candeia, fazia-se muita lida de casa — e até trabalho agrícola. Mudou-se para esta casa aos seis anos, já lá vão 34, mas não a toma por sua. O senhorio morreu. “Os herdeiros não vieram procurar renda. Se ponho luz, ainda aparecem aí a dizer: ‘Quem mandou?’”
Há uns anos, atreveram-se a deitar uma camada de cimento no chão do quarto. O que lhes custou juntar dinheiro para aquilo! Na cozinha deixaram estar a terra e a pedra irregular. Nunca fizeram casa de banho. Lavam-se num balde grande, de plástico, igual ao que outros usam nas vindimas. Nunca fizeram retrete. “É lá fora, ao ar livre”, diz ela. Não têm água canalizada. “Vamos buscá-la à fonte.”
Num canto da cozinha, sobrepõem-se rolos de loureiro que o irmão, António, cortou com o serrote oval, agora pendurado na parede. António não se vê. Anda de roda das três ovelhas. Só Olga está em casa. Foi buscar uma couve penca à horta. Daqui a nada, há-de pôr a panela ferrugenta ao lume, com a couve, um punhado de feijão, três ou quatro batatas e água a cobrir tudo isso.
(continuar a ler aqui)
foto: Adriano Miranda / texto: Ana Cristina Pereira
O alecrim e o tomilho não disfarçam o cheiro a fumo entranhado na casa de granito tosco. É uma casa pequena, apenas um quarto a dar para uma cozinha, sem chaminé, nem luz, nem água, nem gás, nem chão fiável, só alguns móveis e a lareira que Olga Ribeiro daqui a pouco acenderá.
Nunca teve electricidade. “Antigamente, ninguém tinha”, diz a mulher de rosto redondo, rosado. À luz da candeia, fazia-se muita lida de casa — e até trabalho agrícola. Mudou-se para esta casa aos seis anos, já lá vão 34, mas não a toma por sua. O senhorio morreu. “Os herdeiros não vieram procurar renda. Se ponho luz, ainda aparecem aí a dizer: ‘Quem mandou?’”
Há uns anos, atreveram-se a deitar uma camada de cimento no chão do quarto. O que lhes custou juntar dinheiro para aquilo! Na cozinha deixaram estar a terra e a pedra irregular. Nunca fizeram casa de banho. Lavam-se num balde grande, de plástico, igual ao que outros usam nas vindimas. Nunca fizeram retrete. “É lá fora, ao ar livre”, diz ela. Não têm água canalizada. “Vamos buscá-la à fonte.”
Num canto da cozinha, sobrepõem-se rolos de loureiro que o irmão, António, cortou com o serrote oval, agora pendurado na parede. António não se vê. Anda de roda das três ovelhas. Só Olga está em casa. Foi buscar uma couve penca à horta. Daqui a nada, há-de pôr a panela ferrugenta ao lume, com a couve, um punhado de feijão, três ou quatro batatas e água a cobrir tudo isso.
(continuar a ler aqui)
sexta-feira, 6 de março de 2015
Nidaa Badwan - uma fotógrafa encerrada no seu quarto na faixa de gaza
Foi durante mais de um ano que Nidaa Badwan praticamente não saiu do seu
quarto. Tinha pouco mais que 9 metros quadrados. Com apenas uma janela e
um candeeiro, isto foi muito mais que uma mera birra: a fotógrafa
mostra-nos o que esteve a fazer durante tanto tempo, e como criou o seu
próprio mundo no meio de uma zona de conflito.
Ler mais aqui.
Ler mais aqui.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Viola Smith
Já é tempo de dar início a uma nova rubrica há muito esquivada.
Hoje começo oficialmente a falar de mulheres incríveis!
Hoje começo oficialmente a falar de mulheres incríveis!
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
a beleza está em todas as partes!
Mais uma razão para eu querer ser meia-nómada :-)
http://www.boredpanda.com/women-portraits-atlas-of-beauty-mihaela-noroc/
http://www.boredpanda.com/women-portraits-atlas-of-beauty-mihaela-noroc/
domingo, 15 de fevereiro de 2015
continuo a filmar histórias de mulheres
Mais dois dias de entrevistas, a alma ainda mais cheia e o trabalho ainda não chega a meio.
Adoro ouvir contar histórias.
Por mim, este projecto acompanhar-me-ia toda a vida.
Não parava por aqui.
Quem sabe?
E que não fique por contar a peripécia diária com as questões técnicas destas filmagens...
Um dia é a bateria, outro dia a memória, outro dia os cartões incompatíveis, outro dia o tempo de copiar para o computador, outro dia a luz sempre a mudar (estamos nos Açores, não é?), outro dia perdemos o autocarro e outro dia sei lá que mais vai acontecer...?
Mas todos os dias (todos!) há algo extra-ordinário pra contar...
Não tinha que ser fácil, pois não. Assim, talvez faça mais sentido!
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
Volto a estar detrás da câmara! Tão bom!!!
Uns anos depois, volto a agarrar a câmara de filmar e a olhar para dentro das histórias de mulheres nos Açores.
Apesar do cansaço e das dificuldades (?) técnicas, está a ser uma experiência maravilhosa!
O caminho ainda só está no início, mas estas três mulheres já captaram a minha alma!
Obrigada Umar-Açores por confiar no meu olhar, outra vez.
Obrigada Umar-nacional por continuar a fazer tanta coisa que vale tanto a pena!!!
Obrigada Mário Roberto por todo o equipamento e a generosidade, sempre.
Obrigada Gabriela por tua condução, paciência e risos partilhados.
Obrigada, Clarisse, por andar ao meu lado e por se deixar distrair com a beleza da vida, junto a mim.
Apesar do cansaço e das dificuldades (?) técnicas, está a ser uma experiência maravilhosa!
O caminho ainda só está no início, mas estas três mulheres já captaram a minha alma!
Obrigada Umar-Açores por confiar no meu olhar, outra vez.
Obrigada Umar-nacional por continuar a fazer tanta coisa que vale tanto a pena!!!
Obrigada Mário Roberto por todo o equipamento e a generosidade, sempre.
Obrigada Gabriela por tua condução, paciência e risos partilhados.
Obrigada, Clarisse, por andar ao meu lado e por se deixar distrair com a beleza da vida, junto a mim.
sábado, 7 de fevereiro de 2015
E uma camisa, és capaz de passar?
¬ E uma camisa, és capaz de passar?
¬ Acho que sim. Não há de ser muito difícil.
¬ Por acaso é. É das coisas mais difíceis de passar a ferro, uma camisa. Mas pronto, achas que és capaz?
¬ Se é das coisas mais difíceis, por que é que me pedes para passar precisamente a camisa?
¬ Eu não te estou a pedir. Estou a perguntar se és capaz. Calculo que não, mas pergunto à mesma.
¬ Isto parece conversa de malucos.
¬ Eu é que estou a dar em maluca ao ver a quantidade de coisas que tu não sabes fazer. Comecei pelas simples. Já vi que não sabes. Pode ser que sejas bom nas complicadas.
¬ Já te disse que não sei passar a ferro.
¬ Não. Tu disseste que não sabes passar T-shirts nem calças. E quando te perguntei se nunca tinhas aprendido, ficaste ofendido. Ora, as calças de ganga devem ser a coisa mais simples de passar a ferro. Mas fácil do que isso, só se for um lençol. Mas tu, nem isso.
¬ Lembra-me por que é que estamos a ter esta conversa.
¬ Porque namoramos há quatro meses, tu tens mais de 40 anos, já foste casado e eu nunca te vi a mexer uma palha em casa. E agora achei que era boa ideia esclarecer o assunto.
¬ Porquê agora?
¬ Porque ontem voltaste a falar em vivermos juntos.
¬ O que é que uma coisa tem a ver com a outra?
¬ Deves estar a brincar. Gosto muito de ti, mas achas que vou meter em minha casa uma pessoa que não sabe cozinhar? Que não passa a ferro, não limpa o pó…
¬ Mas tu queres um namorado ou uma empregada?
¬ Eu quero uma pessoa com quem possa partilhar tarefas. Também quero partilhar a vida, a cama, as refeições, rebeubéu, pardais ao ninho. Isso é tudo muito bonito. Mas tem de ser alguém que se mexa.
¬ Já sabias que não sou muito prendado nas lides da casa.
¬ Eu já sabia que és um menino e que nunca fizeste nada em casa porque a tua mãe, as tuas irmãs e a vossa empregada faziam tudo. Tu e o teu pai eram uns lordes. Mas não sabia que tu nem sequer sabes estrelar um ovo. Pensei que não gostasses muito. Mas na verdade não sabes.
¬ Nunca precisei. E vais ficar chateada comigo por causa disso?
¬ Chateada? Eu?! Não. Vou é pensar trinta vezes antes de me meter na aventura de viver contigo. Tu é que estás habituado a criadas, não sou eu.
¬ Não sei passar camisas, mas sei fazer outras coisas.
¬ Ah sim? Então quais, ó senhor homem? Estás a falar de bricolage? O que é que tu sabes fazer? Sabes mudar uma torneira?
¬ Não, isso não. Para isso chamo um canalizador.
¬ E usar um berbequim? E fazer uma puxada de luz e montar uma tomada? E tapar uns buracos na parede para a pintar? Sabes? Se me vais dizer que és um artista a mudar lâmpadas, eu vou-me rir. Porque isso faço eu. Isso e as outras coisas todas. E também escusas de dizer que sabes aparar a relva porque eu não tenho quintal.
¬ Sei tratar do carro. Sabes fazer isso?
¬ Tratar de um carro? Correias de distribuição, folgas nos foles, ignição, discos de travão…? Isso não conta para o currículo de casa. Para isso vou a um mecânico.
¬ Estás mesmo a ponderar o nosso futuro em função do que eu faço em casa?
¬ Estou. E se outras mulheres fizessem o que eu estou a fazer, poupavam muitos dissabores. Para tua informação, sintonizar os canais da televisão e garantir que está tudo bem com o wi-fi não é grande ajuda hoje em dia.
¬ Se calhar devias queixar-te à minha mãe.
¬ Eu? Tu é que devias. E agradecer-lhe pela educação que não te deu. Ao menos sabes ir às compras? Escolher fruta. Comparar preços? Ver a melhor carne?
¬ Não.
¬ Então, além do sexo e de perceberes de música e de cinema, tu serves para quê, ao certo…?
Paulo Farinha, texto retirado daqui
postado cá porque é um excelente diálogo teatral e assim não se perde :-)
¬ Acho que sim. Não há de ser muito difícil.
¬ Por acaso é. É das coisas mais difíceis de passar a ferro, uma camisa. Mas pronto, achas que és capaz?
¬ Se é das coisas mais difíceis, por que é que me pedes para passar precisamente a camisa?
¬ Eu não te estou a pedir. Estou a perguntar se és capaz. Calculo que não, mas pergunto à mesma.
¬ Isto parece conversa de malucos.
¬ Eu é que estou a dar em maluca ao ver a quantidade de coisas que tu não sabes fazer. Comecei pelas simples. Já vi que não sabes. Pode ser que sejas bom nas complicadas.
¬ Já te disse que não sei passar a ferro.
¬ Não. Tu disseste que não sabes passar T-shirts nem calças. E quando te perguntei se nunca tinhas aprendido, ficaste ofendido. Ora, as calças de ganga devem ser a coisa mais simples de passar a ferro. Mas fácil do que isso, só se for um lençol. Mas tu, nem isso.
¬ Lembra-me por que é que estamos a ter esta conversa.
¬ Porque namoramos há quatro meses, tu tens mais de 40 anos, já foste casado e eu nunca te vi a mexer uma palha em casa. E agora achei que era boa ideia esclarecer o assunto.
¬ Porquê agora?
¬ Porque ontem voltaste a falar em vivermos juntos.
¬ O que é que uma coisa tem a ver com a outra?
¬ Deves estar a brincar. Gosto muito de ti, mas achas que vou meter em minha casa uma pessoa que não sabe cozinhar? Que não passa a ferro, não limpa o pó…
¬ Mas tu queres um namorado ou uma empregada?
¬ Eu quero uma pessoa com quem possa partilhar tarefas. Também quero partilhar a vida, a cama, as refeições, rebeubéu, pardais ao ninho. Isso é tudo muito bonito. Mas tem de ser alguém que se mexa.
¬ Já sabias que não sou muito prendado nas lides da casa.
¬ Eu já sabia que és um menino e que nunca fizeste nada em casa porque a tua mãe, as tuas irmãs e a vossa empregada faziam tudo. Tu e o teu pai eram uns lordes. Mas não sabia que tu nem sequer sabes estrelar um ovo. Pensei que não gostasses muito. Mas na verdade não sabes.
¬ Nunca precisei. E vais ficar chateada comigo por causa disso?
¬ Chateada? Eu?! Não. Vou é pensar trinta vezes antes de me meter na aventura de viver contigo. Tu é que estás habituado a criadas, não sou eu.
¬ Não sei passar camisas, mas sei fazer outras coisas.
¬ Ah sim? Então quais, ó senhor homem? Estás a falar de bricolage? O que é que tu sabes fazer? Sabes mudar uma torneira?
¬ Não, isso não. Para isso chamo um canalizador.
¬ E usar um berbequim? E fazer uma puxada de luz e montar uma tomada? E tapar uns buracos na parede para a pintar? Sabes? Se me vais dizer que és um artista a mudar lâmpadas, eu vou-me rir. Porque isso faço eu. Isso e as outras coisas todas. E também escusas de dizer que sabes aparar a relva porque eu não tenho quintal.
¬ Sei tratar do carro. Sabes fazer isso?
¬ Tratar de um carro? Correias de distribuição, folgas nos foles, ignição, discos de travão…? Isso não conta para o currículo de casa. Para isso vou a um mecânico.
¬ Estás mesmo a ponderar o nosso futuro em função do que eu faço em casa?
¬ Estou. E se outras mulheres fizessem o que eu estou a fazer, poupavam muitos dissabores. Para tua informação, sintonizar os canais da televisão e garantir que está tudo bem com o wi-fi não é grande ajuda hoje em dia.
¬ Se calhar devias queixar-te à minha mãe.
¬ Eu? Tu é que devias. E agradecer-lhe pela educação que não te deu. Ao menos sabes ir às compras? Escolher fruta. Comparar preços? Ver a melhor carne?
¬ Não.
¬ Então, além do sexo e de perceberes de música e de cinema, tu serves para quê, ao certo…?
Paulo Farinha, texto retirado daqui
postado cá porque é um excelente diálogo teatral e assim não se perde :-)
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
ARTIVISMO
às vezes, a meio do meu trabalho que, tento, sempre intervém e se posiciona a favor da justiça, da igualdade e da cooperação, propondo a construção de um mundo melhor, incentivando uma certa transformação social, sinto, como diz a canção, "uma raiva a nascer-me nos dentes".
por exemplo, ler notícias como estas faz-me definitivamente perguntar: afinal?! Afinal que faço com a minha arte tão pouco transformadora?
E sinto uma enorme vontade de sair mais e mais para a rua de dedo em riste a denunciar!
E a raiva aumenta! e o sentido de responsabilidade também! e não vejo a hora de que chegue o dia!
caramba! para quê e quem um espectáculo chamado UTOPIO a desejar correr mundo, quando o mundo parece ser, efectivamente, essa flor que não se cheira?...
a rua chama-me cada vez mais...
por exemplo, ler notícias como estas faz-me definitivamente perguntar: afinal?! Afinal que faço com a minha arte tão pouco transformadora?
E sinto uma enorme vontade de sair mais e mais para a rua de dedo em riste a denunciar!
E a raiva aumenta! e o sentido de responsabilidade também! e não vejo a hora de que chegue o dia!
caramba! para quê e quem um espectáculo chamado UTOPIO a desejar correr mundo, quando o mundo parece ser, efectivamente, essa flor que não se cheira?...
a rua chama-me cada vez mais...
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
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