quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

o aqui e agora... e o depois?

eu já tinha reflectido sobre isto.. mas não tinha colocado aqui.
Quando tomei a decisão (9 meses depois de isso me aparecer na cabeça, pela 1ª vez, com alguma seriedade maior) de ir para a América do Sul, em 2010, fazer trabalho de voluntariado (sendo 'um ano' um período apenas indicativo de uma vontade e não nenhuma convicção temporal estricta e perfeitamente programada) levei algum tempo antes de partilhar isso com as minhas companheiras descalças.
Nesse dia, em Julho, quando conversei com elas e lhes apresentei essa minha decisão, que aceitaram como se compreendessem até melhor do que eu os motivos deste meu desejo, tive um misto de dúvida... "Agora que já assumi, tenho dúvidas. Tenho medo de não ser isso. Tenho medo de estar a fugir..." - pensei.
Hoje, passados alguns meses e muito trabalho feito, realizado e sonhado, volto a mim e não tenho as mesmas dúvidas. Já compreendi qual o meu maior medo. E as coisas são todos os dias mais simples. EU VOU. Não sei se é por um ano, se por 3 meses, se por 100 dias ou se lá vou ficar toda a vida... Isso não me importa hoje, como não importa a nenhuma das pessoas que gosta de mim e está já a viver comigo esta viagem. Mas... ironia do destino. Desde a decisão tomada, (ou apenas sou eu que estou mais atenta depois disso?) tantas coisas têm surgido como projectos, propostas, desafios para o próximo ano... Coisas para dizer... nim. É que, como diz a Simone de Beauvoir, o projecto mata! Hehe. E esses desafios são só uma ironia, são provocação. E o caminho que eu vou percorrer é certamente o caminho que eu tenho que percorrer. Hoje não tenho medo da ameaça de 'você vai viver a maior baixa de energia dos últimos 29 anos'... ora bolas... isso é o mesmo que dizer da sua vida... ou melhor, algures aos 4 anos devo ter tido uma baixa de energia como a que vou viver em 2010. Ok. Cá estarei. Lá estarei. Não lutarei contra ela. Aceito a baixa de energia e o que eu tenha que aprender. Essa viagem já começou... Hoje voltei a questionar-me sobre quem sou e como sou... na amizade, no amor. E esse questionar e conhecer-me vai sempre ser útil. Aqui e em qualquer lado do mundo. Estou a caminhar. Adoro não estar parada!

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