sexta-feira, 19 de abril de 2013

a fazer = a viver

há pouco mais de um mês,
despertei-me com a certeza da inevitabilidade de começar uma nova lista: a lista das coisas com que quero ocupar as horas de cada um dos meus dias, nesta vida.
inconscientemente,
algumas - chamemos-lhes - tarefas continuam a surgir, agora, como certezas por oposição a outras certezas de coisas que tenho feito e quero deixar de fazer.
será certamente difícil, a mudança.
tem sido, aliás, gradual.
uns dias depois de ter afirmado que não era mulher de sacrifícios,
encontro-me com a sensação de que ainda cumpro sacrifícios, afinal.
definitivamente quero viver com ainda menos dinheiro. a questão de um tecto e comida ficam a ser as questões primordiais, essenciais.
a essência. a disciplina. o rumo no olhar coincidente com o do coração.
não quero morrer estúpida. não quero morrer com sonhos por cumprir. não quero viver sem um sorriso na cara. não quero puxar carroças de realizações alheias.
reencontro-me numa espécie de "a minha missão" e isso passa por estar com outras pessoas com Arte.
com a arte própria de ser pessoa, eu mesma, na minha inquietação social e na minha solidão.
fecho-me cada vez mais atrás das rochas.
às vezes, sonho com o anonimato eterno e a transumância do meu próprio caminhar.
às vezes, sonho com ser guardadora de rebanhos.
vegetariana, claro!

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