Mas Paula Rego não vai só.
Leva consigo o seu trabalho do presente e do futuro. E o do passado também.
Leio:
"Duas centenas de obras de Paula Rego deixam Portugal. (...) Com a extinção da Fundação Paula Rego, a artista pediu a devolução de todas as pinturas, desenhos e aguarelas que tinha em Portugal como empréstimo à Casa das Histórias"
Não me preocupa excessivamente que as obras de Paula Rego deixem Portugal. Eu cá gosto do nomadismo e da ausência de propriedade, afinal.
O que não gosto e me preocupa é que Paula Rego seja mais uma EXTRAORDINÁRIA ARTISTA, como José Saramago ou Maria João Pires (para citar apenas dois nomes), a abandonar o país onde nasceu (e onde gostaria de viver e trabalhar), porque os seus compatriotas políticos são demasiado estúpidos e o povo demasiado brando.
Fosse Portugal um país, e a obra de Paula Rego (e ela própria) seriam, nem que fosse já no aeroporto, impedidas de sair por uma orda de gente orgulhosa de ter próximo de si aquilo que é belo e nos torna maiores! Não superiores. Maiores.
Preferia que vendessemos o Convento de Mafra, oulá se não preferia. Mil vezes! Acredito até que isso poderia dar para pagar a dívida externa que se diz que este país tem. Não dava?
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