terça-feira, 27 de julho de 2010

As crianças sao iguais e nao sao iguais, em todo o mundo. Por mais que tente escapar de ter cada vez mais experiências de teatro com crianças (apenas porque me apetecia trabalhar também com outro tipo de populaçao), parece que o caminho se desenha antes que eu decida o que quer que seja. Ando por Ollantaytambo rodeada de um enxame de meninos e meninas, como se eu tivesse mel. Rio-me apenas, porque nao tenho maos para tanto pedaço de gente. Riem-se também. E porque é que estas crianças nao sao iguais a todas? Porque nao brigam, nem discutem, e dizem que Siiiiii a tudo o que sao novos desafios e experiências. Como os clowns! Porque sabem os nomes das plantas e adoram mexer na terra. Porque, quando algo nao lhes interessa, apenas se afastam e buscam outra actividade. Porque semeiam amor, sem dúvidas. 
Vivo numa casa de família. A avó Laura tem 6 filhas, 17 netos e netas. Fez-me o almoço hoje, com esse tal do carinho universal de dar até ao que se nao tem! Mae, filha, neta e eu à mesa. Pela manha, saí de casa mao na mao com a Saoria, para o atelier de teatro. Isto é especial, sim.
Estou agora no Heart's Cafe - um café bonito na Plaza de Armas de Ollantaytambo cujas receitas revertem todas para os projectos de intervençao social da ONG criada pela sexagenária Sonia, uma britânica que adoptou o Peru (sem o conhecer) quando tinha 65 anos e se mudou para cá, trazendo toda a sua vida apenas em 2 malas na mao. A internet é gratuita até às 5h da tarde. Na rádio, a música oscila entre a energética, alegre e contagiante peruana e ... um Sting que agora me canta, como se temesse que eu esqueça que voo quando danço... Nao temas, rapaz! Nao temas.

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