A minha paciência será de facto interminável? A minha aceitaçao da vida tal como ela é, como se me apresenta, será de facto uma eterna aprendizagem que desejo? Quando reclamo pelo que considero direitos meus? Quando me zango? Nunca desisto de alguém? Até onde acho que o que acontece tem que acontecer, porque a vida está subtilmente traçada e tudo o que eu faça para seguir outro rumo me vai somente fazer esforçar-me demais por algo que nao tem, de facto, que passar-se? Quando pára a cabeça de querer calar o coraçao? Quando pára o coraçao de querer falar sôfrego de tanto que sente e pulsa? Porque nao se cala? Porque nao me calo? Porque nao páro, desapareço de uma vez da vida de tudo o que é passado e presente e ausência e distância em mim? Porque sinto coisas estranhas e a impermanência dentro de mim em conflito com o que é permanente? Porque sou eu um excesso? Porque sempre necessito esvaziar-me? Porque sou "toma, toma, toma"? Porque desejo ser ermita, viaxeira errante, semeadora, ao mesmo tempo que quero arrancar ao desejo a avalanche de possibilidades e fragilidades do meu ser?
pormenor da parede do meu quarto, em Ollantaytambo
Sem comentários:
Enviar um comentário