estação de campanhã, Porto.
5 mil euros e alguns trocos depois...
tenho finalmente duas lindas malas na mão! Escreveram o meu nome numa delas, com uma tal caneta cuja tinta não sei se se destatuará, mais tarde. Isso faz com que um arrumador de carros grite "Mariaaaaa!" à minha passagem. Pergunto-me: como saberá o meu nome? e plim, lembro-me do nome com enormes letras na mala amarela :-P
Agora, acho que a Luna vai ter que trabalhar bem para pagar toda esta despesa ;-) O carro acidentado cujo seguro não paga nada, 2 viagens de combóio, a gasolina do carro do pai...
Relembro o maravilhoso conto "Erendira e a sua avó malvada" do Gabriel Garcia Marquez e o mesmo extraordinário filme e rio-me baixinho.
- Descansa, Luna, é só a brincar que o digo!
Eu é que vou trabalhar. Muito. Com gosto! Podes ajudar-me, talvez.
E vai valer a pena cada segundo e cada cêntimo! :-)
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Fatinha dixit
eu - Sabes algum truque para aprender a aceitar as coisas bonitas que nos dizem? Assim, de maneira a não ficar sem jeito?
fatinha - Sim, sei. É sorrir!
fatinha - Sim, sei. É sorrir!
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
curtas
Rossio
Uma velha partiu o braço em três sítios. Pede-me uma moeda. Uma bola gigante de luzes lembra que é Natal no Rossio. Há também um anjo de braços abertos. Relembro o teu abraço.
Rua Augusta
Uma lindíssima e delicada mulher-estátua posa para as fotografias incrédulas e recebe muito poucas moedas. Mais à frente, a animada música do Kusturica ou o ar dos foles do Danças Ocultas compõem a banda sonora de um extraordinário artista de rua, anónimo e brilhante, a quem entrego todas as minhas moedas. Mais tarde, na leitaria que faz esquina no final da Rua das Portas de Santo Antão, eu sem um cêntimo para a meia de leite descafeinada que penso necessitar de beber e peço ao senhor do bigode que não tem multibanco. Pergunto-me: Querido Santo Antão, porque não aceitas, nos teus cafés, teatros, restaurantes o meu dinheiro do monopólio? Ou um poema, um desenho, um beijo de agradecimento? Odeio mesmo o capitalismo!
Metro
Gosto de sair à superfície e não fazer ideia de onde estou. Gosto de procurar os M's no meio da confusão das ruas. Gosto dos coelhos da Alice na Estação do Cais do Sodré. Gosto de andar num ritmo que parece completamente contra a corrente. Eu caminho. As pessoas correm. Eu não sou uma pessoa.
Químicos
Desde que, há anos, tomava aspirinas em jejum por causa de umas enxaquecas mortais, eu deixei os químicos para trás.
Há uns dias, terminei, com sentido de urgência, uma recusa aos antibióticos para a Macua.
Hoje, dois dias depois de começar a colocar diariamente uma potentes gotas nos olhos, sinto-os finalmente, depois de meses, desinchados. Ufa! Que alívio.
Começo a gostar de químicos!
Boa pessoa
O coração está cheio de amor e faz só o que quer.
Que mal há nisso?
Não deveria toda a gente fazer o mesmo, na construção da paz?
Pausa na linha
Depois de passar uma greve de comboios e andar 1 km a subir uma rua ao engano, chego finalmente ao "Pausa na Linha" da Manuela Ribas. Ali recebo e dou abraços que matam as saudades. Uma sopa quentinha reconforta-me o estômago depois da viagem. Ficaria a tarde toda nesta pausa. Bonita.
(19.Dez.2012)
Pátria
- "Hoje mudei de pátria para a tua pele."
- E eu seria nómada em ti. No teu corpo, na tua alma, no teu olhar.
(21.Dez.2012)
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
será Natal? (2)
Nesta altura, íamos a Castelo de Vide passar o Natal. Toda a família se juntava na casa dos bisavós Zeca e Olegário, na Rua da Costa, nº 16.
Não consigo perceber hoje como mais de 15 pessoas dormiam naquela casa e passavam quase 15 dias juntas. Era uma família mais alargada, menos unida e, ainda assim, tudo parecia muito mais simples.
Era assim. Íamos lá no Natal e não era preciso inventar nada, porque sempre fora assim e sempre haveria de ser. Não nos questionavamos nos porquês e parecíamos realmente ter menos egos a respeitar.
Para além dessas 15 pessoas, ainda se juntavam às refeições mais 6 que viviam perto e, apenas por isso, não dormiam no nosso mesmo tecto.
Depois, as pessoas começaram a morrer. Durante alguns anos, morria uma pessoa por ano. Começaram por ir fazer uma grande viagem as pessoas de quem eu mais gostava. A avó Vina, filha da Josefa e do Olegário (o avô Legar e a avó Zefa), depois foi a avó Zefa (mãe que ainda resistiu à morte de uma filha), depois o avô Legar e então o avô Zé (nascido e criado 2 casas acima, na mesma Rua da Costa no nº 20). O avô Zé morreu por amor. Não tenho nenhuma dúvida.
Depois morreu o Titó (saudades, Titó!!! do teu humor, da tua vitalidade, dos brincos que deixaste marcados nas orelhas da minha mãe e do meu tio), depois foi o Tio João, há 7 anos. O Francisco tinha nascido há 5 meses. No ano passado, foi-se embora a Ti Lena (essa é que foi a que vivi como avó, o que dela guardarei sempre é a ternura, o carinho, a doçura daquela mulher, as dores sofridas, as memórias, o sorriso quando me via), este ano, de repente, foi a Ti Joaquina.
Quando penso que estão todos juntos agora, a olhar-nos e a cuidar-nos, e nós aqui a complicar a vida, dá-me muita raiva.
Desde que fui viver para os Açores, tudo ficou mais fácil a esse respeito. Já passei pelo menos 3 ou 4 Natais sozinha, lá. Maravilhosos! No ano passado, estive só com a Fatinha na minha casa. Quanta paz e quanto reinventar da tradição. O mesmo bacalhau, a decoração, a lareira, os doces, as velas e muito tempo passado em casa.
Este ano, eu queria fazer algo novo recordando o velho. Ando há muito com saudades de Castelo de Vide. Eu queria regressar àquele tempo para o reinventar também, eu queria que não estivessemos em nenhuma das nossas casas, nem em Aveiro nem na Pocariça, nem na casa da minha irmã.
Mas não, isso não foi possível. Não está a ser.
Imagine-se. Escrevo agora no blog, o meu pai dorme no sofá da casa da minha irmã, o Francisco está hipnotizado com o Madagascar, a minha mãe e a minha irmã fechadas na cozinha (para não vir frio para aqui, para não sair o calor de lá, porque não é preciso ajuda, porque não há espaço para mais ninguém, porque blá blá blá...
Passei uma tarde tranquila, em casa de meus pais. Eu demorei-me com a lentidão do tempo a fazer o presépio e a pendurar coisas pela casa, acendi velas, o meu pai cortava as couves, depois de ter estendido a roupa, a minha mãe preparava o borrego que hão-de (eles e elas) comer amanhã e cirandava pela cozinha, depois eu lavei muita loiça, mais rápida do que a minha mãe, consegui que o Massau comesse a sua própria comida e a Macua também.
Esta podia bem ser uma crónica de Natal.
Quero ter filh@s para fazer diferente a vida e o mundo!
Por agora, pausa. respiro, respiro, respiro.
Não consigo perceber hoje como mais de 15 pessoas dormiam naquela casa e passavam quase 15 dias juntas. Era uma família mais alargada, menos unida e, ainda assim, tudo parecia muito mais simples.
Era assim. Íamos lá no Natal e não era preciso inventar nada, porque sempre fora assim e sempre haveria de ser. Não nos questionavamos nos porquês e parecíamos realmente ter menos egos a respeitar.
Para além dessas 15 pessoas, ainda se juntavam às refeições mais 6 que viviam perto e, apenas por isso, não dormiam no nosso mesmo tecto.
Depois, as pessoas começaram a morrer. Durante alguns anos, morria uma pessoa por ano. Começaram por ir fazer uma grande viagem as pessoas de quem eu mais gostava. A avó Vina, filha da Josefa e do Olegário (o avô Legar e a avó Zefa), depois foi a avó Zefa (mãe que ainda resistiu à morte de uma filha), depois o avô Legar e então o avô Zé (nascido e criado 2 casas acima, na mesma Rua da Costa no nº 20). O avô Zé morreu por amor. Não tenho nenhuma dúvida.
Depois morreu o Titó (saudades, Titó!!! do teu humor, da tua vitalidade, dos brincos que deixaste marcados nas orelhas da minha mãe e do meu tio), depois foi o Tio João, há 7 anos. O Francisco tinha nascido há 5 meses. No ano passado, foi-se embora a Ti Lena (essa é que foi a que vivi como avó, o que dela guardarei sempre é a ternura, o carinho, a doçura daquela mulher, as dores sofridas, as memórias, o sorriso quando me via), este ano, de repente, foi a Ti Joaquina.
Quando penso que estão todos juntos agora, a olhar-nos e a cuidar-nos, e nós aqui a complicar a vida, dá-me muita raiva.
Desde que fui viver para os Açores, tudo ficou mais fácil a esse respeito. Já passei pelo menos 3 ou 4 Natais sozinha, lá. Maravilhosos! No ano passado, estive só com a Fatinha na minha casa. Quanta paz e quanto reinventar da tradição. O mesmo bacalhau, a decoração, a lareira, os doces, as velas e muito tempo passado em casa.
Este ano, eu queria fazer algo novo recordando o velho. Ando há muito com saudades de Castelo de Vide. Eu queria regressar àquele tempo para o reinventar também, eu queria que não estivessemos em nenhuma das nossas casas, nem em Aveiro nem na Pocariça, nem na casa da minha irmã.
Mas não, isso não foi possível. Não está a ser.
Imagine-se. Escrevo agora no blog, o meu pai dorme no sofá da casa da minha irmã, o Francisco está hipnotizado com o Madagascar, a minha mãe e a minha irmã fechadas na cozinha (para não vir frio para aqui, para não sair o calor de lá, porque não é preciso ajuda, porque não há espaço para mais ninguém, porque blá blá blá...
Passei uma tarde tranquila, em casa de meus pais. Eu demorei-me com a lentidão do tempo a fazer o presépio e a pendurar coisas pela casa, acendi velas, o meu pai cortava as couves, depois de ter estendido a roupa, a minha mãe preparava o borrego que hão-de (eles e elas) comer amanhã e cirandava pela cozinha, depois eu lavei muita loiça, mais rápida do que a minha mãe, consegui que o Massau comesse a sua própria comida e a Macua também.
Esta podia bem ser uma crónica de Natal.
Quero ter filh@s para fazer diferente a vida e o mundo!
Por agora, pausa. respiro, respiro, respiro.
será natal?
uns minutos de uma internet roubada no meio de um café para onde fujo para resistir a uma súbita e inesperada (será?) baixa de energia e de alegria.
Os dias difíceis apesar do amor e do sol.
- Vocês matam-se com os silêncios! - ouvi-me a dizer ao pai e à mãe.
- Porque não perguntam? porque não falam sobre as coisas?
E, novamente, tenho razão... e não fico contente.
E depois, depois de estar em modo zen a embrulhar as prendas que a minha mãe compra para dar a toda a gente que respira, depois de ir buscar a mala grande que tem 42 anos de viver anos inteiros no sótão à espera de descer as escadas, faço o presépio.
Nestes dias, fazemos visitas, sorrio, olho absorta para as pessoas que são universos tão particulares,
choro outra vez, convenço uma mãe que a Casa dos Segredos é alienante e estupidificante, invento um detonador explosivo para desligar a televisão cada vez que alguém pare na TVi, revolto-me de hora a hora e redescubro porque estou sempre longe, rio-me também, sempre retorno a aceitar o que tenho e o que sou, ensino, cuido, faço rir, desenvolvo um tratado sobre psicologia animal (canina), admiro a Macua (minha filha) sobrinha do Massau (o labrador de 3 meses que agora habita também as nossas vidas) ... enfim, nada de novo!
Recordo porque já passei tantos Natais longe da tribo biológica. Recordo a verdade em mim e tento, tento sempre...
Os dias difíceis apesar do amor e do sol.
- Vocês matam-se com os silêncios! - ouvi-me a dizer ao pai e à mãe.
- Porque não perguntam? porque não falam sobre as coisas?
E, novamente, tenho razão... e não fico contente.
E depois, depois de estar em modo zen a embrulhar as prendas que a minha mãe compra para dar a toda a gente que respira, depois de ir buscar a mala grande que tem 42 anos de viver anos inteiros no sótão à espera de descer as escadas, faço o presépio.
Nestes dias, fazemos visitas, sorrio, olho absorta para as pessoas que são universos tão particulares,
choro outra vez, convenço uma mãe que a Casa dos Segredos é alienante e estupidificante, invento um detonador explosivo para desligar a televisão cada vez que alguém pare na TVi, revolto-me de hora a hora e redescubro porque estou sempre longe, rio-me também, sempre retorno a aceitar o que tenho e o que sou, ensino, cuido, faço rir, desenvolvo um tratado sobre psicologia animal (canina), admiro a Macua (minha filha) sobrinha do Massau (o labrador de 3 meses que agora habita também as nossas vidas) ... enfim, nada de novo!
Recordo porque já passei tantos Natais longe da tribo biológica. Recordo a verdade em mim e tento, tento sempre...
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Novo mundo!
E é assim o novo mundo!
Algo me obriga a parar.
Entendo o recado, querido universo. Entendo perfeitamente.
Apesar da minha calma, apesar de ter meditado e tomado banho de manhã, apesar de estar fora da realidade e do outro lado do mar haver, à mesma hora, um veleiro que ruma a uma possível tempestade...
Não me aleijei e vi tudo acontecer, nas minhas mãos, em câmara lenta.
Deu tempo de pensar que não devia travar, deu tempo de me perguntar "o que está a acontecer?", deu tempo de perceber "oleo na estrada molhada", e rodopiei como se o meu carro fosse um carrinho de choque a tocar aqui e ali antes de finalmente parar de rugir.
Depois, a solidariedade de outr@s condutor@s foi boa de receber.
Um camionista que veste o colete antes de mim e sai do camião para ver se eu estou bem, uma condutora que pára "precisa de alguma coisa?", um condutor que abranda "você está bem?, um outro camionista que pergunta com gestos "tudo ok?"
Sim, sorrio. estou bem!
Bonito o mundo!
Dois polícias que aceitam o meu humor e riem comigo. Um funcionário das auto-estradas que aponta para o peito e me pergunta: "não lhe dói nada aí?"
Não, não me dói nada!
Regresso a casa, o carro foi no reboque, as malas continuam no Porto à espera de, um dia, regressarem às minhas mãos e às da Luna. Precisarei das malas realmente?
É verdade que não, universo. Tudo o que necessito, tenho comigo.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
dormir
Fecho os olhos e vejo
o meu coração.
Está riscado como um
disco de vinil antigo.
Diz e repete:
gostodetigostodetigostodeti.
Às vezes,
preciso urgentemente
dormir para não me
afogar na saudade.
sonhos e o Francisco
O meu computador que se enterrava na areia e em água e foi salvo mesmo a tempo, fantoches nas mãos de muita gente a contar-me histórias, o Francisco a chegar pé ante pé à minha cama, muitas cócegas nas costas chegam de Espanha, pequeno-almoço na idade média, Joana d'Arc nossa heroína, xarope antibiótico à hora certa e agora, surpresa das surpresas... Party!!!!! E ele diz: mas é para maiores de 12 anos! então, digo eu, se calhar é melhor trazeres outro jogo!
e uma mantinha para o chão!
ele vai, traz... um microscópio do Discovery... e eu fico de boca aberta!
Dá para ver as estrelas também!
e uma mantinha para o chão!
ele vai, traz... um microscópio do Discovery... e eu fico de boca aberta!
Dá para ver as estrelas também!
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
uma vala comum no jardim da tua mãe
Num dia muito bonito, o Andi contou-me, de olhos nos olhos e viva voz, esta história.
Foi tão emocionante ouvir como é voltar a relê-la. Partilho-a porque, apesar de tudo, faz bem à saúde!
Foi tão emocionante ouvir como é voltar a relê-la. Partilho-a porque, apesar de tudo, faz bem à saúde!
"Mis padres compraron en Espinosa de los Monteros (norte de Burgos) una casita a medias con mi hermana y su marido. Con el tiempo, nos enteramos de que alojaba en su jardín los restos de personas asesinadas por los falangistas durante la guerra civil.
El caso es que la Sociedad Científica Aranzadi, a petición de un familiar de los ejecutados, decidió comenzar a exhumar los restos el 2 de abril. Así que, como no nos lo queríamos perder, hicimos una visita extra a la familia.
Allí se presentó un equipo de unas 20 personas dirigido por Francisco Etxeberria. Este grupito de Aranzadi probablemente sea el más reconocido del estado. Su prestigio en exhumación de fosas es notorio: el doctor Etxeberria fue designado junto con otros forenses para examinar los restos de Salvador Allende y determinar si se suicidó. Por cierto: recuerdo que cuando se extrajeron la primera vez para darles un entierro digno, acudieron varios líderes autosocialistas internacionales, como Mitterrand. Pero no se vió por allí ninguna representación del PSOE. Quizá también de esto se enteraron por la prensa.
(...)
Dos fosas, 13 asesinados y 50 testigos en Espinosa de los Monteros
El martes afloraron los talones de un par de botas. Los ejecutados habían sido colocados hacia abajo, para que fueran al infierno. Parecían ahogados que flotaban inmóviles sobre la tierra. Por los libros sé que los esqueletos son restos de lo que fueron personas; pero me impactaron más las botas (parecidas a las que yo llevaba) y los restos personales: en la fosa de las mujeres -porque se enterraron separadas- apareció un espejito, una peineta .... En mi ignorancia, me conectaban directa y brutalmente con la suerte de esta pobre gente más que las fracturas del "espía" de 16 años, asesinado a golpes.
La abuela de mi amigo Javi, también fue asesinada por "espía": dos de sus hijos quedaron aislados con el rebaño en unas cabañas al otro lado de la línea del frente. Les fue a llevar comida y alguien la vió, con lo que se interpretó que llevaba información a la zona republicana. Como su marido también fue asesinado y arrojado a la fosa de mi casa, los 8 hermanos quedaron huérfanos. La madre de Javi, con 20 años, tuvo que sacar adelante la familia. En aquellas circunstancias y con sus principales recursos requisados: debía llevar personalmente 10 litros de leche diarios a la Comandancia de la Guardia Civil. Así hasta que llegó un mando que se apiadó de ellos y les dispensó de esta obligación.
Cada familiar que se acercaba a la fosa contaba su historia. Todas estremecedoras. Pero la mayoría estaban aliviados e incluso felices. Algunos no tuvieron valor de acercarse: vi una mujer que se volvió a toda prisa cuando estaba a un par de metros de la fosa. Espero que todos se sientan liberados de esta inmensa carga algún día. (...)"
(ler o texto completo aqui)
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Celina da Piedade - Assim me Explico
hmmm,
aula de canto tradicional com a amiga Celina da Piedade hoje!
na Casa do Alentejo, para eu matar as saudades.
em Lisboa, para esquecer que o mundo existe.
estou aqui e lá! Estou em ti!
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
baixar o ego e recordar o pasado - não são coisas contraditórias
Já me tinha quase esquecido disto e, hoje, foi bom que alguém mo tivesse recordado. Fica aqui uma carta que recebi em Maio deste ano (parece que foi há 500 anos!) para que eu me lembre mais vezes de lavar o ego e esquecer estas coisas.
Para a frente é que é caminho!
Durante los festejos su ayuda fue sumamente invaluable, destacándose mucho su espíritu integrador y generoso ,dedicando tiempo a ayudar a la preparación de las voces que integraron el Coro que acompañó el espectáculo de danzas azorianas que compartimos en nuestra Iglesia con el grupo CAERGS de Gravataí Brasil.
Para a frente é que é caminho!
San Carlos, lunes 28 de mayo de
2012.
Estimados,
Entre
las diversas metas que se ha marcado nuestra institución sin duda, una de las más
relevantes es la difusión, rescate y defensa de nuestro patrimonio cultural, teniendo
en cuenta las raíces azorianas de nuestra ciudad. Todo aspecto cultural que nos
vincule con las Azores, es para nosotros una prioridad.
En el
marco de las Fiestas Azoriano Carolinas del pasado año, recibimos la propuesta
de la Sra. María Simoes perteneciente a la Cooperativa Cultural Descalças para
filmar un documental sobre nuestra institución junto al Sr Tiago Melo Vento (Cooperativa
cultural Corredoras). Maria Simoes, poseedora
de un curriculum cultural muy amplio(cine, teatro, clown, música, fotografía, dramaturgia,
escritora) fue invitada por nuestra Casa a participar de nuestras fiestas, convirtiéndose
así en digna embajadora de las Azores.
Con ella compartimos una obra de teatro para niños, de su autoría, de carácter interactivo que cautivó la atención de niños y adultos, trasportándonos a las mismísimas islas, trasmitiendo mediante un cuento características de las bellas Azores y su pueblo.
Con ella compartimos una obra de teatro para niños, de su autoría, de carácter interactivo que cautivó la atención de niños y adultos, trasportándonos a las mismísimas islas, trasmitiendo mediante un cuento características de las bellas Azores y su pueblo.
Durante los festejos su ayuda fue sumamente invaluable, destacándose mucho su espíritu integrador y generoso ,dedicando tiempo a ayudar a la preparación de las voces que integraron el Coro que acompañó el espectáculo de danzas azorianas que compartimos en nuestra Iglesia con el grupo CAERGS de Gravataí Brasil.
Así
pues comenzó un puente cultural que se consolidó en marzo de este año cuando
recibimos con mucha alegría la noticia de que la tendríamos con nosotros nuevamente.
En esta ocasión recorrimos junto a ella un camino aun más vasto donde el intercambio de recetas ,historias sobre instrumentos musicales, costumbres, música, danzas nos permitía un abrazo más íntimo a la cultura del archipiélago..
María no solo presentó el documental “AZOREÑOS” filmado el año anterior, que fue una joya de nuestras fiestas; sino que fue adoptada por nuestras familias como una integrante más, trabajando en el diseño y difusión de nuestras fiestas como una más.
Compartimos nuevamente dentro de los festejos, una obra de teatro para niños basada en cuento infantil azoriano, donde casi pudimos ver el PUENTE imaginario a través del mar que nuestros ancestros cruzaron para llegar a nuestro país, con la valija llena de sueños pero añorando sus bellísimas islas.
Su espíritu inquieto y fértil, la llevo a concebir la idea de realizar un documental sobre la vida y obra de nuestro querido y siempre vivo Maestro Ariel Guadalupe Cabrera, albañil de los valores y cimientos que sostienen nuestra Casa.
Es así que María trabajó sin descanso, realizando filmaciones, entrevistas, consultando nuestros archivos, recorriendo el camino que alguna vez recorrió Ariel, y hoy este proyecto está en gestación.
Medios de prensa y comunicación local la recibieron en su casa dejando la cultura azoriana bien en alto.
En esta ocasión recorrimos junto a ella un camino aun más vasto donde el intercambio de recetas ,historias sobre instrumentos musicales, costumbres, música, danzas nos permitía un abrazo más íntimo a la cultura del archipiélago..
María no solo presentó el documental “AZOREÑOS” filmado el año anterior, que fue una joya de nuestras fiestas; sino que fue adoptada por nuestras familias como una integrante más, trabajando en el diseño y difusión de nuestras fiestas como una más.
Compartimos nuevamente dentro de los festejos, una obra de teatro para niños basada en cuento infantil azoriano, donde casi pudimos ver el PUENTE imaginario a través del mar que nuestros ancestros cruzaron para llegar a nuestro país, con la valija llena de sueños pero añorando sus bellísimas islas.
Su espíritu inquieto y fértil, la llevo a concebir la idea de realizar un documental sobre la vida y obra de nuestro querido y siempre vivo Maestro Ariel Guadalupe Cabrera, albañil de los valores y cimientos que sostienen nuestra Casa.
Es así que María trabajó sin descanso, realizando filmaciones, entrevistas, consultando nuestros archivos, recorriendo el camino que alguna vez recorrió Ariel, y hoy este proyecto está en gestación.
Medios de prensa y comunicación local la recibieron en su casa dejando la cultura azoriana bien en alto.
Para
el estreno de la obra de teatro del grupo Azorteatro, fue invitada por sus
integrantes a participar en los ensayos previos y luego en el día del estreno
fue quien realizó el maquillaje de los actores.
Para
el 2013 estamos evaluando un proyecto muy importante donde volveremos a
recorrer la historia de estos emigrantes que dieron vida a la VILLA DE SAN
CARLOS HACE 250 AÑOS.
En la mesa de nuestra institución se empezó a acariciar junto a María Simoes un sueño. Donde en un mega espectáculo, se mancomune danza, teatro, cine, pueblo, recrear con una visión histórica patrimonial, esa llegada de los inmigrantes azorianos y su legado en nuestra sociedad. Para este evento ella está escribiendo un guion contando con el asesoramiento historico de un grupo de descendientes azoriano-carolinos y material impreso de historiadores locales.
En la mesa de nuestra institución se empezó a acariciar junto a María Simoes un sueño. Donde en un mega espectáculo, se mancomune danza, teatro, cine, pueblo, recrear con una visión histórica patrimonial, esa llegada de los inmigrantes azorianos y su legado en nuestra sociedad. Para este evento ella está escribiendo un guion contando con el asesoramiento historico de un grupo de descendientes azoriano-carolinos y material impreso de historiadores locales.
Comisión
Directiva Casa de Azores de Uruguay “Los Azoreños”
o silêncio e o gelo
o meu silêncio não é um cubo de gelo.
um cubo de gelo é uma coisa,
um iceberg é outra,
uma pitada de silêncio é outra ainda.
cada macaco no seu galho.
Ouço que estou a acordar fantasmas.
Pergunto: que fantasmas? se eu nem os conheço...
Concluo: Os fantasmas vêem o seu sono interrompido pelo simples facto de que se cansam de dormir. Se, nesse despertar, se encontram bruscamente com a simplicidade do sol, são capazes de se eclipsar!
...
e eu?
eu não quero acordar fantasmas. Quero viver o sol em mim, sem mais responsabilidades.
um cubo de gelo é uma coisa,
um iceberg é outra,
uma pitada de silêncio é outra ainda.
cada macaco no seu galho.
Ouço que estou a acordar fantasmas.
Pergunto: que fantasmas? se eu nem os conheço...
Concluo: Os fantasmas vêem o seu sono interrompido pelo simples facto de que se cansam de dormir. Se, nesse despertar, se encontram bruscamente com a simplicidade do sol, são capazes de se eclipsar!
...
e eu?
eu não quero acordar fantasmas. Quero viver o sol em mim, sem mais responsabilidades.
simplesmente
quando regressei da primeira viagem pela América do Sul, algumas pessoas pediam:
- Conta, conta histórias da viagem!
E eu não podia.
É como se as palavras não chegassem nunca para ser justas em relação à realidade vivida.
Estou hoje com uma sensação muito parecida: Nada para dizer. Nada para contar. Simplesmente.
- Conta, conta histórias da viagem!
E eu não podia.
É como se as palavras não chegassem nunca para ser justas em relação à realidade vivida.
Estou hoje com uma sensação muito parecida: Nada para dizer. Nada para contar. Simplesmente.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
sensata ou romântica?
sensata ou romântica?
acho que ainda nunca tinha sentido esta dúvida :-O
alguém me há-de ajudar ;-)
acho que ainda nunca tinha sentido esta dúvida :-O
alguém me há-de ajudar ;-)
Bolsa 2013
Pois é. Bem dizia o i-ching, a minha intuição e a própria justiça, creio.
Pelo terceiro ano consecutivo, (facto inédito na região) recebo a bolsa de criação artística, na área de dramaturgia, atribuída pelo Governo dos Açores - Direcção Regional da Cultura.
E continuo ainda a perguntar aos senhores directores:
- É preciso provar mais alguma coisa ou já chega? Posso começar finalmente a fazer a revolução cultural e artística na região? Posso continuar a levar os Açores na mochila e em todas as pegadas que dou, que vocês ficam contentes e orgulhosos? Quando termina o vosso medo?
Aguardo as vossas respostas, senhores e senhoras director@s.
Entretanto, sigo caminhando e lutando!
Não parei e não vou parar, porque a sociedade merece e eu gosto!
Pelo terceiro ano consecutivo, (facto inédito na região) recebo a bolsa de criação artística, na área de dramaturgia, atribuída pelo Governo dos Açores - Direcção Regional da Cultura.
E continuo ainda a perguntar aos senhores directores:
- É preciso provar mais alguma coisa ou já chega? Posso começar finalmente a fazer a revolução cultural e artística na região? Posso continuar a levar os Açores na mochila e em todas as pegadas que dou, que vocês ficam contentes e orgulhosos? Quando termina o vosso medo?
Aguardo as vossas respostas, senhores e senhoras director@s.
Entretanto, sigo caminhando e lutando!
Não parei e não vou parar, porque a sociedade merece e eu gosto!
in Jornal Oficial dos Açores, 13 de Dezembro de 2012. II série
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Lisboa
(pintura de Fernando Botero)
Chove em Lisboa e sinto que trago os Açores à capital do reino. Viva a rainha!
Adoro andar de combóio e de mochila às costas.
Gosto de livrarias abertas até altas horas da noite. Uma empada de espinafres do Celeiro não escapou à minha dieta. Penso agora que a música "O meu amor" do Chico Burque corre sérios riscos de ser toda verdade no meu corpo. Gosto de estar a viajar rumo aos beijos na alma.
as esperas, as canções e as decisões
Estou numa sala de espera à espera. espero pelo meu pai que está lá dentro a conversar com uma doutora e sei que eu própria não vou ser chamada por nenhuma das funcionárias do balcão. No entanto, é-me inevitável ouvir com muita atenção cada nome chamado. Ainda agora foi a dona Maria de Jesus Simões. Freira, pois então. Por isso tem Jesus no nome, será?
pausa
lembro a canção do Zeca...
estavam todas juntas
quatrocentras bruxas,
à espera, à espera,
à espera da lua cheia...
Pausa.
Ouço o nome completo do meu pai sendo chamado para a próxima consulta.
ui. mas ele ainda está na anterior. Levanto-me para informar a funcionária e ela já entende só porque me levanto.
Converso com ela. Acabo de tomar uma decisão pelo meu pai.
Estou consciente de que faço o que é melhor, apesar de ele poder, depois, não concordar.
É a vida.
pausa
lembro a canção do Zeca...
estavam todas juntas
quatrocentras bruxas,
à espera, à espera,
à espera da lua cheia...
Pausa.
Ouço o nome completo do meu pai sendo chamado para a próxima consulta.
ui. mas ele ainda está na anterior. Levanto-me para informar a funcionária e ela já entende só porque me levanto.
Converso com ela. Acabo de tomar uma decisão pelo meu pai.
Estou consciente de que faço o que é melhor, apesar de ele poder, depois, não concordar.
É a vida.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Tom Hanks ao telefone
Ai, deixem-me contar. O Forrest Gump hoje telefonou-me!!!!
é "Uau!!!!" não é?
Falei tanto, tanto, tanto que até me esqueci de perguntar o que é que ele tinha vestido.
os portos, as greves, a estiva e as minhas malas ;-)
Acabo de perceber uma das versões que explica porque é que o porto de Leixões está a funcionar e prestes a receber as minhas malas que estão a chegar dos Açores, contrariamente ao que aconteceria se as tivesse mandado para Aveiro ou para Lisboa.
- "No porto de Leixões, estão a vender aos pais a ausência de futuro para os filhos. E eles compram."
Sinto, por agora, num repente, um certo arrependimento de ter enviado as minhas malas por essa via e, aparentemente, estar a boicotar a greve de estivador@s em Portugal... vou ruminar sobre o assunto e depois informarei sobre se me portei bem ou mal :-)
Fora as dúvidas políticas,
estou bem.
Ainda não aterrei!
contagem decrescente...1,
Tanta contagem para quê, afinal?
Não, não são os pneus ;-)
Hoje começa o voo até chegar ao teu abraço!
Não, não são os pneus ;-)
Hoje começa o voo até chegar ao teu abraço!
domingo, 9 de dezembro de 2012
domingo
pinto as botas, pinto os sapatos, coso botões no casaco preto, varro as pedras do caminho, reponho palha, lavo roupa que há-de ficar no estendal, limpo a cinza da lareira, abro as janelas, dou a volta às abóboras, imprimo documentos e facturas, ouço Bulerías, fecho uma caixa que vai por correio amanhã...
enfim,
para estar a fazer estas coisas
até parece que não tenho nada que fazer ;-)
enfim,
para estar a fazer estas coisas
até parece que não tenho nada que fazer ;-)
sábado, 8 de dezembro de 2012
contagem decrescente...3,
A Padeira Francisca conta "o Soldadinho de chumbo", toda a manhã,
na Rua do Arco da Velha Baleia, em Ponta Delgada.
grão a grão, enche a galinha o papo.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
contagem descrescente... 4,
silêncio.
silêncio.
leio um livro que se chama mulher
e que tem páginas como estas.
no fundo, se olharmos bem, mora tudo do mesmo coração.
ontem recebi uma inteirinha lagoa do congro para mim!
era assiiiiiiim de linda como os olhos de quem a fotografou.
O coração também deve ser belo, pois então!silêncio.
leio um livro que se chama mulher
e que tem páginas como estas.
no fundo, se olharmos bem, mora tudo do mesmo coração.
pufff
que dia este!!!!
comecei cheia de vontade de ver um bom dia mas, bolas...
os contornos sórdidos de lidar com o sistema público de saúde são aflitivos. Não sei se ria se chore.
Enfim, a crónica pode ser que se escreva um dia :-(
comecei cheia de vontade de ver um bom dia mas, bolas...
os contornos sórdidos de lidar com o sistema público de saúde são aflitivos. Não sei se ria se chore.
Enfim, a crónica pode ser que se escreva um dia :-(
Bom dia!!!
Não é que eu tenha acordado!
é o acordar que se arrancou de mim
e, ainda que chova lá fora,
há uma borboleta que esteve a nascer nos sonhos com a ajuda de crianças e de duas outras mulheres
e que ainda vai aprender a voar
foto by moi même (borboleta nas cataratas de Iguazu) 2010
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
contagem decrescente... 5,
uma conversa de rebentar corações. último dia de lareira em casa. malas da Maria e da Luna a fechar-se para ir de barco! estou a derreter-me aos poucos...
imenso coração
se soubesses o tamanho que tem agora o meu coração
escolherias limá-lo
em vez de o mimar!
escolherias limá-lo
em vez de o mimar!
dreaming
provavel futuro para o meu carro.
A única desvantagem é que o meu não vai poder andar, de facto...
:-(
A única desvantagem é que o meu não vai poder andar, de facto...
:-(
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
2:44
não durmo
nem eu nem a Macua
o meu corpo está a preparar-se para sair de mim para outro lugar
chove intensamente lá fora e o vento faz abanar o plástico que, agora na janela, finge ser vidro
uma gota cai irremediavelmente,
a tempo,
a tempo,
na lata cinzeiro lá de fora
ouço tudo como se o universo estivesse aqui
dentro do meu quarto
ouço vozes de outros países
sonhos de outras canções
o vento acalma, por fim
estou nua
levanto-me
são 2:44 da manhã
não durmo
fumo um longo cigarro na madrugada
e só há luz de velas nesta casa.
nem eu nem a Macua
o meu corpo está a preparar-se para sair de mim para outro lugar
chove intensamente lá fora e o vento faz abanar o plástico que, agora na janela, finge ser vidro
uma gota cai irremediavelmente,
a tempo,
a tempo,
na lata cinzeiro lá de fora
ouço tudo como se o universo estivesse aqui
dentro do meu quarto
ouço vozes de outros países
sonhos de outras canções
o vento acalma, por fim
estou nua
levanto-me
são 2:44 da manhã
não durmo
fumo um longo cigarro na madrugada
e só há luz de velas nesta casa.
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
dramaturgia
conversas de 3 crianças imaginadas:
-
quanto tempo dura a felicidade?
-
pode ser um instante, apenas.
-
ou a eternidade!
Etiquetas:
Ilhas - Bolsa de Criação Artística 2012
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