ou melhor,
- Bom dia Bolívia.
Amanha cruzo a pé a fronteira Argentina-Bolívia, entre La Quiaca e Villazón. É assim, dizem-me. Uma ponte que terei que cruzar a pé, mochilando a casa e a parte da vida que trago comigo.
Dois meses na Argentina já servem um tratado que nao estou a conseguir escrever, condensar, absorver. Andar sozinha acelera todos os processos. Viajar sem rumo faz palpitar certezas e acentua dúvidas. Ser mulher, torna tudo mais feminino... é dos meus olhos, claro! Faço paz com os homens. Olho as mulheres. Cruzo-me com pessoas (sem género!).
Das reflexoes mais recentes nasceram-me dois cadernos manuscritos em divagaçoes amorosas, políticas, sociológicas, históricas... enfim! Na última viagem (desde ontem às 14h30 até hoje às 17h30), fiz uma lista do que eu faria se fosse presidente do Governo dos Açores (eheheh). Atempadamente, iniciarei a campanha ;) Equipa procura-se!
Ao mesmo tempo desenho projectos para o futuro. Faço mandalas com aguarelas. Procuro incessantemente um caminho único. Um sentido maior. Tudo me parece possível, hoje. Mudar o mundo, uma organizaçao local com olhos no global, uma nova vivencia de ilha e de regiao, a minha rua (que nao tenho), a minha casa que sou apenas eu.
Na 2ª feira começo o trabalho na Performing Arts, Cochabamba, Bolívia. Por enquanto, na Argentina, todas as pessoas suspiram quando digo que vou para aquele país... (aquilo é muito desorganizado... dizem. Eu vou ver.)
Destes dois meses, uma certeza... cidades? Nao, obrigada! Cafés? Sim. Mate, terra a perder de vista, rios. A relatividade das distâncias... aqui estar perto é estar a 1000Km. Buenos Aires é cidade... o resto do país é a Argentina! Profunda. Aqui em Jujuy até se notam diferentes os traços e os olhares das pessoas na rua. Sao pessoas mais antigas. Mais bonitas (digo eu).
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