quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Tango

O tango é porteño... o que quer dizer que é de Buenos Aires. (portenho refere-se ao importante passado histórico, comercial e económico desta cidade de porto...). Como o fado é... de Lisboa?
Mas o tango, para além de se tocar e cantar, dança-se (como eu sempre defendi que se deveria dançar fado...). E é uma dança machista. Sim, é machista, por princípio, tradicionalmente.
Os homens passam a vida a recordar-mo (ehehe! Já se sabe, tenho tendência a não me deixar conduzir...) mas eu consigo, sem dúvida que consigo, ser conduzida. Acreditem!
O papel que cabe às mulheres, no tango, é o de simplesmente serem belas, femininas (seja lá isso o estereotipo que for), e deixarem-se levar. No fundo, no tango os homens crêem que dançam para as mulheres suas pares... e fazem-nas (nos) dançar. Quando temos a sorte de estar perante um verdadeiro bailarino de tango... dançamos divinamente. Acreditem! Basta deixarmo-nos levar! E saber usar todas as oportunidades que tivermos para improvisar e surpreender. Como um jogo. Pura sedução. Uma brincadeira.

Milonga é o local onde se dança tango. No fundo, a pista de dança. Por aqui, na catedral, há todos os dias aulas (que estão cheias), seguidas de milongas! É um sítio brutal. Um armazém antigo, cheio de cheiro de história e cultura, com espaço para comer (restaurante vegetariano onde tudo é delicioso e barato), bar, mesas, cadeiras, sofás, um espaço andaimado para concertos ou música ao vivo... e milonga! Eu, por acá ainda estou a aprender apenas os passos das mulheres... Ser homem, nestes momentos, é para mim muito difícil (ehehe). Daí que, guapos y guapas azoric@s de mi corazón, cuando llegue aí quiero tener con quien bailar, hoyé!

Mas, mais do que isso, o tango é uma dança de um corpo só. Em equilíbrio e desequilíbrio constante. Como a vida, aliás. Não importa se dança um homem e uma mulher, ou se dançam dois homens ou duas mulheres.
Importa que é mesmo lindo dançá-lo. Que a liberdade passa efectivamente por aí. Que, mais do que simples folclore, as danças de um povo reflectem a sua forma de ser, de estar. Importa que duas pessoas, no fundo, se estão a respeitar quando o dançam, se estão a entender, a comunicar e que ambas podem, se assim o quiserem, simplesmente ouvir a música e voar com e sem os pés no chão. É primo de liberdade, isto, não é? Dançar vale mesmo a pena! Encostar as cabeças, também. E no tango, essa é a posição base.


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