quarta-feira, 31 de março de 2010

Eleiçoes na Bolívia

A comunidade católica na Bolívia nao está muito contente com o Evo. As eleiçoes estao marcadas para o próximo domingo, que é dia de Páscoa. Em dias de eleiçoes, algumas regras se impoem para eleitores/as neste país. Nao se pode beber (há que estar sóbrio e consciente para ir votar), nao há circulaçao de transportes públicos (para evitar atentados), nao há espectáculos, os cafés, tascas e restaurantes que forem encontrados a vender bebidas alcoolicas pagam uma multa bem gorda.

Votar é obrigatório. Quem nao exercer esse direito e dever tem que justificar muito bem e, para além da multa de 150bolivanos, há uma série de penalizaçoes que passam pela perda de salário, à impossibilidade de trabalhar em cargos públicos, ou ver negada a obtençao de visto para ir ao estrangeiro.

Há partidos e candidaturas às dezenas e centenas. Um regalo de ver. Nao necessariamente as manifestaçoes de campanha, as caravanas, os concertos e festas das candidaturas, os discursos, os cartazes, t-shirts, caixas de fósforos oferecidos nas ruas (iguais em todo o lado) mas os debates que se pomovem, o nível do que se discute, a diferenciaçao nas propostas apresentadas. Já tenho a voz do Evo gravada... Ele anda sempre por perto. Dada a sua popularidade, o "seu" partido corre sérios riscos de, nestas eleiçoes, vencer em todos os distritos, províncias, alcaldias e governos regionais... Assim, há, em algumas franjas, o temor que a Bolívia se torne numa temível ditadura de esquerda. Ao que parece muito dinheiro da coca está também a ser aplicado nesta campanha. Mas entre os rumores e a avaliaçao dos factos... vai uma enorme diferença. Há dias, encontrei-me com um pequeno livrinho das 100 acçoes do Evo, entre 2006 e 2008. E digam o que disserem... o homem faz obra! E faz obra bem feita!

Mas a obrigatoriedade de haver 50% de participaçao de mulheres nas listas que se apresentam nao está a ser cumprida. Ao que parece, apenas estao em 20% e um movimento feminista de La Paz ponderava, ontem, impugnar as eleiçoes até que se cumpra a lei. Vamos ver... se as mulheres conseguem essa reevindicaçao e se o Evo é um grande homem, afinal. Para mim, homem que é grande é feminista! E, para mim, ser feminista, é ser contra o machismo.

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