A maioria dos dias eu acordo muito feliz. As primeiras horas são para acalmar a vontade de gritar que a vida é uma imensa alegria e é bela! E porque me calo afinal? Porque tenho medo que a minha felicidade seja pequena demais para um mundo cheio de pessoas tão tristes...
domingo, 26 de dezembro de 2010
chovem as mulheres
com o passar dos anos as mulheres ficam sozinhas. fazem crochet à lareira, acendem o forno e amassam pão. pensam mais nas horas e na vida e aproximam-se mais de si. perscrutam a alma sua e as almas dos outros... caminham mesmo sentadas no sofá. escrevem, pensam com todos os poros e o coração, fazem rendas e biscoitos. ouvem música e ventos. as mulheres chovem... e os homens? que fazem os homens com o passar dos anos?
sábado, 25 de dezembro de 2010
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
embriaguez
embriagar-se da vida
beber até ela não existir mais
secar todo o líquido
rasgar os olhos
cravar as unhas
ser selvagem na liberdade
fazer filhos todos os dias
amar cada gota
adivinhar os pensamentos
saber sem nunca chegar a saber
beber até ela não existir mais
secar todo o líquido
rasgar os olhos
cravar as unhas
ser selvagem na liberdade
fazer filhos todos os dias
amar cada gota
adivinhar os pensamentos
saber sem nunca chegar a saber
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Me fui - Bebe
me fui pa echarte de menos
me fui pa volver de nuevo
me fui pa estar sola
me fuiiiiiii
porque estaba tan cerca casi tan cerca
que no pude ver lo que tengo cerca
de mis ojos
mis manos que ya no son manos
mis pies son manos que un dia vuelven a darme la vida
de otro muchacho
que al menos cuando me mira
me hace reirme un rato
porque los tuyos
estan tan lejos de mi
que casi no puedo mirarlos
mientras donde estabas cuando te llamaba?
donde estabas cuando te llamaba
donde estabas cuando mi voz se hacia tan pequeña que no salia
y se ahogaba en mi habitación
o dentro de mi
donde estabas cuando dormias a mi lado
y yo no podia dormir
donde estabas cuando te escuchaba palabras que no creias ni tu
entre tanta mierda dime
donde estabas tu?
donde estabas cuando te llamaba?
por eso me fui
pa echarte de menos
me fui pa volver de nuevo
me fui pa estar sola
me fui, por eso me fui
pa echarte de menos
me fui pa volver de nuevo
me fui pa estar sola
me fui
...
me fui pa volver de nuevo
me fui pa estar sola
me fuiiiiiii
porque estaba tan cerca casi tan cerca
que no pude ver lo que tengo cerca
de mis ojos
mis manos que ya no son manos
mis pies son manos que un dia vuelven a darme la vida
de otro muchacho
que al menos cuando me mira
me hace reirme un rato
porque los tuyos
estan tan lejos de mi
que casi no puedo mirarlos
mientras donde estabas cuando te llamaba?
donde estabas cuando te llamaba
donde estabas cuando mi voz se hacia tan pequeña que no salia
y se ahogaba en mi habitación
o dentro de mi
donde estabas cuando dormias a mi lado
y yo no podia dormir
donde estabas cuando te escuchaba palabras que no creias ni tu
entre tanta mierda dime
donde estabas tu?
donde estabas cuando te llamaba?
por eso me fui
pa echarte de menos
me fui pa volver de nuevo
me fui pa estar sola
me fui, por eso me fui
pa echarte de menos
me fui pa volver de nuevo
me fui pa estar sola
me fui
...
Está bem assim?
Joana ama Carlos que ama Teresa que ama Luísa que ama Ricardo que ama Isabel que ama Sérgio que ama Francisco que ama Mariana que não ama ninguém...
E assim se rompe a cadeia do amor universal.
- Mariana, tu tens que amar alguém!
- Amo... amo... amo.
- Ok.
Joana ama Carlos que ama Teresa que ama Luísa que ama Ricardo que ama Isabel que ama Sérgio que ama Francisco que ama Mariana que ama.
Ponto.
- Está bem assim?
E assim se rompe a cadeia do amor universal.
- Mariana, tu tens que amar alguém!
- Amo... amo... amo.
- Ok.
Joana ama Carlos que ama Teresa que ama Luísa que ama Ricardo que ama Isabel que ama Sérgio que ama Francisco que ama Mariana que ama.
Ponto.
- Está bem assim?
sábado, 18 de dezembro de 2010
vou por aí...
Uma música e um poema com dois anos, um vídeo com um ano, uma publicação de hoje...
Fazer memória é apagar...
Fazer memória é apagar...
Jodorowky que me chega pelas mãos da Ale... doce presente!
nadie puede dar solo lo que lleva dentro
el pedido del otro lo insemina
el don se crea entre dos
------
Soy en tu mirada el que siempre busqué ser
Mi lengua es tuya, dime lo que deseo oír
Si realmente deseas algo y no te lo dan, créalo.
Somos el universo, somos eternos. No hay principio ni final. La muerte es un miedo racional. Si piensas como un animal, morirás con él.
En realidad, toda la vida busqué ser lo que siempre fui.
---
el pedido del otro lo insemina
el don se crea entre dos
------
Soy en tu mirada el que siempre busqué ser
Mi lengua es tuya, dime lo que deseo oír
Si realmente deseas algo y no te lo dan, créalo.
Somos el universo, somos eternos. No hay principio ni final. La muerte es un miedo racional. Si piensas como un animal, morirás con él.
En realidad, toda la vida busqué ser lo que siempre fui.
---
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
chuva de mulher
uma mulher sai despida para a rua.
chove em Ponta Delgada
e não cheira a liberdade
ninguém repara na mulher entre as gotas
ninguém a vê
ninguém a chora
ninguém.
Há uma mulher à chuva
na rua
despida
de sapatos vermelhos
dançando...
ela rodopia e é o vento
ou o vento a rebola.
chora,
chorará?
entre a chuva...
vai.
chove em Ponta Delgada
e não cheira a liberdade
ninguém repara na mulher entre as gotas
ninguém a vê
ninguém a chora
ninguém.
Há uma mulher à chuva
na rua
despida
de sapatos vermelhos
dançando...
ela rodopia e é o vento
ou o vento a rebola.
chora,
chorará?
entre a chuva...
vai.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Às vezes...
paramos na vida a olhar. Vemos tudo bem claro. Olhamos para as oportunidades e para as pessoas que queremos amar e... não nos mexemos. Porquê?
Porque parte de nós é feita de estupidez. A outra é feita de medos.
Porque parte de nós é feita de estupidez. A outra é feita de medos.
domingo, 12 de dezembro de 2010
tonterias curtas dentro da lareira
eu penso que consigo fazer tudo ao mesmo tempo e, desde os 18 anos, continuo a querer viver a vida toda num só dia. "Mas não pode ser... uma coisa de cada vez, vá, Maria" Mas porquê? Porque tenho que ouvir os tempos das outras pessoas, porque tenho que seguir os ritmos de quem acha que sigo rápido demais e faço / quero coisas demais? O que é o demasiado? E a demasia? Se, para mim, não é...
Que faço agora? Quero ver o filme novo que me chegou do Brasil por correio, quero fazer a avaliação desta semana do "Camino del artista", quero continuar a escrever a curta "One love", quero ler a Odisseia, quero imaginar o "Fim do Mundo" e o filme do assassino "Eu não tenho pena de ti, eu quero compreender como se pode matar alguém", aprofundar a prostituição como tema e realidade filmável...
Se eu pudesse viver do ar eu estaria só a fazer estas coisas todas ao mesmo tempo, sem dúvida.
Tonterias curtas de ir ali e voltar já
A temperatura da água do mar está mais alta do que o a do ar. O azul do mar de hoje é diferente do cinzento de ontem. Ontem o mar do sul era bem argentino, de plata, sin duda. Hoje, voltei a ver o "movimento das coisas paradas" que filmei em 2009.
A velhota solteirona das Capelas, a quem chamei desconfiada no primeiro encontro, nunca mais voltou. A sua irmã solteirona nunca mais voltou também apesar de se terem divertido muito.
A cidade é muito feia quando as pessoas andam tristes cheias de coisas nas mãos.
É bom voltar a casa e a lareira ainda estar acesa...
Falta-me calafetar portas e janelas ou mudar de casa. O mar anda violentamente a chamar-me. E eu não gosto de violência mas de apelos fortes e desafios imensos. Dentro de dias vou viajar outra vez. Volto àquele lugar. Os vizinhos da casa de madeira fizeram um grande portão electrificado para entrar na casa. O rapazito, a quem devolvi a publicidade não endereçada que me enfiou pela caixa de correio, deu-me pena. Queria editar todas as ideias. Ou dá-las para que vivam. Ou vendê-las.
Amanhã vou novamente à segurança social logo pela manhã...
Milhafre
Eu diria que tenho um milhafre por cima da minha cabeça, um piar que me acompanha todas as manhãs em que brilha o sol. Nunca o fotografei nem filmei nem consegui gravar a sua voz tão bela. Não sei se quero registá-lo fora da minha memória. É tão bom simplesmente aí... Cada vez que o ouço sorrio, como se ele puxasse os cordelinhos do meu sorriso e eu me sentisse mais bonita e mais importante só por o ter a rondar o meu quintal. Sei que tem comida, por isso vive por aqui há anos. Gosto dele. Vejo-o planar e rondar, andar às voltas lá em cima do alto do céu onde fica também a minha cabeça...
Pergunto-me se me levará um dia no seu voo... e peço-lhe que nunca se vá embora. Os dias passam, a vida muda a cada segundo... "Às vezes... - é a medida de tempo que mais gosto" - ouvi ontem no argentino "Abrazo partido" e fez-me tanto, tanto sentido...
Pergunto-me se me levará um dia no seu voo... e peço-lhe que nunca se vá embora. Os dias passam, a vida muda a cada segundo... "Às vezes... - é a medida de tempo que mais gosto" - ouvi ontem no argentino "Abrazo partido" e fez-me tanto, tanto sentido...
foto de Ricardo Salema
Já não há
saudade que arrebente o coração aos mergulhões e o empurre para a loucura sábia de existir.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Desafio
Desafio-te. Desafias-me.
Permanentemente é uma constante de sermos o que somos.
Chamar-se-ia de alguma maneira, fariamos só alegria e seríamos felizes.
Era assim!
Permanentemente é uma constante de sermos o que somos.
Chamar-se-ia de alguma maneira, fariamos só alegria e seríamos felizes.
Era assim!
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
3 Mosqueteiros
Sou o Porthos, disse-me.
Fui à procura de quem sou... "um fiel companheiro, simples e direito, provido de força hercúlea. Homem rude e bom, mas também sem delicadeza e vaidoso. Em "O Visconde de Bragelonne", último volume da "Trilogia dos Mosqueteiros", será o primeiro mosqueteiro a desaparecer, esmagado por um rochedo."
Triste fim me espera depois de casar com uma mulher rica ;)
Acompanham-me Athos e Aramis na vida e na luta. Mas não conhecemos ainda o D'Artagnan... Triste ser mosqueteira assim, sem amo.
foto retirada de writemindset.com
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Volta...
tudo volta ao início
a não saber, afinal, o que morreu em nós
um início que não é início mas volta
volta e meia e é mais uma viragem na espiral
volta a Holly Cole a cantar dentro de mim
volta a alma a confundir-se com o espírito
volta e meia volta há-de voltar
volto ao silêncio que me fala
e às palavras que não há
volta uma sensação de verdade
de certezas
e as tuas mentiras a cheirar o medo
calo tudo o que sinto
não tem "até quando?"
calo e calo-me
violento... voo lento
vou
volto
volta
volta e meia
sou.
a não saber, afinal, o que morreu em nós
um início que não é início mas volta
volta e meia e é mais uma viragem na espiral
volta a Holly Cole a cantar dentro de mim
volta a alma a confundir-se com o espírito
volta e meia volta há-de voltar
volto ao silêncio que me fala
e às palavras que não há
volta uma sensação de verdade
de certezas
e as tuas mentiras a cheirar o medo
calo tudo o que sinto
não tem "até quando?"
calo e calo-me
violento... voo lento
vou
volto
volta
volta e meia
sou.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Mulheres na pesca
Um filme.
Estou na Ribeira Quente há demasiadas horas agarrada a filmar com uma câmara colada à mão e ao ombro. Mais um dia à procura?
São mais de 20, as mulheres. Acho que perdi a primeira cassete filmada e... todas estão num contexto que não lhes é natural nem rotineiro. Isto é tudo difícil, as decisões a cada milésimo de segundo, a escuta atenta e os poros todos a respirar um filme que nem sei o que é...
Vinha à procura de começar algo...
e... tenho muito, muito, muito por onde seguir...
Estou na Ribeira Quente há demasiadas horas agarrada a filmar com uma câmara colada à mão e ao ombro. Mais um dia à procura?
São mais de 20, as mulheres. Acho que perdi a primeira cassete filmada e... todas estão num contexto que não lhes é natural nem rotineiro. Isto é tudo difícil, as decisões a cada milésimo de segundo, a escuta atenta e os poros todos a respirar um filme que nem sei o que é...
Vinha à procura de começar algo...
e... tenho muito, muito, muito por onde seguir...
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Falar?
Às vezes é tão difícil falar...
Porque não encontro as palavras? De que tenho medo? De não usar as certas? Quais são, afinal? Nunca há as palavras certas, certo? Porque não digo o que quero, quando quero, a quem quero?
Limites de liberdade? Respeito? Estupidez? Dúvida? Não, dúvida não. Timing? O tempo a esquartejar as metades? Quando é a hora certa para o falar da alma? Não do espírito, da alma...
A hora certa é quando é.
"O homem solitário, ao conviver com a mulher-foca/mulher-alma, é tocado pela grandeza e fica, portanto, encantado, enriquecido e humilhado ao mesmo tempo" (in Mulheres que correm com os lobos)
Porque não encontro as palavras? De que tenho medo? De não usar as certas? Quais são, afinal? Nunca há as palavras certas, certo? Porque não digo o que quero, quando quero, a quem quero?
Limites de liberdade? Respeito? Estupidez? Dúvida? Não, dúvida não. Timing? O tempo a esquartejar as metades? Quando é a hora certa para o falar da alma? Não do espírito, da alma...
A hora certa é quando é.
"O homem solitário, ao conviver com a mulher-foca/mulher-alma, é tocado pela grandeza e fica, portanto, encantado, enriquecido e humilhado ao mesmo tempo" (in Mulheres que correm com os lobos)
sincronias que não entendo...
Hoje, pela manhã, tinha uma carta no pára-brisas do meu "abandonado" carro. Era do Duarte. Passada uma hora, uma mensagem de alguém em quem não pensava há muito tempo. Era o Guy. Agora escreve-me o Nestor (de Buenos Aires)... O que é que eu fiz? Nada, provavelmente fiquei parada e as coisas acontecem...
política e silêncio
Confesso que gostaria de ter as coisas mais claras em mim.
Há um bicho político que sempre ferve e que reclama permanente justiça, igualdade, respeito. Que fala, fala, fala sem parar. Que tem sempre muito e tudo por dizer. Que pensa, actua e às vezes grita!
Há um bicho poesia, amor, calma... muita calma. Calado. Atento. À escuta e à espreita. Às vezes pensa, outras demite-se de pensar.
Eu sou esta dualidade ou é a dualidade que habita em mim?
Nem sempre há paz nesta convivência dos bichos e na partilha da casa.
O meu corpo-casa às vezes não tem espaço para essas duas mulheres.
Há um bicho político que sempre ferve e que reclama permanente justiça, igualdade, respeito. Que fala, fala, fala sem parar. Que tem sempre muito e tudo por dizer. Que pensa, actua e às vezes grita!
Há um bicho poesia, amor, calma... muita calma. Calado. Atento. À escuta e à espreita. Às vezes pensa, outras demite-se de pensar.
Eu sou esta dualidade ou é a dualidade que habita em mim?
Nem sempre há paz nesta convivência dos bichos e na partilha da casa.
O meu corpo-casa às vezes não tem espaço para essas duas mulheres.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
À esquerda
Eu ando do lado esquerdo do passeio e da vida.
Eu sinto o lado esquerdo a mais.
Eu amo virada para o lado esquerdo do sonho.
Tudo o que fica do outro lado que não vejo
é vão,
vazio,
ausência em mim.
Sou então uma mulher em desequilíbrio
quase a cair.
No fundo da queda há um lado esquerdo roto
rasgado
nu
ensanguentado.
Gosto muito mais desse lado
que se cicatriza e cresce desmesuradamente.
Há que cuidar do outro também.
Não quero parecer a mulher elefante.
No que já sou afinal.
Eu sinto o lado esquerdo a mais.
Eu amo virada para o lado esquerdo do sonho.
Tudo o que fica do outro lado que não vejo
é vão,
vazio,
ausência em mim.
Sou então uma mulher em desequilíbrio
quase a cair.
No fundo da queda há um lado esquerdo roto
rasgado
nu
ensanguentado.
Gosto muito mais desse lado
que se cicatriza e cresce desmesuradamente.
Há que cuidar do outro também.
Não quero parecer a mulher elefante.
No que já sou afinal.
sábado, 20 de novembro de 2010
inebriante?
Sim, talvez seja isso.
como o alcool, as drogas, o tabaco... há pessoas que também são inebriantes...
entro no labirinto.
levo o fio de Ariadne no bolso.
às vezes não tenho bolsos. às vezes falta-me o fio.
levo o amor.
como o alcool, as drogas, o tabaco... há pessoas que também são inebriantes...
entro no labirinto.
levo o fio de Ariadne no bolso.
às vezes não tenho bolsos. às vezes falta-me o fio.
levo o amor.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Adicta?
Se há ou não uma adicção é uma dúvida ainda.
Procura-se o diagnóstico.
Vive-se a metáfora de ser médica e monstra, sem querer chegar a fundo de poço nenhum.
Vício de amar. Obsessão. Doença. Adicção. Afectos.
Contradição com pessoas incapazes de amar...
doentes também, obsessiv@s também, adict@s também.
É uma doença em mim. É uma doença em ti.
ai.
Procura-se o diagnóstico.
Vive-se a metáfora de ser médica e monstra, sem querer chegar a fundo de poço nenhum.
Vício de amar. Obsessão. Doença. Adicção. Afectos.
Contradição com pessoas incapazes de amar...
doentes também, obsessiv@s também, adict@s também.
É uma doença em mim. É uma doença em ti.
ai.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
Erro do Amor
errado o amor
ou são os dias úteis demais
amando demais
tudo em excesso
É demasiado íntimo, é meu. Não sei se demasiado, se meu só. Escrever, escrever, escrever quando sei que, no final, vai ser de toda a gente.
Pausa. Pausa. Pausa
O corpo queria dormir agora porque o coração lhe ordenou, na noite, que amasse. O coração ordenou ao corpo! A cabeça está só aqui a transformar isto em palavras e a agarrar na caneta e a escrever no papel. Desculpem. Não quero estar hoje aqui. Melhor, quero estar aqui mas não que olhem para mim. Larguem-me! Deixem que vos largue. Quero ser um pedaço de madeira neste chão. Fui árvore. Antes rebento. E depois semente. Agora sou taco. De madeira, no chão. Para pisar e para beijar. é possível fazer tudo ao chão que tocamos. Que se faz o caminho e faço o caminho.
Pausa. Pausa. Pausa.
Dormi pouco esta noite. Acordei 2 minutos antes de o despertador tocar. Fiqueri meia hora suspensa a meditar sobre o sono e o sonho. Quanta coisa! tanto para tão pouco tempo!
O tempo é a qualidade dele.
Pausa. Pausa.
Escrevo aos rebentões, páro nos momentos em branco.
Hoje não desenho. Não estou em paz. Tenho urgências para gritar. Ao mundo. Ao meu amor. Aos amores.
Pausa.
Às vezes quero ser apenas um taco de madeira no chão. Hoje queria ficar sossegadinha num buraco. Dormi pouco, esta noite. Ainda me desequilibro. É bom. A corda bamba é um desafio.
(14nov2010, 10h)
ou são os dias úteis demais
amando demais
tudo em excesso
É demasiado íntimo, é meu. Não sei se demasiado, se meu só. Escrever, escrever, escrever quando sei que, no final, vai ser de toda a gente.
Pausa. Pausa. Pausa
O corpo queria dormir agora porque o coração lhe ordenou, na noite, que amasse. O coração ordenou ao corpo! A cabeça está só aqui a transformar isto em palavras e a agarrar na caneta e a escrever no papel. Desculpem. Não quero estar hoje aqui. Melhor, quero estar aqui mas não que olhem para mim. Larguem-me! Deixem que vos largue. Quero ser um pedaço de madeira neste chão. Fui árvore. Antes rebento. E depois semente. Agora sou taco. De madeira, no chão. Para pisar e para beijar. é possível fazer tudo ao chão que tocamos. Que se faz o caminho e faço o caminho.
Pausa. Pausa. Pausa.
Dormi pouco esta noite. Acordei 2 minutos antes de o despertador tocar. Fiqueri meia hora suspensa a meditar sobre o sono e o sonho. Quanta coisa! tanto para tão pouco tempo!
O tempo é a qualidade dele.
Pausa. Pausa.
Escrevo aos rebentões, páro nos momentos em branco.
Hoje não desenho. Não estou em paz. Tenho urgências para gritar. Ao mundo. Ao meu amor. Aos amores.
Pausa.
Às vezes quero ser apenas um taco de madeira no chão. Hoje queria ficar sossegadinha num buraco. Dormi pouco, esta noite. Ainda me desequilibro. É bom. A corda bamba é um desafio.
(14nov2010, 10h)
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
Desejo...
arrumar o desejo?
emoldurar o desejo?
engavetar o desejo?
E o que acontece ao olhar?
Quem escuta a voz sussurrada do silêncio a fingir estrangular?
acordo e deito-me sem que os dias passem por mim
e sou eu a passar por eles
como se, absortos, sobrevivessem à teimosia das horas eternas
nas ruas desertas molhadas.
Duvido da chuva.
emoldurar o desejo?
engavetar o desejo?
E o que acontece ao olhar?
Quem escuta a voz sussurrada do silêncio a fingir estrangular?
acordo e deito-me sem que os dias passem por mim
e sou eu a passar por eles
como se, absortos, sobrevivessem à teimosia das horas eternas
nas ruas desertas molhadas.
Duvido da chuva.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
cita con el artista
Vou a correr, a um encontro!
Vou à "cita con el artista".
Ninguém me impede, nem me interrompe, nem há rédea curta para a vida.
Vou à "cita con el artista".
Ninguém me impede, nem me interrompe, nem há rédea curta para a vida.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
El camino del Artista
Comecei o curso, pela segunda semana.
Um livro vai acompanhar-me três meses.
Desbloqueio de criatividade, descoberta do meu lugar enquanto artista. Aos poucos, vou deixando de ter medo de me auto-denominar assim...
Não é fácil. Mas quero!
Um livro vai acompanhar-me três meses.
Desbloqueio de criatividade, descoberta do meu lugar enquanto artista. Aos poucos, vou deixando de ter medo de me auto-denominar assim...
Não é fácil. Mas quero!
domingo, 7 de novembro de 2010
última hora
Já escrevo com acentos novamente há um mês!
e tenho estado parada neste blogue...
redefinindo as fronteiras entre o íntimo, o público, a maria e a descalça...
não é uma crise existencial, necessariamente.
mas não sei etiquetá-la.
O blogue esteve fechado porque eu estive dentro de um buraquinho sem espreitar. Não é que estivesse a aterrar... estive a sentir o meu lugar aqui, sossegadinha...
O blogue ficou privado, só meu. é um direito, quando afinal este lugar ultrapassa em muito o meu caderno de escritos diários. Aqui é onde procuro partilhar com mais gente. Porque eu não sou de partilhas desmesuradas...
não sei em que lugar me coloco para me guardar tanto assim, de que tenho medo afinal?..
as reticências são uma respiração e o que não se quer dizer mas se adivinha...
adivinha quem quer, quem pode, adivinhem-me.
ou recebam simplesmente. Não quero doer, por isso aqui estou.
de novo
não nova
"uma pilha velha" - disseram uma vez.
"tu nasceste com 6 cabelos brancos, filha" - ouvi toda a vida
"tu, cheia de mania, vais por aí... e vais estar sempre em todos os lugares"... Pois é, Fatinha! Deves ter razão...
Os leitores e as leitoras deste blogue são pessoas, sem dúvida! Não é que não tenham dúvidas. São pessoas, sem dúvida! Atenção à vírgula... Ser pessoa, para mim e em mim, não é nada de extraordinário. Não é o mundo. É o meu mundo. As pessoas é que são extraordinárias!
Hoje fiquei a pé. Um pneu que se esvaziou na curva do caminho e no fundo da rua... Era para que eu voltasse, era para a lua nova, para um banho de mar que só se deseja, era para que apanhasse a chuva no cabelo e na ponta do nariz, era para vir cantar, era para tudo isto que sou...
e tenho estado parada neste blogue...
redefinindo as fronteiras entre o íntimo, o público, a maria e a descalça...
não é uma crise existencial, necessariamente.
mas não sei etiquetá-la.
O blogue esteve fechado porque eu estive dentro de um buraquinho sem espreitar. Não é que estivesse a aterrar... estive a sentir o meu lugar aqui, sossegadinha...
O blogue ficou privado, só meu. é um direito, quando afinal este lugar ultrapassa em muito o meu caderno de escritos diários. Aqui é onde procuro partilhar com mais gente. Porque eu não sou de partilhas desmesuradas...
não sei em que lugar me coloco para me guardar tanto assim, de que tenho medo afinal?..
as reticências são uma respiração e o que não se quer dizer mas se adivinha...
adivinha quem quer, quem pode, adivinhem-me.
ou recebam simplesmente. Não quero doer, por isso aqui estou.
de novo
não nova
"uma pilha velha" - disseram uma vez.
"tu nasceste com 6 cabelos brancos, filha" - ouvi toda a vida
"tu, cheia de mania, vais por aí... e vais estar sempre em todos os lugares"... Pois é, Fatinha! Deves ter razão...
Os leitores e as leitoras deste blogue são pessoas, sem dúvida! Não é que não tenham dúvidas. São pessoas, sem dúvida! Atenção à vírgula... Ser pessoa, para mim e em mim, não é nada de extraordinário. Não é o mundo. É o meu mundo. As pessoas é que são extraordinárias!
Hoje fiquei a pé. Um pneu que se esvaziou na curva do caminho e no fundo da rua... Era para que eu voltasse, era para a lua nova, para um banho de mar que só se deseja, era para que apanhasse a chuva no cabelo e na ponta do nariz, era para vir cantar, era para tudo isto que sou...
sábado, 30 de outubro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
eu gosto e eu não gosto
eu não gosto
de beijo
mão dada e abraço
no meio da rua
eu gosto
de parar o trânsito para dançar um tango na passadeira
de jogar às escondidas ou à apanhada no meio da cidade
de andar de mota inclinando o corpo para a direita e a esquerda
de rir porque sim
de caminhar, lado a lado, com os olhos fixos em ti até chocar com um candeeiro.
de beijo
mão dada e abraço
no meio da rua
eu gosto
de parar o trânsito para dançar um tango na passadeira
de jogar às escondidas ou à apanhada no meio da cidade
de andar de mota inclinando o corpo para a direita e a esquerda
de rir porque sim
de caminhar, lado a lado, com os olhos fixos em ti até chocar com um candeeiro.
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Saber o que quero
Eu tenho que saber o que quero... Depois, posso falar. Vou então parar, escutar, olhar... Depois volto!
sábado, 23 de outubro de 2010
Problemas da Criatividade
Quando uma pessoa treina muito a criatividade, a tem como vida, profissão e mania e, depois, se depara com um problema que precisa de resposta... tem muitas! Muitas possíveis!
Ou sou eu que não gosto nada de tomar decisões sozinha?!
Ou sou eu que não gosto nada de tomar decisões sozinha?!
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
cansada de ver
Hoje não vou ver nenhum filme. Estou cansada de ver... Tentei, nestes dias, não processar nem escrever sobre os filmes que vi. Hoje sinto que já não me entra mais nenhum no cérebro, nem no resto do corpo... Preciso de me centrar em mim, nas coisas que quero fazer, nas decisões que tenho e quero tomar.
O ar de Lisboa é muito seco, afinal. Eu sou frágil afinal. Mas se as coisas me acontecem é porque as aguento... Se as coisas me escolhem é porque tenho espaço para elas. Redescubro-me em cada sopro da vida. Conheço-me mais e fico mais preparada, mais hábil, mais capaz de viver.
O ar de Lisboa é muito seco, afinal. Eu sou frágil afinal. Mas se as coisas me acontecem é porque as aguento... Se as coisas me escolhem é porque tenho espaço para elas. Redescubro-me em cada sopro da vida. Conheço-me mais e fico mais preparada, mais hábil, mais capaz de viver.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
bonita
sinto-me bonita porque estou cheia de amor. Olho-me ao espelho e ele quase parte com a intensidade desse monstro dentro. imagens perfeitas de um balão vermelho que explode de excesso, um copo de vinho a partir, o big bang, um orgasmo. sou bonita e tudo o que sou é para dar. Cheia e, ainda há dias, fechada numa caixinha de silêncio. A lua também está a encher... grávida de mim.
pesquisas...
volto a pesquisar. Cabo Polónio, no Uruguai. Prostituição nos Açores. São dois documentários que quero fazer... Já começaram.
As pesquisas estimulam-me sem saber do que estou exactamente à procura. Nem tenho ainda ideia das perguntas nem sei se vou encontrar respostas. Mas o caminho faz-se caminhando...
As pesquisas estimulam-me sem saber do que estou exactamente à procura. Nem tenho ainda ideia das perguntas nem sei se vou encontrar respostas. Mas o caminho faz-se caminhando...
Mito de Narciso
En la mitología griega, Narciso (en griego Νάρκισσος) era un joven conocido por su gran belleza.
Según Ovidio, tanto doncellas como muchachos se enamoraban de Narciso a causa de su hermosura, mas él rechazaba sus insinuaciones. Entre las jóvenes heridas por su amor estaba la ninfa Eco, quien había disgustado a Hera y por ello ésta le había condenado a repetir las últimas palabras de aquello que se le dijera. Eco fue, por tanto, incapaz de hablarle a Narciso de su amor, pero un día, cuando él estaba caminando por el bosque, acabó apartándose de sus compañeros. Cuando él preguntó «¿Hay alguien aquí?», Eco contenta respondió: «Aquí, aquí». Incapaz de verla oculta entre los árboles, Narciso le gritó: «¡Ven!». Después de responder: «Ven, ven», Eco salió de entre los árboles con los brazos abiertos. Narciso cruelmente se negó a aceptar su amor, por lo que la ninfa, desolada, se ocultó en una cueva y allí se consumió hasta que sólo quedó su voz. Para castigar a Narciso, Némesis, la diosa de la venganza, hizo que se enamorara de su propia imagen reflejada en una fuente. En una contemplación absorta, incapaz de apartarse de su imagen, acabó arrojándose a las aguas. En el sitio donde su cuerpo había caído, creció una hermosa flor, que hizo honor al nombre y la memoria de Narciso.
Narciso, B. Conda de Satriano (fim séc. XIX)
"Sobre la pena duermo solo y uno, pena es mi paz y pena mi batalla, perro que ni me deja ni se calla, siempre a su dueño fiel pero importuno." (Miguel Hernández)
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
o meu e o teu
Não há, para mim, no Amor, o meu e o teu.
No amor tudo se faz, tudo acontece, e ainda sobra tempo.
No amor, com amor, o tempo não é gregoriano de 12 meses de 30 dias de 24 horas de 60 minutos... No amor, o tempo é um fluir da eternidade, um flutuar dos dias, uma mão no céu e um pé na terra, os olhares nos olhares...
No amor tudo se faz, tudo acontece, e ainda sobra tempo.
No amor, com amor, o tempo não é gregoriano de 12 meses de 30 dias de 24 horas de 60 minutos... No amor, o tempo é um fluir da eternidade, um flutuar dos dias, uma mão no céu e um pé na terra, os olhares nos olhares...
sem coração
O que me aconteceu é que fiquei sem coração.
Nem um buraco, nem um vazio, nem uma faca... não é nada disso.
É ausência, inexistência. Não está. Não existe. Não mora. Não sinto nada.
Talvez tenha levado uma bofetada...
Fiquei a olhar a cara, no espelho...
e a mão...
Nem um buraco, nem um vazio, nem uma faca... não é nada disso.
É ausência, inexistência. Não está. Não existe. Não mora. Não sinto nada.
Talvez tenha levado uma bofetada...
Fiquei a olhar a cara, no espelho...
e a mão...
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
José e Pilar
Eu precisava muito de chorar mas não sabia onde tinha guardadas estas lágrimas, pois elas nunca me tinham nascido.
Ontem, enfiada numa Culturgest a abarrotar de gente chorei, e chorei e chorei.
Não foi apenas o filme. Foi a minha alma a começar a lavar-se e a ferida aberta.
Ontem, enfiada numa Culturgest a abarrotar de gente chorei, e chorei e chorei.
Não foi apenas o filme. Foi a minha alma a começar a lavar-se e a ferida aberta.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Toma (mais um excerto)
foto de Sofia Carvalho
Para o videoarte "Toma" (que está ainda em fase de edição) trabalhei com a fotógrafa Sofia Carvalho. Mais um encontro artístico bonito e um alguém que diz "sim" a um desafio que desconhece. Foi muito bom! Obrigada, Sofia
terça-feira, 12 de outubro de 2010
videoclip Mamá em Festival Internacional
O videoclip Mamá filmado na Bolívia foi seleccionado para o Cinecitá. Será projectado na Bolívia, Peru e Ecuador entre Outubro de 2010 e Janeiro de 2011, em comunidades rurais destes países.
Mamá - do álbum Hip Hop Kayma, vol.3
Realização e Câmara Maria Simões
Música Juan Savedra - Rasco
Interpretação e letra Alberth, Wilfredo e Edwin
Montagem Le Kubrické Entaralliné
Produção Descalças-cooperativa cultural (Açores) - Performing Life (Bolívia)
Cochabamba, Bolívia, 2010
Workshop de Realização no Doclisboa 2010
Este ano, o doclisboa organiza uma série de encontros com realizadores de reconhecimento internacional tendo como questão central “DIRECTING DOCUMENTARIES - FROM SELF PRODUCTION TO BIG PRODUCTION”. Serão 6 sessões de duas a três horas cada, entre 16 e 22 de Outubro.
Em cada sessão, o realizador convidado vai partilhar a sua experiência pessoal relativamente à produção da sua mais recente obra, apresentada no doclisboa.
Cada case-study revelará situações e soluções diferentes, que podem encorajar ou motivar outros realizadores ou estudantes. Desde o orçamento zero até à co-produção internacional.
Em alguns casos, como o de Gianfranco Rosi, com «El Sicario» (Prémio da Crítica Internacional no último Festival de Veneza), a rodagem da obra fez-se sem qualquer produção e a figura do produtor só veio a surgir quando o filme já estava em pós-produção. Em outros casos, como o de Michael Madsen, com «Into Eternity» (Grande Prémio do Festival Visions du Réel 2010), a super-produção de um documentário high-tech, condicionado por segredos de Estado e rodado em locais de alta segurança, a produção só pode arrancar após o envolvimento de vários países e um conjunto de televisões. Entre estes dois extremos, uma diversidade de casos diferentes.
Como é natural, o nosso objectivo no diálogo com estes realizadores não é falar de financiamento, mas de tudo o que foi necessário para defenderem uma ideia e uma obra desde a sua concepção até a sua estreia.
Não será possível assistir às sessões de forma «avulsa», na medida em que se procura um espírito de grupo e uma discussão partilhada sobre os exemplos internacionais pontualmente comparado com as experiências portuguesas.
Calendário + Realizador & Filme
dia 16, sábado, 11:00
Ricardo Íscar (Dansa Als Esperits)
dia 18, segunda-feira, 15:00
Sylvain George (Qu’ils Reposent en Révolte – Des Figures de Guerre)
dia 19, terça-feira, 15:00
Miguel Gonçalves Mendes (José & Pilar)
dia 20, quarta-feira, 11:00
Michael Madsen (Into Eternity)
dia 21, quinta-feira, 11:00
Anna Sanmartí (La Terra Habitada)
dia 22, sexta-feira, 11:00
Gianfranco Rosi (El Sicario: Room 164)
Moderação e coordenação: Sérgio Tréfaut
Em cada sessão, o realizador convidado vai partilhar a sua experiência pessoal relativamente à produção da sua mais recente obra, apresentada no doclisboa.
Cada case-study revelará situações e soluções diferentes, que podem encorajar ou motivar outros realizadores ou estudantes. Desde o orçamento zero até à co-produção internacional.
Em alguns casos, como o de Gianfranco Rosi, com «El Sicario» (Prémio da Crítica Internacional no último Festival de Veneza), a rodagem da obra fez-se sem qualquer produção e a figura do produtor só veio a surgir quando o filme já estava em pós-produção. Em outros casos, como o de Michael Madsen, com «Into Eternity» (Grande Prémio do Festival Visions du Réel 2010), a super-produção de um documentário high-tech, condicionado por segredos de Estado e rodado em locais de alta segurança, a produção só pode arrancar após o envolvimento de vários países e um conjunto de televisões. Entre estes dois extremos, uma diversidade de casos diferentes.
Como é natural, o nosso objectivo no diálogo com estes realizadores não é falar de financiamento, mas de tudo o que foi necessário para defenderem uma ideia e uma obra desde a sua concepção até a sua estreia.
Não será possível assistir às sessões de forma «avulsa», na medida em que se procura um espírito de grupo e uma discussão partilhada sobre os exemplos internacionais pontualmente comparado com as experiências portuguesas.
Calendário + Realizador & Filme
dia 16, sábado, 11:00
Ricardo Íscar (Dansa Als Esperits)
dia 18, segunda-feira, 15:00
Sylvain George (Qu’ils Reposent en Révolte – Des Figures de Guerre)
dia 19, terça-feira, 15:00
Miguel Gonçalves Mendes (José & Pilar)
dia 20, quarta-feira, 11:00
Michael Madsen (Into Eternity)
dia 21, quinta-feira, 11:00
Anna Sanmartí (La Terra Habitada)
dia 22, sexta-feira, 11:00
Gianfranco Rosi (El Sicario: Room 164)
Moderação e coordenação: Sérgio Tréfaut
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Cortei o cabelo poucos dias antes de regressar aos Açores...
Não percebi, na altura, essa urgência.
Hoje sei porque me sinto incompleta e estranha, aqui. Falta-me essa parte de mim. Ficou lá. Como recuperá-la? Como trazê-la a mim sem que me pertença?
A América Latina entranhou-se-me nos ossos. Vejo o filme “Nación Clandestina” de Jorge Sanginés, ouço a música e as emoções daquele povo imenso, tudo se aperta e ressoa no meu coração. Adivinho a minha alma.
Não percebi, na altura, essa urgência.
Hoje sei porque me sinto incompleta e estranha, aqui. Falta-me essa parte de mim. Ficou lá. Como recuperá-la? Como trazê-la a mim sem que me pertença?
A América Latina entranhou-se-me nos ossos. Vejo o filme “Nación Clandestina” de Jorge Sanginés, ouço a música e as emoções daquele povo imenso, tudo se aperta e ressoa no meu coração. Adivinho a minha alma.
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
a liberdade de estar aqui
Subo de pé para a mesa de pedra, lá em baixo o mar é feito de um azul intenso e profundo. Volto à atlântida. Os pés são para andar no chão? Há coisas preciosas na vida e no mundo. Estar aqui sendo eternamente estrangeira é bom. Aprendi a amar-te longe de ti. Agora, guardo esse bicho estranho no bolso, olho para ele, de vez em quando, quando desperta e desperto também. Flutuo. Não estou cá e estou talvez mais ainda. Sou metade de mim.
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
sonhos e ventos
Ontem senti um aperto... os sonhos da noite a chamar a saudade, o vento a levantar as ondas do mar a 7 e 8 metros, a chuva a empurrar-me o peito contra as costas e uma sensação de dor, em algum lugar longe daqui. Um medo inexplicável, uma sensação de abismo. Não sei o que se passou. Espero que estejas bem!
Macua
A Macua faz hoje 8 anos! E continua a ser a mais constante companheira!
Parabéns, Macua! Apesar da falta que vais sentir dos mimos dos avós, estamos quase a regressar a casa!
Parabéns, Macua! Apesar da falta que vais sentir dos mimos dos avós, estamos quase a regressar a casa!
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
um país à esquerda...
Chego à concentração... ao momento de luta e manifestação... O Marquês de Pombal está cheio de gente que se prepara para marchar, gritar dizendo o que pensa. A liberdade de Abril permitiu-nos isto. Mas a liberdade de Abril permitiu também que sucessivos governos deste país nos exijam (ou obriguem?), enquanto cidadãos e cidadãs, que voltemos à rua... Agora, como no 25, tinha que ser todo um país! As centenas e os milhares não bastam. Estou ali e arrepia-me todo o corpo. Estou ali e estava na América do Sul, emocionada e triste, ao mesmo tempo. Muito triste! A luta é um direito. A justiça, o emprego, a igualdade são direitos. Ver mares de gente a marchar protestando é muito forte. É muito triste... Eu não entendo os seres humanos que governam este país... que conseguem ensurdecer, emudecer, enregelar perante coisas destas... As lágrimas escorriam-me pela cara e havia montes de gente à minha volta... estava em Portugal, estava na Bolívia, estava na ditadura do Chile... Não estou em lado nenhum e isto é tudo igual!
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Doclisboa
O "Mais um dia à procura" foi seleccionado para a competição portuguesa - curtas do VIII Doclisboa. É obviamente uma alegria e mais um incentivo para continuar a filmar. Hoje estive na conferência de imprensa do Festival, recebi um catálogo com a programação e as tentações. A vontade de estar presente é já muita... Estive estrangeira no meio de gente estranha porque diferente. Não conhecer ninguém das presentes nem das faladas e ditas é uma sensação muito extraordinária... Além disso, nunca vi este filme numa sala cheia de gente a olhar para um ecran muito, muito grande... Queria ficar a olhar os olhares das pessoas no escuro...Deve ser giro ;) Farei por cá estar. Além disso, terei a oportunidade de ter dias e dias e horas de cinema documental (segundo a organização, do melhor que se faz no mundo), de participar no workshop de realização (precisamente em cinema directo e produção de filmes com baixos recursos...), de assistir a uma sessão/oficina de cinema documentário 4 kids (que tanto me atrai), de estar nas masteclasses de Marceline Loridan-Ivens, de ver toda uma grande retrospectiva de filmes de Joris-Ivens e outra de Jorgen Leth, etc, etc, etc... Agora, só me falta ter um avião. Está quase! Depois, voltarei a viajar e levo sempre esta equipa comigo... Tiago Melo Bento, Frederico Lobo, Tiago Hespanha, Leonor Noivo e Andreia Luis - OBRIGADA, sempre!
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
onde quer que esteja
eu vou pertencer sempre ao outro lado do mar... é como estar descalça ser esta forma de estar na vida...
por isso, ainda que noutro continente, este blogue vai continuar a existir comigo dentro... porque cada paragem é apenas um parêntesis no caminho... e porque depois de começado um caminho que tem marcado a sangue o seu chão... o tempo não pára. A vida não pára... (como cantou o Cazuza)
por isso, ainda que noutro continente, este blogue vai continuar a existir comigo dentro... porque cada paragem é apenas um parêntesis no caminho... e porque depois de começado um caminho que tem marcado a sangue o seu chão... o tempo não pára. A vida não pára... (como cantou o Cazuza)
sol
eu já vivi dentro do sol
e não me queimava...
O que então doeu
foi ter sido expulsa do sistema solar.
Hoje vivo um planeta que sou
e, felizmente, não pertence a nenhum sistema!
e não me queimava...
O que então doeu
foi ter sido expulsa do sistema solar.
Hoje vivo um planeta que sou
e, felizmente, não pertence a nenhum sistema!
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
regresso à cidade natal
Volto, como quem faz um parentesis na viagem. Estou aqui e ainda lá ou já lá além...
A ressaca é um acontecimento interessante...
A ressaca é um acontecimento interessante...
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
É difícil responder quando me pedem que conte, quando perguntam qual o melhor momento, a melhor imagem, o melhor recuerdo...
Nao tenho nada para contar. Sou a viagem, sou o dia-a-dia, esta viagem foi apenas um momento da minha vida, nao terminou, nao vai acabar, nao se interrompe... é um caminho.
Passei nove meses na América do Sul. Muito nasceu e morreu em mim.
Tenho 34 anos e mais que tantos para seguir viajando. Sei-o hoje com a certeza do vinho que sempre amadurece a alma.
Como dizia a cançao: ¨Vou por aí, por além, por acolá...¨
Nao tenho nada para contar. Sou a viagem, sou o dia-a-dia, esta viagem foi apenas um momento da minha vida, nao terminou, nao vai acabar, nao se interrompe... é um caminho.
Passei nove meses na América do Sul. Muito nasceu e morreu em mim.
Tenho 34 anos e mais que tantos para seguir viajando. Sei-o hoje com a certeza do vinho que sempre amadurece a alma.
Como dizia a cançao: ¨Vou por aí, por além, por acolá...¨
domingo, 19 de setembro de 2010
aí vou, lá vou eu...
Vou amanha, para voltar daqui a um bocadinho. É sempre assim! Até já a todas as pessoas que estao a abrir-me os bracos. Os meus já sao asas no mar!
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Oceano Atlântico
de volta ao sítio... àquele sítio...
dentro de uns minutos estarei a caminho de Cabo Polónio, Uruguai, onde desejo filmar em 2011. Hoje, amanha e sábado vou reperar, portanto. E viver o inverno daqui, frente ao aí...
E vou fazer as fotos que nao tinha feito... ou outras que adivinhem planos, momentos, personagens de um filme documentário... Ficçao?
Estou aqui como quem corre atrás de sonhar, sem dúvidas de viver e de decidir. Vim a correr e gastei quase todos os euros que me restavam para continuar esta viagem. Passei em 4 países e tantos aeroportos nas últimas 24horas... Há 9 meses que nao andava de aviao... Há momentos assim. Felizmente!
Domingo volto a Buenos Aires, ao Pablo e Natalí e ao tango na catedral...
terça-feira, 14 de setembro de 2010
continuam a acontecer coisas...
O sr das migraçoes afinal quer acreditar em mim e nos bilhetes de aviao que trago na carteira, dentro do livro de magias e feitiços "Las enseñanzas de Don Juan" (perigoso, isto, perigoso!).
Num primeiro instante, o homem com o poder do carimbo disse-me... no, no, no! No puede entrar en Bolivia, ya ha estado mas de 3 meses aca este año...
E eu expliquei-lhe com calma que estava em trânsito, nao estava a entrar na Bolívia mas como estava obrigada a passar 6 horas em La Paz, queria ir à rua fumar um cigarro (isto de ser fumadora, nos dias que correm traz mesmo muitos inconvenientes burocráticos!)... e que era a companhia aérea Aerosur que me estava a obrigar a passar pela Bolivia. Nao era minha intençao, aliás bem que eu preferia um voo mais directo... mas para sair o mais barato possível (e comprado ontem à noite) foi o único que consegui. Além disso, de certeza a Aerosur obriga-nos a horas de escala em La Paz e a uma noite em Santa Cruz precisamente para consumirmos na Bolívia. O ministério da Economia, o do Turismo e talvez até outros devem estar contentes... Mas as Migraçoes nao! Nao vao dar-me o carimbo, o visto.
- Y ahora? - pergunto.
Imagino que, ao nao poder entrar na Bolívia, terao que enviar-me de volta para o Peru. Quem paga isso? Ou será que aproveitam e me repatriam de vez??? Ai, mal empregado dinheiro que gastei em passagens, se era para me repatriarem por isto... mas, eu tenho pátria? Eu digo que nao, mas há quem diga que sim...
Enfim, o senhor vai chamar outro, vem um resma de gente, o das migraçoes, a da Aerosur, a sra que me verificou os papelinhos escritos e assinados, o da alfândega, o que cobra... voltas e mais voltas e o que acontece é que já muita gente fez isto e depois ficou em Santa Cruz. Explico outra vez ao senhor:
- (em castelhano, boliviano como já sei... ) Hermano, oiga... yo tengo un vuelo para Buenos Aires mañana, Tengo aca boleto para Madrid, ves? gaste toda esta plata en pasages porque quiero afinal quedar en Bolivia, tu cres?
O homem pensa comigo... mas já aconteceu, há gente para tudo. Só me resta que ele queira acreditar em mim... E que quando saí da Bolívia paguei a multa devida pelos dias que passei a mais e que esse recibo o tenho ou na mochila no aviao ou já seguiu num dos envelopes, caixas e caixinhas para os Açores.
Resumindo, paguei 2 dias de multa (hoje e amanha, ai senhores!!!) e tive que ir trocar dinheiro e o senhor disse que amanha vai verificar no sistema informático se eu realmente saí da Bolívia.
Respondi-lhe sorrindo:
- Me encantaria que fuera usted a verificarlo personalmente.
Riu-se, olhando para trás, para mim. De mochila às costas, maleta de doctora payasa na mao e ... umas ganas de fumar um cigarro a ver o Ilimani!!!!
saída do Peru
Começamos muito bem.
Chego ao aeroporto meia hora antes do voo (porque estou habituada a isso, nos Açores...) e dirijo-me ao balcao de check-in.
- Su pasaporte.
demoro a encontra-lo mas tenho! sim tenho!
- Llego de Lima, ahora?
- No...
- Entonces porque llego tan atrasada?
- porque me estuve despediendo ayer en la noche y sali a bailar y...
- no se desperto a tiempo hoy...
- Si, asi fue!
e rimos todas, as tres...
e pronto, nada de grave, o voo esta 2h30 atrasado... para quê correr se é o vento quem manda afinal?
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Juras
Jurou-lhe dias de silêncio mas ele foi o primeiro a chegar e começou por calar-se. Quando ela desceu ao porto, na manha seguinte, ele recebeu-a mudo e ela maga. Falou muito pouco, o suficiente para o conduzir como a um cego que se dedicara a nascer de novo, outra vez, como em cada trintena de anos. Ela jurara o silêncio e entregara suas águas. Caminharam quatro dias seguidos, sem sapatos, deixando o sangue escorrer em cada passada. Quando regressaram à casa, traziam duas das quatro maos coladas que nao se despegaram nunca mais. E o amor de braço dado, ao peito.
sábado, 11 de setembro de 2010
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
agradeço-te a verdade
e o tempo que tomas e os dias em que te escrevo cartas. agradeço também as nao cartas. agradeço-te e nao quero duvidar
portanto
fala-me a verdade, outra vez
para ver se eu chego a entender o que nao sinto, para ver se chego a olhar o medo nos olhos e a trata-lo pelo nome, para ver se fico um bichinho de conta, se me transparento, se deixo de existir.
portanto
fala-me a verdade, outra vez
para ver se eu chego a entender o que nao sinto, para ver se chego a olhar o medo nos olhos e a trata-lo pelo nome, para ver se fico um bichinho de conta, se me transparento, se deixo de existir.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
nas manhas, o despertar, é momento de rara beleza e sintonia... Acordo outra vez sem acordar. Passa um filme no instante de sonhar coisas que já vi, afinal, e que me dormiram na cabeça toda a noite...
Sao como sonhos, visualizaçoes, despertares de um outro estado de presença no aqui... Nao chego a entender nada. Vejo os passos, sinto dores distantes e pensamentos ausentes.
A loucura é um processo simples, afinal! Tem que ver com isto.
Sao como sonhos, visualizaçoes, despertares de um outro estado de presença no aqui... Nao chego a entender nada. Vejo os passos, sinto dores distantes e pensamentos ausentes.
A loucura é um processo simples, afinal! Tem que ver com isto.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
fumar? Abraço-me
Algo de estranho se passa...
Ontem só fumei 3 cigarros o dia todo...
Hoje ainda nao fumei.
7h da manha, no gregoriano...
Despertei sem chegar a acordar... um perfume de flores atravessou uma estrada na minha mente. Vi-o como um vento deslizante, serpenteando.
Penso em maiúsculas, como se gritasse... E o coraçao cresce desmesuradamente para fora do corpo, sem chegar a explodir, é como um interminável balao que se enche de vermelho e calor. Abraço-me para ter a certeza de que existo.
Ontem só fumei 3 cigarros o dia todo...
Hoje ainda nao fumei.
7h da manha, no gregoriano...
Despertei sem chegar a acordar... um perfume de flores atravessou uma estrada na minha mente. Vi-o como um vento deslizante, serpenteando.
Penso em maiúsculas, como se gritasse... E o coraçao cresce desmesuradamente para fora do corpo, sem chegar a explodir, é como um interminável balao que se enche de vermelho e calor. Abraço-me para ter a certeza de que existo.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Dia de macaco
pois deve ser isso... chamemos o humor! Os telefones nao chamam, as secretárias fartam-se de falar, a Ana está de cama, eu arranquei o primeiro dente da vida, (e agora estou a senti-lo como se nao quisesse ter sido separado de mim...), o Francisco fez-me falar alto para lhe ver melhor o nariz de Pinóquio e depois o Jaime veio dizer-me que eu estava a falar alto demais, a senhora dos correios diz que nao me espera toda a noite, o senhor do curso aguarda o pagamento, o aviao nao descola e a internet está sempre a desligar-se quando quero escrever um SIM!, enfim... dia de macaco... Amanha é outro dia!
nao
me queres
me sentes
me dizes
nao me nada.
e tudo
e hoje sem aqui
ali
agora
sempre
agora
"e agora eu vou-me embora embora a dor nao queira ir ja embora e agora eu vou-me embora e parto sem dor. e parto dentro de momentos apesar de haver momentos em que dentro a dor nao parte sem dor" (Sergio Godinho)
Fica-me um dente (com raiz) a viver (?) no Peru... nao doeu... mas é muito estranho o que sinto...
me sentes
me dizes
nao me nada.
e tudo
e hoje sem aqui
ali
agora
sempre
agora
"e agora eu vou-me embora embora a dor nao queira ir ja embora e agora eu vou-me embora e parto sem dor. e parto dentro de momentos apesar de haver momentos em que dentro a dor nao parte sem dor" (Sergio Godinho)
Fica-me um dente (com raiz) a viver (?) no Peru... nao doeu... mas é muito estranho o que sinto...
domingo, 5 de setembro de 2010
sábado, 4 de setembro de 2010
Blogue Privado
Dentro de mais ou menos uma semana este blogue vai deixar de ser público e passará, portanto, a ser privado. Por nada de especial e por muito em especial. Se quiseres continuar a ler-me (de certeza que me ponho com borboletas no coraçao por sabê-lo) manda-me um mail para descalcas.mariasimoes@gmail.com Obrigada e até já!
Dentro de una semana este blog dejara de ser publico, o sea, va pasar a ser privado. Por nada en especial y por mucho en especial. Se me quieres seguir leendo (seguro, por saberlo, me van a nacer mariposas en el corazon) enviame un email a descalcas.mariasimoes@gmail.com. Gracias y hasta pronto!
Dentro de una semana este blog dejara de ser publico, o sea, va pasar a ser privado. Por nada en especial y por mucho en especial. Se me quieres seguir leendo (seguro, por saberlo, me van a nacer mariposas en el corazon) enviame un email a descalcas.mariasimoes@gmail.com. Gracias y hasta pronto!
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
sincronário das 13 luas - nivel 1 (formaçao)
é uma espécie de calendário maya, só que nao se rege pelas "calendulas" (livro de contas) do gregoriano mas sim pela sincronicidade!!!
Tempo e Energia = ARTE.
é por onde estou, como estou, descobrindo, aprendendo e encontrando.
Ontem deixei a carteira ao lado do telefone que nao falou... Desapareceu. Por algo foi. Devo dar mais importância ao dinheiro?
Tempo e Energia = ARTE.
é por onde estou, como estou, descobrindo, aprendendo e encontrando.
Ontem deixei a carteira ao lado do telefone que nao falou... Desapareceu. Por algo foi. Devo dar mais importância ao dinheiro?
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
sonhos reveladores
de coisas que nao chego a entender ainda...
Chamaram-me porque o senhor se ia embora e queria despedir-se de mim.
Era um velhinho que tinha o rosto do Eugénio de Andrade ou do Virgílio Ferreira (nao sei agora precisar) mas eu sabia-o o autor do D. Quixote... Estava eu entao sentada na cama da morte do Cervantes. Olhavamo-nos, sorriamos com o olhar. Ele estava a despedir-se. Falava-me e eu escutava apenas com os olhos e o coraçao... Disse-lhe: Boa Viagem! e fiz-lhe um carinho na cara. Olhou-me terno. Sorrimos de novo. As pessoas no quarto, atrás de mim, condenavam a minha frase. Nada nos importava aos dois. Voltei a dizer, agora mais alto: BOA VIAGEM! Sorrimos mais abertamente, acho que rimos e ele partiu...
terça-feira, 31 de agosto de 2010
mais duas candidaturas entregues hoje
A serem aprovadas, em 2011, vou realizar dois documentários.
Anoitece (Açores)
e
Fim do Mundo (Uruguai)
O 'Mais um dia à procura' seguiu, entretanto, para o Faial Film Fest e para o Cine'Eco.
31 de Agosto é dia de encerramentos!
Anoitece (Açores)
e
Fim do Mundo (Uruguai)
O 'Mais um dia à procura' seguiu, entretanto, para o Faial Film Fest e para o Cine'Eco.
31 de Agosto é dia de encerramentos!
paciência
Muita gente me tem dito, em muitas situaçoes, este ano, que eu sou muito paciente...
Sim, eu tenho todo o tempo do mundo,
até que me cortem as pernas ou as asas...
nesse momento, passo a ter ainda mais tempo, pois vou andar mais devagar...
Sim, eu tenho todo o tempo do mundo,
até que me cortem as pernas ou as asas...
nesse momento, passo a ter ainda mais tempo, pois vou andar mais devagar...
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
há músicas...
que sao capazes de nos provocar coisas raras, apertos, saudades... inquietaçoes... às vezes nem estamos a escutar a letra e a música entra nas veias. Outras vezes, atenta as letras, invadem-me emoçoes improváveis...
a música? mas é a música? Sim, é a música! e aquilo que sou com a música dentro...
Um beijo, António pelas músicas de hoje... Voltamos segunda-feira...
a música? mas é a música? Sim, é a música! e aquilo que sou com a música dentro...
Um beijo, António pelas músicas de hoje... Voltamos segunda-feira...
furacao nos açores, beijo em Cusco
Parece que se aproxima um furacao dos Açores... Ainda nao divulgaram o seu nome. Eu digo: chama-se Fatinha e está a chegar do Peru!
Entretanto, o inédito acontece! Em Cusco, duas nuvens acabam de chocar e fizeram um barulho tremendo. Agora, cheira a terra molhada e a água evapora do chao com o apetecível desejo de um beijo.
Aqui as pessoas estao contentes com esta chuva que cai em Agosto! Eu também.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Uma epopeia Odisseia vai nascer nos Açores
Ganhei a bolsa de Dramaturgia a que me candidatei em Fevereiro. Com esta bolsa, vou parir uma obra de teatro que se terá que estrear...
Vai nascer uma odisseia!!!!Além disso, Cabuia Teatro (da Argentina) e Alejandra Alarcón (da Bolívia) viajarao até aos Açores... porque as promessas sao para cumprir!!! Obrigada hermanas! Obrigada hermano!!!
Vai nascer uma odisseia!!!!Além disso, Cabuia Teatro (da Argentina) e Alejandra Alarcón (da Bolívia) viajarao até aos Açores... porque as promessas sao para cumprir!!! Obrigada hermanas! Obrigada hermano!!!
sábado, 21 de agosto de 2010
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Santa Maria-Santa Teresa-Machu Pichu
pois foi, assim pé ante pé... um passo para aqui, outro para lá e subi à cidade sagrada dos incas.
caminhar, caminhar, caminhar, ver, respirar bem, fotografias que trazem o cheiro daquele lugar...
depois um banho quente em Cocalmayo (Santa Teresa) para ver a lua aparecer a esticar-se...
tanta coisa para contar agora e as palavras a preguiçar na barriga e no peito. E na memória do olhar. Os meus olhos? Te los daria si te amara...
caminhar, caminhar, caminhar, ver, respirar bem, fotografias que trazem o cheiro daquele lugar...
depois um banho quente em Cocalmayo (Santa Teresa) para ver a lua aparecer a esticar-se...
tanta coisa para contar agora e as palavras a preguiçar na barriga e no peito. E na memória do olhar. Os meus olhos? Te los daria si te amara...
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Hoje vou à "Poça da Bêja"
aconchegando-me no colo da base de Machu Pichu... para dormir ao relento e ver o sol nascer. Porque sim. Por mais nada!
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
domingo, 15 de agosto de 2010
História trágica com final feliz
de Regina Pessoa
Há pessoas que são diferentes. E tudo o que desejam é serem iguais aos outros, misturarem-se deliciosamente na multidão. Há quem passe o resto da vida lutando para conseguir isso, negando ou tentando abafar essa diferença. Outros assumem-na e dessa forma elevam-se, conseguindo assim um lugar… no coração.
Há pessoas que são diferentes. E tudo o que desejam é serem iguais aos outros, misturarem-se deliciosamente na multidão. Há quem passe o resto da vida lutando para conseguir isso, negando ou tentando abafar essa diferença. Outros assumem-na e dessa forma elevam-se, conseguindo assim um lugar… no coração.
Kachiqhata (de novo) y Tancca
KACHIQHATA
Faz-me muita impressao prometer e nao cumprir. Daí que cada vez prometo menos. Prometo quase nada. Sou futuro para quase ninguém. Do presente sim, cuido! De qualquer maneira, soube muito bem voltar hoje a Kachiqhata para deixar cerca de 30 cedros de altura (de los Andes) para aquela comunidade abastecer aquele que já chamam o seu jardim botânico. Depois, fomos visitar o Jorge. A mae Rosa fazia hoje 42 anos, convidara-nos ébria para uma chicha. Aparecemos sem ter prometido. Quase nao se lembrava de nós no ontem. Mas o Jorge, a Pamela, o Jose Luis vieram a correr dar-nos abraços às pernas que dobrámos para entregar nossos abraços aos abraços. Ajoelhamo-nos na terra, fomos levadas às àsvores plantadas ontem (para que nos mostrasse como já a tinha regado e mimado hoje), disse-nos que o seu pai nao tinha entendido o que lhe havíamos explicado (e ele tentou transmitir-lhe) sobre o mal que fazem os eucaliptos, fizémos pássaros de papel que penduraram felizes nos ramos dos pessegueiros, fizemos um autêntico jardim zoológico de papel, porque depois vieram os pedidos de cobras, touros, vacas, porcos, um barco, um chapéu, um pato... enfim, tudo seria outra vez demasiado para explicar. O forno feito de pedras no jardim, o porco morto "depenado", aberto, temperado com caril, alho e cominhos, a fatia de bolo de amêndoa que veio a pé, nas maos da Jessica - a filha mais velha-, desde Ollantaytambo, o avô que nao falou e nos beijou, a avó que era todo um sorriso (até aos ossos!)... Um dia a Jessica vai à Europa, lá para Dezembro.
Faz-me muita impressao prometer e nao cumprir. Daí que cada vez prometo menos. Prometo quase nada. Sou futuro para quase ninguém. Do presente sim, cuido! De qualquer maneira, soube muito bem voltar hoje a Kachiqhata para deixar cerca de 30 cedros de altura (de los Andes) para aquela comunidade abastecer aquele que já chamam o seu jardim botânico. Depois, fomos visitar o Jorge. A mae Rosa fazia hoje 42 anos, convidara-nos ébria para uma chicha. Aparecemos sem ter prometido. Quase nao se lembrava de nós no ontem. Mas o Jorge, a Pamela, o Jose Luis vieram a correr dar-nos abraços às pernas que dobrámos para entregar nossos abraços aos abraços. Ajoelhamo-nos na terra, fomos levadas às àsvores plantadas ontem (para que nos mostrasse como já a tinha regado e mimado hoje), disse-nos que o seu pai nao tinha entendido o que lhe havíamos explicado (e ele tentou transmitir-lhe) sobre o mal que fazem os eucaliptos, fizémos pássaros de papel que penduraram felizes nos ramos dos pessegueiros, fizemos um autêntico jardim zoológico de papel, porque depois vieram os pedidos de cobras, touros, vacas, porcos, um barco, um chapéu, um pato... enfim, tudo seria outra vez demasiado para explicar. O forno feito de pedras no jardim, o porco morto "depenado", aberto, temperado com caril, alho e cominhos, a fatia de bolo de amêndoa que veio a pé, nas maos da Jessica - a filha mais velha-, desde Ollantaytambo, o avô que nao falou e nos beijou, a avó que era todo um sorriso (até aos ossos!)... Um dia a Jessica vai à Europa, lá para Dezembro.
- Telefona, entao! Pode ser que estejas perto de nós... a que país vais?
Aponta o papel onde eu acabara de escrever a morada das Descalças, Ponta Delgada, Azores, Portugal e responde:
- A esse. (e as lágrimas bailavam-lhe nos olhos na despedida)
TANCCA
O Lucas (e os filhos), a Orlinda, a Rosa, o Leoncio, a Teodora, a Maribel, a Luísa, a Marilin, a Fátima... Em Tancca distribuímos cedros de altura, alisos y huaranhuays a homens e mulheres que trabalhavam os campos...
Há muitas diferenças entre a nossa forma e a dos políticos/as... Nós somos um bocadinho mais discretas. Nao prometemos nada a nao ser o bem que as árvores lhes possam devolver. O ar que respiramos. As árvores antigas que no malogran a la Pachamama... Pelo caminho apertamos maos, recebemos gracias, gracias, gracias señoritas, dao-nos beijos e soa-lhes tao raro que alguem de tao longe se tenha lembrado daquelas mamitas y papitos... Enfim, prometer nao lhes prometemos nada. Acho que isso tranquiliza as pessoas.
TANCCA
O Lucas (e os filhos), a Orlinda, a Rosa, o Leoncio, a Teodora, a Maribel, a Luísa, a Marilin, a Fátima... Em Tancca distribuímos cedros de altura, alisos y huaranhuays a homens e mulheres que trabalhavam os campos...
Há muitas diferenças entre a nossa forma e a dos políticos/as... Nós somos um bocadinho mais discretas. Nao prometemos nada a nao ser o bem que as árvores lhes possam devolver. O ar que respiramos. As árvores antigas que no malogran a la Pachamama... Pelo caminho apertamos maos, recebemos gracias, gracias, gracias señoritas, dao-nos beijos e soa-lhes tao raro que alguem de tao longe se tenha lembrado daquelas mamitas y papitos... Enfim, prometer nao lhes prometemos nada. Acho que isso tranquiliza as pessoas.
sábado, 14 de agosto de 2010
Kachiqhata
um dos encontros mais bonitos hoje com a populaçao de Kachiqhata. A sorte de encontrar um Demétrio que nos entendeu apesar de ter achado que estavamos a levar poucas árvores... "É simbólico, é para plantarmos hoje, com as crianças e convosco, se conseguirmos amanha trazemos mais..." Seguimos, plantámos duas árvores na sua horta (cheia de árvores de fruta deliciosa), depois distribuímos as restantes árvores uma por cada criança... O Jorge, de 5 anos, seduziu-me porque queria uma árvore (e tinha terra!!!) mas logo se apaixonou pelas bolas de sabao que a Fatinha respirava. Chegámos ao fim. Aproximámo-nos da moto já pouco casa... O Jorge ia com o seu caozito (miniatura) pela rua abaixo, de árvore bebé na mao. Disse-lhe: "Xau, Jorge!" Olhou para trás. Parou. Perguntei: "Vas a plantar?" Respondeu que sim. Perguntei novamente (sou mesmo muito perguntadeira...): "Quieres que te ayudemos?" Disse outra vez que sim... e aí começou tudo de novo, uma história outra, as surpresas que se sucediam alegres, o caminho, as árvores, ninguém na casa dele... só os patos e os caes e as árvores...
Por este menino e por tudo, tudo o que ali vi e senti, amanha vamos mesmo voltar com mais 20 árvores para oferecer de presente!!!
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Mandolista
Hoje, antes de sairmos na mota, o menino foi a enterrar. Passou por nós novamente, numa caixa pequenina branca de madeira. Voltei a sentir que me tremiam as pernas e os braços. Deixámos as palhaças a descansar em casa, nos sonhos das noites. Fomos, a Maria e a Fatinha, plantar cedros de las alturas (ou cedro dos Andes) em Mandolista com um rebanho de meninos e meninas que parecem ser de mentira. Com crianças assim, o mundo vai mudar.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
coraçao apertado
amanheci em paz, muito cedo, com o sol ainda a espreguiçar-se. Foi difícil meditar. O coraçao estava muito pequeno no peito e ainda assim parecia nao caber lá dentro, nao se encaixar.
A viagem começa a precisar de um repouso ou um retiro. Aquilo que vivi, estou a viver ou sinto precisa baixar ao estômago para se digerir.
Já está. Há dias que começava a regressar, que sentia mortes de coisas em mim. Ontem ficou tudo em branco. Estou a ir. Continuo a caminhar devagar. Para chegar bem. Afago as asas que volta e meia perco e volto a perder. Nao choro ainda. Sou água.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Rumira y Phyri
Natalia é o nome desta menina de Phyri que quis cuidar desta "árbol del amor". A sua mamita ia apressada à tienda e nao podia ajudar-nos a plantar. Mas regressou uns minutos depois, apressada também, para ainda nos apanhar de enxada na mao... e prontas para esta oferta. Tinham tanta, tanta vontade de ter uma árvore... que nao duvidámos!
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Ollantaytambo (Plaza de Armas)
Há coisas que nao me apetece contar, nem explicar, nem nada!
Fotos de Ana Masats Clotet.
Fotos de Ana Masats Clotet.
domingo, 8 de agosto de 2010
Hoje acordei nos Açores
e foi muito difícil sair de lá...
Estou a tratar de deixar a morte chegar
com o vento norte
tenho perdidas as palavras
para o que sinto ter chegado devagar
estás aí e nao pertences a nenhum riacho
se nao vives em mim
morreste-me
nao me ponho triste
Estou a tratar de deixar a morte chegar
com o vento norte
tenho perdidas as palavras
para o que sinto ter chegado devagar
estás aí e nao pertences a nenhum riacho
se nao vives em mim
morreste-me
nao me ponho triste
sábado, 7 de agosto de 2010
Proyecto Semillas
é mais um projecto de Descalças cooperativa cultural, no ano da internacionalizaçao, neste momento no Peru. Estamos a visitar pueblos e comunidades (aldeias, lugares, casas, sítios isolados de qualquer lugar) para, vestidas de nariz de palhaça, plantar árvores nativas, juntamente com as pessoas das comunidades que visitamos. Voltar ou nao voltar daqui a um ano?... Se calhar é. Se nao calhar, nao é... Importante semear. Plantar. Deixar pegadas. O vento fará o resto!
A nossa mota já é um acontecimento. Ainda nao estamos dentro dela nem com os narizes postos e as pessoas já se aproximam a rir, a sorrir, a perguntar-se "qual é a ocasiao?".
Heiner (o adulto na foto) é o dono da mota que no-la entregou hoje e que me deu uma magnífica aula de conduçao todo o terreno, na maravilhosa e muito tosca prima da Zundap! Tem 125c, mudanças no pé, derrapa na areia e está sempre a fugir por todos os lados... porque o chao é muito irregular. É preciso trabalhar os músculos dos braços para a segurar... mas lá me desenrasquei, com ele ao lado. Depois, ao fim da tarde, veio ter connosco à porta da nossa casa. Olhou a mota quando vinha ainda no início da rua, sorriu com os olhos e a boca, gostou, ficou com ideias para o futuro... Vai vir connosco plantar árvores. É um homem bonito. E bom!
O pequenino na foto é o Julian, o rebelde geminiano que me desafia a criatividade, a emoçao e o riso em cada segundo que partilhamos. A foto é da Fatinha! Está tudo a ser muito bonito com esta corisca micaelense que veio da ilha desinquietar-me... Tao bom :-)
Foto de Fátima Ramos
A nossa mota já é um acontecimento. Ainda nao estamos dentro dela nem com os narizes postos e as pessoas já se aproximam a rir, a sorrir, a perguntar-se "qual é a ocasiao?".
Heiner (o adulto na foto) é o dono da mota que no-la entregou hoje e que me deu uma magnífica aula de conduçao todo o terreno, na maravilhosa e muito tosca prima da Zundap! Tem 125c, mudanças no pé, derrapa na areia e está sempre a fugir por todos os lados... porque o chao é muito irregular. É preciso trabalhar os músculos dos braços para a segurar... mas lá me desenrasquei, com ele ao lado. Depois, ao fim da tarde, veio ter connosco à porta da nossa casa. Olhou a mota quando vinha ainda no início da rua, sorriu com os olhos e a boca, gostou, ficou com ideias para o futuro... Vai vir connosco plantar árvores. É um homem bonito. E bom!
O pequenino na foto é o Julian, o rebelde geminiano que me desafia a criatividade, a emoçao e o riso em cada segundo que partilhamos. A foto é da Fatinha! Está tudo a ser muito bonito com esta corisca micaelense que veio da ilha desinquietar-me... Tao bom :-)
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
já temos mota
é mais ou menos assim...
mas vai ficar muito diferente!!!!
amanha esperamos juntar fotos da primeira saída das Palhaças Luna e Leta... para plantar árvores do amor!
mas vai ficar muito diferente!!!!
amanha esperamos juntar fotos da primeira saída das Palhaças Luna e Leta... para plantar árvores do amor!
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
dialogos da ilha (excertos da noite)
- Ém, senhora. Ê tenhe um segure de viage que inclui repatriamente...
- E purque é que a senhóra num acenô ese segure?
- Purque tinha que cometê um delite. Um crime, a senhora tame percebende? E na Bolivia todes me diziem que era melhó ê na me metê com a puliciâ.
- É mulhé, mas agora a gente tá no Piru. Se calhá já podes.
- Ém, isso é muntacertado o que tás dijende. Ê vô mija aqui que diz que é proibide e tu vás ali denunciarme.
- Ém, cumé isse agore? Ê é que te vô bufá?
(...)
- Mas ê tô praqui matutande que quando a gente lá chegasse a gente ia vivê prá prisan.
- Y depôs? Na pagames renda de casa, comemes, durmimes... e podemes dar espectacles coaquela gente, que o senho directô ia-se consolá.
(...)
- Y a gente vá saí daqui do Machupichu voandeprós Açores..
- Ém, a gente vái abri os braces e vá directas pro aeroporte de Ponta Delgada. Vás a ver no Açoriane Oriental: "duas descalças fazem aterrizagem perigosa no aeroporto Joao Paulo II"
- E se o nosse voe for un sucesse a gente inda começa a fazê concorrencia à Sata... Já imaginaste? a gente de braces abertes e as pessoas a porem-se as nossas costas e a vuá!!! pelo munde tode!!!
- Isse é que era bunite!!
- Já se sabe.
- E purque é que a senhóra num acenô ese segure?
- Purque tinha que cometê um delite. Um crime, a senhora tame percebende? E na Bolivia todes me diziem que era melhó ê na me metê com a puliciâ.
- É mulhé, mas agora a gente tá no Piru. Se calhá já podes.
- Ém, isso é muntacertado o que tás dijende. Ê vô mija aqui que diz que é proibide e tu vás ali denunciarme.
- Ém, cumé isse agore? Ê é que te vô bufá?
(...)
- Mas ê tô praqui matutande que quando a gente lá chegasse a gente ia vivê prá prisan.
- Y depôs? Na pagames renda de casa, comemes, durmimes... e podemes dar espectacles coaquela gente, que o senho directô ia-se consolá.
(...)
- Y a gente vá saí daqui do Machupichu voandeprós Açores..
- Ém, a gente vái abri os braces e vá directas pro aeroporte de Ponta Delgada. Vás a ver no Açoriane Oriental: "duas descalças fazem aterrizagem perigosa no aeroporto Joao Paulo II"
- E se o nosse voe for un sucesse a gente inda começa a fazê concorrencia à Sata... Já imaginaste? a gente de braces abertes e as pessoas a porem-se as nossas costas e a vuá!!! pelo munde tode!!!
- Isse é que era bunite!!
- Já se sabe.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Proyecto Semillas
"Projecto Sementes" é o que as Descalças, com a Maria e a Fatinha no terreno, estao a parir no Peru. Resumidamente, vamos de comunidade, aldeia, pueblo em pueblo plantar árvores do amor e sementes de riso. Como diz a minha mae: "depois voltas aí daqui a um ano para ver como estao as árvores, nao é?". E é, é isso mesmo! Vamos com os nossos narizes de palhaças na cara e com as almas de doutoras no corpo... Vai ser lindo, vai!
domingo, 1 de agosto de 2010
Mar de S. Vicente
Chegou uma carteira dos Açores. Trouxe abraços e beijos… e um pedaço do mar… do meu mar, de S. Vicente, das poças… e o mais incrível é que até cheira… a mar…
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Momentos felizes
Muitas vezes, aparentemente estúpidas alegrias nos invadem o interior. Sem nenhuma razão que o justifique a não ser a de estar no sítio certo a beber por todos os sentidos, caminhando perdida por ruas que encantam o respirar, sento-me a fumar um cigarro e agarro o caderno para escrever. Escrevo despedidas como mentirosos e definitivos
Adeus,
vou partir
nao posso viver sem ti
Levanto o olhar e um ciber café chama-me para conectar gratuitamente o computador portátil emprestado. Vou. À entrada um chá de coca e o Jason Mraz a fazer-me lembrar que a vida é bela quando, sem ninguém nos possuir, pertencemos a alguém! Exercícios de liberdade que tornam certos momentos felizes. Músicas de Verão... para todas as estações. "There's no need to complicate...'' pois nao?
quinta-feira, 29 de julho de 2010
Existencialismos recheados de dúvidas...
A minha paciência será de facto interminável? A minha aceitaçao da vida tal como ela é, como se me apresenta, será de facto uma eterna aprendizagem que desejo? Quando reclamo pelo que considero direitos meus? Quando me zango? Nunca desisto de alguém? Até onde acho que o que acontece tem que acontecer, porque a vida está subtilmente traçada e tudo o que eu faça para seguir outro rumo me vai somente fazer esforçar-me demais por algo que nao tem, de facto, que passar-se? Quando pára a cabeça de querer calar o coraçao? Quando pára o coraçao de querer falar sôfrego de tanto que sente e pulsa? Porque nao se cala? Porque nao me calo? Porque nao páro, desapareço de uma vez da vida de tudo o que é passado e presente e ausência e distância em mim? Porque sinto coisas estranhas e a impermanência dentro de mim em conflito com o que é permanente? Porque sou eu um excesso? Porque sempre necessito esvaziar-me? Porque sou "toma, toma, toma"? Porque desejo ser ermita, viaxeira errante, semeadora, ao mesmo tempo que quero arrancar ao desejo a avalanche de possibilidades e fragilidades do meu ser?
pormenor da parede do meu quarto, em Ollantaytambo
quarta-feira, 28 de julho de 2010
fotos Ollantaytambo
Estamos a divertir-nos à brava! Jogamos, aprendemos, pintamos a manta nos intervalos, hoje iniciei também um atelier de fotografia. Gosto muito de passar a minha máquina fotográfica para as maos pequeninas... conversamos sobre o que queremos registar dos nossos olhares... quem sabe nos vai nascer uma história animada a partir das fotografias? Mais fotos minhas aqui e fotos do Tadeo e da Nelida aqui.
foto de Aima Molinari
entrevista às Descalças
saiu no passado 23 de Julho, no Correio dos Açores, entrevista conduzida por Milena Pimentel.
terça-feira, 27 de julho de 2010
As crianças sao iguais e nao sao iguais, em todo o mundo. Por mais que tente escapar de ter cada vez mais experiências de teatro com crianças (apenas porque me apetecia trabalhar também com outro tipo de populaçao), parece que o caminho se desenha antes que eu decida o que quer que seja. Ando por Ollantaytambo rodeada de um enxame de meninos e meninas, como se eu tivesse mel. Rio-me apenas, porque nao tenho maos para tanto pedaço de gente. Riem-se também. E porque é que estas crianças nao sao iguais a todas? Porque nao brigam, nem discutem, e dizem que Siiiiii a tudo o que sao novos desafios e experiências. Como os clowns! Porque sabem os nomes das plantas e adoram mexer na terra. Porque, quando algo nao lhes interessa, apenas se afastam e buscam outra actividade. Porque semeiam amor, sem dúvidas.
Vivo numa casa de família. A avó Laura tem 6 filhas, 17 netos e netas. Fez-me o almoço hoje, com esse tal do carinho universal de dar até ao que se nao tem! Mae, filha, neta e eu à mesa. Pela manha, saí de casa mao na mao com a Saoria, para o atelier de teatro. Isto é especial, sim.
Estou agora no Heart's Cafe - um café bonito na Plaza de Armas de Ollantaytambo cujas receitas revertem todas para os projectos de intervençao social da ONG criada pela sexagenária Sonia, uma britânica que adoptou o Peru (sem o conhecer) quando tinha 65 anos e se mudou para cá, trazendo toda a sua vida apenas em 2 malas na mao. A internet é gratuita até às 5h da tarde. Na rádio, a música oscila entre a energética, alegre e contagiante peruana e ... um Sting que agora me canta, como se temesse que eu esqueça que voo quando danço... Nao temas, rapaz! Nao temas.
Estou agora no Heart's Cafe - um café bonito na Plaza de Armas de Ollantaytambo cujas receitas revertem todas para os projectos de intervençao social da ONG criada pela sexagenária Sonia, uma britânica que adoptou o Peru (sem o conhecer) quando tinha 65 anos e se mudou para cá, trazendo toda a sua vida apenas em 2 malas na mao. A internet é gratuita até às 5h da tarde. Na rádio, a música oscila entre a energética, alegre e contagiante peruana e ... um Sting que agora me canta, como se temesse que eu esqueça que voo quando danço... Nao temas, rapaz! Nao temas.
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